Depressão Francis vai marcar a entrada em 2026: chuva intensa e acumulados elevados em várias regiões de Portugal

Entre 30 de dezembro e 3 de janeiro, Portugal continental passa da estabilidade para um período muito chuvoso e ventoso com a depressão Francis, trazendo chuva intensa, vento forte e acumulados elevados, sobretudo no Algarve, Alentejo e Lisboa.

Entre hoje, terça-feira, 30 de dezembro, e quarta-feira, 31, a Península Ibérica permanece sob a influência de um campo anticiclónico, garantindo tempo estável e seco em Portugal continental. A tarde de hoje será maioritariamente nublada, embora o norte apresente mais abertas de sol comparativamente ao centro e, sobretudo, ao sul.

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As temperaturas máximas esta terça-feira variam entre 12 e 15 °C no norte, 13 a 16 °C no centro e 15 a 18 °C no sul, valores normais para a época. Já durante a madrugada de dia 31, o arrefecimento noturno será significativo, com mínimas entre 1 e 4 °C no interior norte e Centro, valores próximos dos 5 °C no litoral e entre 6 e 8 °C no Sul, favorecendo a formação de geada em alguns vales interiores.

Passagem de Ano com tempo seco e amigo das celebrações

A quarta-feira, 31 de dezembro, dia da Passagem de Ano, deverá ser totalmente seca em todo o território continental, sem qualquer precipitação prevista. Apesar de alguma nebulosidade persistente, sobretudo no litoral e regiões do Sul, as condições meteorológicas serão favoráveis às celebrações ao ar livre. As temperaturas mantêm-se semelhantes às do dia anterior, com ambiente bastante frio à noite, mas sem fenómenos adversos relevantes.

Depressão Francis muda o padrão a partir de dia 1

O cenário altera-se de forma clara a partir de quinta-feira, 1 de janeiro de 2026, com a aproximação da depressão Francis, nomeada pelo IPMA. Este sistema deverá estar centrado às 00 UTC de dia 1 a norte do grupo ocidental dos Açores, com uma pressão mínima estimada de 997 hPa, cavando gradualmente e deslocando-se para leste.

A depressão Francis, bem definida a oeste da Península Ibérica, apresenta um núcleo profundo com isóbaras muito próximas entre si, sinal de um forte gradiente de pressão. Esta configuração favorece vento intenso e instabilidade marcada, com extensas áreas de nebulosidade e precipitação associadas à circulação do sistema, avançando do Atlântico em direção a Portugal continental.

Os primeiros efeitos em Portugal continental surgem ainda de madrugada, com chuviscos fracos no Alentejo a partir das 5h, intensificando-se progressivamente ao longo da manhã. O Algarve será a primeira região a sentir o impacto mais significativo, com chuva por vezes moderada a forte, alargando-se ao centro e norte ao longo do dia.

Por volta das 16h, a precipitação já deverá abranger grande parte do território. A sexta-feira, 2 de janeiro, poderá ser o dia mais adverso deste episódio, combinando chuva persistente e por vezes intensa com vento forte a muito forte associado à depressão Francis.

Mapa atmosférico: Rajada de vento
A depressão Francis intensifica o vento em Portugal continental, com rajadas fortes a muito fortes no litoral e nas terras altas, localmente superiores a 85 km/h, sobretudo durante a sexta-feira, acompanhando a passagem do sistema depressionário pelo Atlântico.

As rajadas de vento poderão ultrapassar os 85 km/h, afetando sobretudo o litoral e as terras altas, onde o vento será particularmente intenso. Esta combinação de precipitação elevada e vento forte poderá provocar condições meteorológicas adversas, sobretudo nas zonas costeiras e em áreas montanhosas.

Os acumulados de precipitação em 72 horas (dias 1, 2 e 3 de janeiro) serão expressivos, destacando-se novamente o Algarve como a região mais afetada.

Mapa atmosférico: Precipitação acumulada
A depressão Francis provocará acumulados de precipitação muito elevados no Algarve e Baixo Alentejo, com valores que localmente poderão ultrapassar os 80 mm em 72 horas, sendo estas as regiões mais afetadas pela chuva intensa.

Em Lisboa, os modelos apontam para valores superiores a 40 mm, um total significativo num curto espaço de tempo.