Chuva torrencial, vento e trovoada no temporal de Todos os Santos

Uma primeira frente atinge Portugal continental hoje, ganhando terreno com a descarga de chuva entre hoje e amanhã. O céu nublado e a precipitação vão permanecer connosco até ao Dia de Todos os Santos. Prevê-se que seja forte e persistente nalgumas regiões. Confira a previsão!

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Conte com muita chuva e vento se tiver planos para atividades ao ar livre no fim de semana de Halloween.

Nos últimos dias já fomos sentindo mudanças a nível térmico desde que começou o mês de outubro. Além da descida das temperaturas que nos obrigou a reforçar o vestuário, especialmente nas horas noturnas em que a amplitude térmica já era mais evidente em relação às horas com luz solar, houve geadas em locais com temperaturas mínimas inferiores a 5 ºC, como Trás-os-Montes e Beira Alta.

Primeiros sinais da mudança iminente do tempo: períodos de céu gradualmente mais nublado com o passar das horas, à medida que a frente atlântica se vai aproximando da faixa costeira ocidental de Portugal continental.

Até agora, a chuva foi bastante escassa, tendo sido significativa apenas nalguns dias de maneira muito pontual, aparecendo mais pelo Minho, Douro Litoral, Beira Litoral e pouco mais. No resto dos dias, em praticamente todo o país foi o ambiente soalheiro e extremamente estável, potenciado por um forte bloqueio anticiclónico, que imperou em Portugal continental.

A primeira frente atlântica atinge hoje algumas regiões do país

Esta quinta-feira arrancou já com um panorama meteorológico bem distinto dos dias anteriores, com o céu preenchido por períodos cada vez mais nublados com o decorrer das horas. A gradual aproximação da frente atlântica à faixa costeira ocidental portuguesa fez com que a nebulosidade se tenha adensado e, portanto, está prevista a primeira vaga de precipitação para meio/final da tarde. Entrará primeiro pelo Minho, Douro Litoral e depois continuará rumo a leste e para sul, onde choverá com menos intensidade. Já nos Açores, a chuva dará tréguas durante algumas horas, mas voltará a investir perto da meia-noite, prolongando-se durante sexta-feira.

As temperaturas diurnas registaram hoje uma descida, em especial nas Regiões Norte e Centro, com destaque para as mínimas abaixo dos 10 ºC em várias capitais distritais do interior. O vento do Sudoeste soprará com rajadas fortes no Minho, Douro Litoral, Trás-os-Montes, boa parte da Região das Beiras e ainda em alguns pontos do litoral Centro.

Amanhã, numa orientação noroeste-leste que abarcará a totalidade do território continental, prevê-se a deslocação vertiginosa desta frente que produzirá chuva generalizada, por vezes forte e localmente persistente nos distritos de Viana do Castelo e Braga, região do Douro Litoral, de Trás-os-Montes, das Beiras e partes de Lisboa e Vale do Tejo. Quanto mais para sul e para o interior, em direção ao Alentejo e Algarve, a precipitação não será tão persistente e torrencial, mas mesmo assim haverá breves períodos de chuva mais frequente e intensa nestas regiões. 

As temperaturas máximas vão baixar em todo o país, e de forma acentuada nos territórios do interior, mas, pelo contrário, espera-se uma subida das mínimas. Os ventos ábregos (do Sudoeste) continuarão a dominar.

Tempo muito instável no fim de semana de Todos os Santos

Entre o final da tarde de sexta-feira e sábado chegará uma nova frente, associada a uma depressão atlântica, que trará chuva generalizada de norte a sul de Portugal continental. Será forte e persistente em praticamente todo o país na primeira metade do dia de sábado, existindo o risco de surgir sob a forma de aguaceiros torrenciais acompanhados de trovoada em certas áreas. De momento, as zonas com maior probabilidade de receber trovoada são os distritos do Porto, Aveiro, Viseu, Guarda e Castelo Branco, mas as condições atmosféricas são sempre algo incertas e esta projeção pode alterar-se.

No resto do dia, a precipitação persistirá no país, mas provavelmente com menos intensidade. As mínimas serão semelhantes ao dia anterior e prevê-se uma suave subida das máximas, em geral. O vento do quadrante Sul ou Sudoeste continuará ‘rei e senhor’, esperando-se que sábado seja o dia em que sopre mais forte, com rajadas até aos 90 km/h em capitais distritais como o Porto e a Guarda.

Domingo será outro dia muito chuvoso. Todas as regiões do Continente serão novamente fustigadas pela chuva e pelo vento, apesar de uma diminuição na intensidade deste último elemento meteorológico. A precipitação será torrencial e persistente a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela, e muito menos intensa e frequente a sul deste acidente geográfico, prevendo-se que o Algarve, por exemplo, seja uma região pouco afetada.

vento; mapa ecmwf; portugal
Os ventos ábregos, após percorrerem muitos quilómetros através do Atlântico, vão intensificar o episódio de chuva.

As temperaturas máximas vão manter-se praticamente iguais em todo o país, embora o mesmo não se aplique às mínimas que vão registar um ligeiro aumento. O vento predominante continuará a ser de Sudoeste: moderado e por vezes forte. O risco de trovoada mantém-se em regiões do litoral mais ao Norte do país.

Feriado de Todos os Santos ainda registará precipitação

Na segunda-feira, Dia de Todos os Santos, a instabilidade permanecerá, embora muito menos pronunciada em relação aos dias anteriores. Continuará a cair chuva, mas pouco intensa e tampouco generalizada. Além disso, só deverá ter lugar durante a madrugada, estimando-se períodos de céu pouco nublado ou até mesmo limpo, com o retorno do sol à espreita nalgumas partes do país. 

Destaque-se, porém, o frio a ganhar terreno devido à incrível queda das temperaturas mínimas (cerca de 8 ºC) prevista em 24 horas, sobretudo para o interior. Também as máximas vão descer. O vento rodará para o quadrante Norte, soprando moderado a forte.

mapa térmico; temperaturas; portugal; ecmwf
Após este tremendo episódio de precipitação, prevê-se uma abrupta queda das temperaturas logo a partir de segunda-feira.

Ao longo destes dias, a Madeira ficará completamente à margem deste evento meteorológico extremo registando períodos de céu limpo, intercalados com períodos nublados. E, pelo contrário, os Açores serão severamente afetados pelo “comboio” de frentes atlânticas, alimentados pelo rio atmosférico que deixará chuva abundante e generalizada, até mesmo antes de atingir o Continente.