Mudanças no tempo da próxima semana em Portugal: uma frente com chuva vai conseguir quebrar o bloqueio anticiclónico

A crista anticiclónica vai desviar as depressões para norte ao longo deste fim de semana e no início da próxima semana, mas tudo indica que a chuva regressará a Portugal a partir desta data.

Ao longo deste fim de semana a advecção de Sudoeste irá manter-se, deixando ventos moderados deste quadrante, que serão localmente fortes nas zonas orientadas para norte e oeste. As temperaturas manter-se-ão relativamente amenas para a época do ano, devido à origem tropical marítima da massa de ar. Vai continuar a chover com abundância no Norte e no Centro, embora com maior perigosidade no Centro de Portugal continental e em particular durante o sábado, 1 de novembro e Dia de Todos os Santos.

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Uma frente fria progredirá esta sexta-feira (31) e no sábado (1) por todo o país, de noroeste para sudeste, perdendo força gradualmente à medida que for cruzando as duas barreiras montanhosas que, por efeito orográfico, definem a distribuição da chuva no território continental - Barreira de Condensação e sistema montanhoso Montejunto-Estrela. Deste modo, os valores acumulados de precipitação serão muito significativos em vastas áreas do Norte e Centro de Portugal continental, com algumas zonas do Centro, correspondentes aos distritos de Aveiro e Viseu, a superarem os 50 mm, só no sábado (1).

Bloqueio anticiclónico não será robusto o suficiente para impedir a chegada de uma nova frente

Todavia, a crista anticiclónica vai ganhar terreno, formando um bloqueio pouco robusto, mas eficaz durante alguns dias, o que afastará cada vez mais as depressões da nossa latitude e formará um anticiclone à superfície. Prevê-se, portanto, que no domingo (2) a precipitação praticamente se dissipe, a nebulosidade diminua e o vento perca intensidade. Poderão surgir pontualmente alguns chuviscos fracos no Alto Minho.

Este panorama de estabilidade irá manter-se durante o início da próxima semana, mas a maioria dos cenários antecipa que seja de curta duração, com alterações significativas a partir de terça, dia 4 - nalgumas regiões - e quarta-feira, dia 5 - em toda a geografia de Portugal continental.

A crista anticiclónica irá deslocar-se para leste, fazendo com que o bloqueio desapareça. Isto permitirá a chegada de frentes atlânticas a Portugal continental.

A crista anticiclónica tenderá a deslocar-se para leste, cobrindo o centro e leste da Europa. Esta deslocação abrirá caminho à influência das baixas pressões. Deste modo, prevê-se que a partir de uma depressão muito cavada situada a sul da Islândia, se gere uma baixa pressão secundária ainda mais a sul, a noroeste da Península Ibérica, ao qual estarão associadas uma ondulação frontal e uma superfície frontal fria que irão atingir e descarregar chuva em vários países do Norte, Oeste e Sudoeste do continente europeu, incluindo Portugal continental.

Prevê-se chuva generalizada na próxima quarta-feira, 5 de novembro

A chuva terá início na próxima terça-feira, 4 de novembro, no Minho e no Douro Litoral, possivelmente logo a partir das primeiras horas da madrugada, podendo persistir ao longo do dia nas sub-regiões mencionadas, embora os modelos ainda possam realizar ajustes temporais e de intensidade pluviométrica. Os mapas preveem que a chuva se alastre para o interior Norte e alguns pontos da Região Centro nas horas seguintes.

Na terça-feira (4) a precipitação ficaria maioritariamente confinada à Região Norte, podendo roçar algumas zonas do Centro. Será gerada por uma ondulação frontal associada à tal baixa pressão secundária que provavelmente se desenvolverá a noroeste da Península Ibérica e posteriormente se deslocará rumo às Ilhas Britânicas.

Na quarta-feira (5) a baixa pressão secundária já estará totalmente formada a noroeste da Península Ibérica, gerando uma superfície frontal fria muito ativa que atravessará Portugal continental de lés a lés.

Na quarta-feira (5) prevê-se que a ondulação frontal dê lugar a uma frente fria, mais organizada e ativa, que distribuirá chuva de noroeste para sudeste de Portugal continental, deixando chuva generalizada.

Como já é habitual neste tipo de situações, a chuva será mais abundante nas regiões a oeste da Barreira de Condensação e a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela, devido ao carácter frontal e orográfico da precipitação, mas também chegará às regiões mais meridionais - daí a generalização da chuva - como o Alentejo e o Algarve, regiões onde se espera que seja menos abundante e mais irregular.

Outro elemento climático relevante será o vento, e dependendo do cavamento que esta depressão adquirir, o gradiente de pressão poderá ser significativo e gerar ventos fortes de Sudoeste que afetariam especialmente as Regiões Norte e Centro, e em particular, as zonas montanhosas destas regiões.