Geada e outros fenómenos à espreita em Portugal: os 0 ºC poderão registar-se em breve, segundo os nossos mapas do tempo
Tempo chuvoso e instável com as horas contadas! Vem aí uma massa de ar polar que, em conjunto com o anticiclone, produzirá tempo seco e muito mais frio em Portugal. Saiba quando e as regiões mais afetadas.
Em breve as condições meteorológicas instáveis dirão “adeus” a Portugal continental, porém, os últimos remanescentes da Depressão Claudia ainda terão uma ‘palavra a dizer’ nas restantes horas deste domingo (16) e no dia de segunda-feira (17), sob a forma de aguaceiros fortes, por vezes de granizo e ocasionalmente acompanhados de trovoada.
Uma massa de ar polar transportada pelos ventos de Norte e procedente das latitudes altas, percorrerá grande parte da Europa até chegar à Península Ibérica. Em Portugal continental, incidirá 'de raspão' no interior Norte e Centro, mas será suficientemente intensa para provocar uma descida das temperaturas em todo o país, bem como gelo e geadas em várias zonas.
Claudia foi uma tempestade atlântica de grande impacto que nos afetou entre quarta-feira (12) e hoje (16), tendo causado 3 mortes, dezenas de feridos e cerca de 4000 ocorrências, entre as quais inundações, quedas de árvores e inúmeros danos em infraestruturas.
Mudança para panorama anticiclónico ocorrerá na terça-feira, 18 de novembro
A partir de terça-feira (18) a dissipação da depressão Claudia da nossa geografia permitirá finalmente a transição para um estado do tempo mais estável. No seu lugar aparecerá uma crista anticiclónica que, ao reforçar-se de maneira mais clara a oeste do nosso país, proporcionará tempo seco e frio, com muito menos nebulosidade. Para a madrugada de terça (18) já se prevê formação de neblina e nevoeiro em zonas montanhosas do Alto Minho e em concelhos transmontanos.
A tarde de terça ainda será relativamente amena, com temperaturas máximas em torno de 17 a 19 ºC na faixa costeira e 14 a 17 ºC no interior, mas já se registará um acentuado arrefecimento noturno, com mínimas próximas aos 10 ºC nas principais cidades do litoral e significativamente mais baixas no interior Norte e Centro.
Frio instala-se de forma mais intensa a partir de quarta-feira, dia 19
A partir de quarta-feira (19) um grande sistema de baixas pressões procedente das latitudes altas e que conterá ar polar marítimo, descerá velozmente para as nossas latitudes ao ser impulsionado pelos ventos de Norte, deslizando pelo flanco oriental da crista anticiclónica e trazendo ar muito frio até vários países europeus, incluindo Portugal continental.
Isto resultará numa descida generalizada das temperaturas, tanto das máximas como das mínimas, embora o arrefecimento seja mais acentuado nos valores noturnos. As máximas neste dia oscilarão entre 15 e 19 ºC no litoral e entre 8 e 16 ºC no interior, enquanto as mínimas situarão entre 5 e 10 ºC em grande parte do país, exceto Lisboa e Faro (11 ºC) e Bragança, Guarda e Castelo Branco (entre -1 e 3 ºC).
Na quarta-feira (19) o céu apresentar-se-á geralmente pouco nublado, com tendência para bons períodos de sol. O vento soprará fraco a moderado do quadrante Norte, produzindo rajadas pontualmente fortes em locais da faixa costeira ocidental e nas terras altas.
É expectável ainda a possibilidade de formação de geada nos distritos de Vila Real, Bragança, Viseu e Guarda, bem como em zonas do Alto e Baixo Minho, especialmente nos vales e terras baixas. O nevoeiro (entre as 05:00 e 09:00 da manhã) terá tendência a aparecer maioritariamente na Região Centro, em pontos do litoral e interior Norte, e também em diversas zonas do Ribatejo e do Alentejo.
Precipitação de chuva ou neve, porque será escassa na próxima semana?
Um dos motivos para a ocorrência de escassa precipitação na semana vindoura, seja sob a forma de chuva ou de neve, é que a massa de ar polar marítimo perderá grande parte da sua humidade na Cordilheira Cantábrica e nos Pirenéus, já depois de ter percorrido as cadeias montanhosas e acidentes geográficos de outros países europeus, pelo que quando chegar a Portugal estará consideravelmente mais seca, trazendo apenas frio, e pouca ou nenhuma precipitação.
No entanto, a pouca precipitação que surgir poderá gerar flocos de neve nos pontos mais elevados das cadeias montanhosas do Norte e Centro do nosso país. Porém, a esta distância temporal é uma tarefa muito complexa definir com precisão a probabilidade de ocorrência de queda de neve, uma vez que tudo dependerá da trajetória, intensidade, extensão e duração da massa de ar frio.
Mapas da Meteored mostram que sexta-feira, 21 de novembro será provavelmente o dia mais frio da semana
Na quinta-feira (20) a expansão e o alargamento da área de influência da crista anticiclónica desde os países escandinavos até quase aos Açores permitirá o reforço do tempo seco, maioritariamente soalheiro - céu pouco nublado ou limpo -, com mais um dia estável e frio em Portugal continental. O vento continuará a soprar de Norte, produzindo uma progressiva instalação de ar polar marítimo.
Deste modo, na quinta-feira (20) prevê-se um novo arrefecimento do tempo, especialmente das mínimas, que serão negativas nas cidades de Bragança, Guarda e outros locais do interior Norte e Centro. Com a temperatura do ar abaixo de 0 ºC ou ligeiramente acima deste valor, espera-se a formação de gelo e geada, sobretudo no interior Norte e Centro.
De acordo com os nossos mapas, sexta-feira (21) será mesmo o dia mais frio da terceira semana de novembro de um modo geral. A descida das temperaturas poderá ser acentuada, com o termómetro a assinalar mínimas entre 0 e 5 ºC em grande parte da nossa geografia, sendo provavelmente negativas em várias zonas dos distritos de Bragança e Guarda.
Prevê-se ainda a formação de gelo e de geadas mais intensas, que se espalhariam numa maior extensão geográfica, abrangendo grande parte do interior Norte e Centro, com destaque para Nordeste Transmontano, Beira Alta e Serra da Estrela, zonas montanhosas do Alto e Baixo Minho, Terras de Barroso e Alto Tâmega, bem como algumas áreas do interior dos distritos de Porto, Aveiro e Viseu.
Este episódio de frio será temporário, uma vez que para sábado (22) os modelos já detetam uma recuperação das temperaturas, com possível regresso da nebulosidade e da precipitação para os dias seguintes.