No domingo 23 crescerá outra tempestade invernal: consulte quando será o pior momento do vento e da chuva em Portugal

O tempo estável, seco, frio e maioritariamente soalheiro tem as horas contadas em Portugal continental. A partir deste fim de semana prevê-se o regresso das frentes atlânticas, com chuva e vento forte. Veja a previsão completa!
O estado do tempo estável, seco, frio e maioritariamente soalheiro tem as horas contadas em Portugal continental. Este curto episódio de frio, associado à incursão de uma massa de ar polar marítima impulsionada pelos ventos de Norte, ficará marcado especialmente pelas madrugadas gélidas dos próximos dias na nossa geografia, sobretudo nas regiões do Interior, atingindo o seu pico pouco antes do amanhecer de sábado (22), quando se preveem valores negativos em várias localidades e cidades do Nordeste Transmontano e Beira Alta: entre -1 e -3 ºC em Bragança, Guarda, Alfândega da Fé, Mogadouro, Figueira de Castelo Rodrigo, entre outras.
Tempo frio, seco e soalheiro de “pouca dura”. Os ventos de Oes-Sudoeste provocarão uma mudança na circulação atmosférica, promovendo o regresso das frentes atlânticas a Portugal continental, o que se traduzirá em mais períodos de chuva fraca a moderada, sendo por vezes forte.
Ainda no dia de sábado (22) assistiremos à alteração na configuração sinóptica anunciada pelos mapas de referência da Meteored. O vento, até então a soprar predominantemente do quadrante Norte, passará a soprar de Oeste, sinalizando a iminente mudança no estado do tempo, que se traduzirá pela chegada de frentes atlânticas de fraca a moderada atividade.

A nebulosidade, presente na primeira metade do dia apenas nas regiões a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela, espalhar-se-á nas horas seguintes para outras regiões. No Noroeste do país, em distritos como os de Viana do Castelo, Braga, Porto e as zonas mais setentrionais e montanhosas dos distritos de Vila Real e Bragança já se prevê a possibilidade de chuva fraca nas últimas horas de sábado (22).
No domingo, 23 de novembro, a chuva distribuir-se-á por mais regiões do país
No domingo (23) a precipitação não só se intensificará ligeiramente, como ganhará terreno na nossa geografia, espalhando-se por mais regiões de Portugal continental. Em boa parte do dia de domingo (23), a mesma frente do dia anterior, associada a um centro de baixas pressões situado sobre as Ilhas Britânicas, será a responsável por despejar chuva por no litoral Norte e Centro, com tendência para ser mais persistente e intensa no Minho, Douro Litoral e Alto Tâmega e Douro.
Nas últimas horas de domingo (23) uma segunda frente, associada a um vale depressionário que surgirá nas redondezas do Golfo da Biscaia, alimentará a linha de instabilidade, reforçando a chuva e espalhando-a por outros locais do Norte e Centro.
O vento neste dia manter-se-á fraco, soprando predominantemente de Oeste, contudo, nalgumas zonas já soprará de Sudoeste, sinalizando um iminente agravamento do estado do tempo em termos de chuva e vento nas horas seguintes e na segunda-feira (24).
Isto dever-se-á ao facto dos ventos de Sudoeste transportarem um rio de humidade, carregado de vapor de água e procedente das latitudes subtropcais, que não só reforçará a chuva, tornando-a algo mais abundante nalgumas zonas, como também contribuirá para um ambiente mais ameno, húmido e instável.

Contudo, e é importante fazer a ressalva, este episódio de tempo chuvoso não deverá ser tão gravoso quanto a depressão Claudia. De qualquer das formas, a Meteored Portugal continuará a monitorizar a situação meteorológica e a informá-lo acerca da intensidade, duração e zonas mais afetadas pela chuva e pelo vento.
A fase mais crítica da chuva e do vento está prevista para segunda-feira, 24 de novembro
Prevê-se que a chuva e o vento se tornem significativamente mais fortes em Portugal continental na próxima segunda-feira (24) devido à ‘colisão’ entre o ar mais frio de uma depressão muito cavada que se centrará nas imediações das Ilhas Britânicas (a tal tempestade invernal referida no título desta notícia, pois impulsionará ar frio e gerará neve em países como França e Alemanha), e o ar quente e húmido contido no rio atmosférico que se imiscuirá no vale depressionário a oeste do Golfo da Biscaia.
De acordo com os mapas de referência da Meteored, todo o país registará vento de intensidade moderada a forte na próxima segunda-feira, 24 de novembro, sendo que as terras altas e montanhosas do Norte e do Centro serão as zonas mais expostas do país. Devido à distância temporal a incerteza mantém-se muito elevada quanto à altura do dia em que o vento soprará com mais força. Porém, é possível adiantar que nas zonas mais expostas ao vento as rajadas máximas poderiam rondar os 75 km/h. É provável que estes valores ainda sofram ajustes até pouco tempo antes da ocorrência do episódio.

Quanto à precipitação, numa fase inicial do dia será mais provável e frequente nas regiões a oeste da Barreira de Condensação, onde será mais abundante e persistente, potencialmente acompanhada de trovoada.
Sem dúvida que fatores como o vento de Sudoeste, a latitude e o efeito orográfico contribuem para que estas sejam as regiões normalmente mais expostas num episódio de precipitação como este, devido à sua orientação geográfica (mais nuvens e chuva retida nas encostas a barlavento). Porém, é preciso realçar que a origem e trajetória da frente e do rio atmosférico também interferem e definem a intensidade e distribuição geográfica da chuva.
Com o decorrer das horas, a frente manter-se-á ativa, espalhando mais chuva de noroeste para sudeste, mas perderá intensidade quando cruzar uma nova barreira orográfica - o sistema montanhoso Montejunto-Estrela - pelo que chegará muito mais fraca e dispersa às regiões a sul do Tejo.
De um modo geral, todo o país será afetado pela chuva e pelo vento na próxima segunda-feira (24), mas quanto mais a norte e a oeste (grosso modo distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro e setores ocidentais dos distritos de Vila Real e Viseu), mais intensos serão os fenómenos meteorológicos adversos. É claro que zonas do litoral Centro, do interior Norte e da zona da Serra da Estrela, por razões de latitude ou orografia, também poderão registar bons volumes de precipitação, mas de uma maneira menos intensa.