Os mapas não põem fim a esta situação: tempestades com frentes de chuva a afetar Portugal; eis as datas-chave

Com a reta final de novembro, Portugal continental continua sob domínio anticiclónico até sexta-feira (28), com tempo estável, céu pouco nublado e ausência de chuva na maioria das regiões. Porém, confirma-se a reativação da circulação atlântica que trará chuva.
Após um período prolongado de estabilidade sob o domínio de um bloqueio anticiclónico que se estendeu até esta semana, o modelo de referência (ECMWF) confirma a reativação da circulação atlântica. Esta alteração sinóptica irá introduzir uma sequência de frentes de precipitação que quebrarão a estabilidade, definindo duas datas-chave de instabilidade: sábado, 29 de novembro, e terça-feira, 2 de dezembro.
Apesar da previsão de uma mudança iminente, os dias de quinta-feira (27) e sexta-feira (28) serão maioritariamente dominados pela estabilidade atmosférica. O anticiclone garante céu pouco nublado ou limpo na maioria das regiões e tempo seco e frio.
As temperaturas mínimas registam valores baixos, com a ocorrência de geadas no Interior Norte e Centro, onde os termómetros se aproximarão dos 0 °C no distrito de Bragança. É também esperada a formação de nevoeiro matinal, por vezes persistente, em distritos como Bragança e Guarda. As máximas mantêm-se amenas, sem grandes oscilações.
A única exceção a esta estabilidade ocorre no final de sexta-feira, quando a aproximação de uma frente pouco ativa provocar o aumento da nebulosidade na região do Minho, atuando como um aviso da perturbação maior.
Sábado, 29 de novembro: a primeira data-chave de chuva
O modelo europeu confirma a primeira rutura da estabilidade a partir de sábado (29). A aproximação de uma frente fria atlântica ativa levará a um aumento significativo da nebulosidade, com o vento a rodar para o quadrante oeste e a aumentar ligeiramente de intensidade.
A precipitação começará a distribuir-se ao longo da manhã, concentrando-se inicialmente no noroeste do país, abrangendo os distritos de Viana do Castelo, Braga e Porto.
Durante a tarde, a chuva estender-se-á para leste (Vila Real e Bragança) e para o litoral centro/oeste (Aveiro, Coimbra, Leiria e Lisboa), onde se manifestará de forma fraca, intermitente e dispersa. A sul do Tejo, a chuva será escassa ou nula. Esta passagem frontal será acompanhada por uma ligeira amenização das temperaturas mínimas no litoral.
Domingo e segunda-feira: uma breve pausa
Com o afastamento da frente do sábado, a instabilidade diminui, e espera-se uma melhoria das condições meteorológicas, com abertas e períodos de sol, sobretudo no sul e interior sul. O céu continuará a apresentar nebulosidade média/alta no norte e centro.
As temperaturas mantêm-se em valores normais para o início de dezembro, com máximas entre 10–15 °C no Norte e Centro e 15–17 °C no Sul, e mínimas ainda frias no interior norte, em torno de 1–5 °C, favorecendo formação de geada em vales abrigados.
Terça-feira, 2 de dezembro: a segunda frente ativa
Os mapas mais recentes sugerem que a estabilidade será de curta duração. A terça-feira (2) marca a aproximação e passagem de uma segunda e mais organizada frente ativa (ou associada a um cavado intenso), que constitui a segunda data-chave de chuva do período.
Esta nova perturbação deverá trazer chuva mais persistente e generalizada às regiões do Norte e Centro durante a madrugada/manhã, podendo estender-se ao Alentejo e até ao Algarve ao longo da tarde, embora em regime mais fraco.