Atenção: Efraín e rio atmosférico agravam risco de inundações em Portugal

A depressão Efraín, muito cavada, tem estado a condicionar o estado do tempo em Portugal e assim continuará nos próximos dias. Prevê-se chuva abundante e persistente e rajadas de vento a rondar os 100 km/h nalguns locais do nosso país. Consulte a previsão!

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Muita cautela com as áreas inundáveis nos próximos dias. A maioria das regiões de Portugal continental irá somar, em três dias, mais de 100 mm de chuva.

As condições meteorológicas atuais estão condicionadas por Efraín, uma depressão gigante e muito cavada, que chegou a apresentar alguns traços subtropicais até finalmente se transformar num poderoso ciclone extratropical das latitudes médias.

Portugal e Açores têm sido alvo de algumas frentes e baixas secundárias, e, durantes os próximos dias espera-se que Efraín continue a aproximar-se do nosso território continental. Além disso, está a ser alimentada por um fluxo muito húmido de oeste-sudoeste até ao nosso país: o chamado rio atmosférico.

Rio atmosférico enviado até Portugal e Espanha

Esta segunda-feira (12) foi marcada, de novo, por água abundante de norte a sul de Portugal continental graças à chegada de uma nova frente muito ativa e de uma depressão secundária que roçou a extremidade norte da Península Ibérica. Na primeira metade do dia, a chuva foi localmente forte e persistente no Minho, Área Metropolitana do Porto, Alto Tâmega e Douro, Região de Aveiro e Viseu Dão-Lafões.

A partir do meio da tarde e até às 00:00 de terça-feira (13), a precipitação também será localmente intensa e persistente na Área Metropolitana de Lisboa, Alentejo Litoral, Alentejo Central e Baixo Alentejo. O vento de Sudoeste soprou com muita intensidade em várias regiões do país. Nos Açores foram registados aguaceiros e céu nublado, na Madeira viveu-se uma segunda-feira (12) chuvosa.

Na terça-feira (13) a depressão Efraín deslocar-se-á para leste, estando prevista a injeção de mais ar subtropical, bastante húmido e ameno. Vai, novamente, chover de norte a sul de Portugal continental. A chuva prevê-se abundante, forte e persistente, com condições favoráveis à eclosão de trovoada, especialmente nos distritos de Leiria, Lisboa, Setúbal, Santarém, Castelo Branco, Portalegre e Évora.

Na segunda metade do dia, outra vaga de precipitação, menos ativa, despejará chuva em grande parte da nossa geografia, mas com maior acumulação prevista para o Noroeste (entre Viana do Castelo e Porto), Aveiro, Coimbra e em pontos do litoral leiriense. A temperatura, sobretudo a mínima, deverá registar uma subida e o vento deverá soprar com muita força, com rajadas iguais ou superiores a 100 km/h nas áreas mais expostas ao fluxo de Sudoeste!

Na quarta-feira (14) a depressão estará posicionada a nor-noroeste da Península Ibérica e uma nova vaga de precipitação avançará de sudoeste para nordeste, começando por entrar em território nacional através do Algarve. Prevê-se chuva localmente forte, ocasionalmente acompanhada de trovoada.

Também se espera uma descida da temperatura, tanto da máxima como da mínima em grande parte de Portugal continental. O termómetro irá assinalar mínima de 6 ºC e máxima de 11 ºC na Guarda e mínima de 14 ºC e máxima de 19 ºC em Faro. O vento continuará a soprar de Sul/Sudoeste, pontualmente forte, sobretudo na segunda metade do dia.

Nestes primeiros três dias da semana, com grande destaque para terça-feira, 13 de dezembro, há risco de inundações em áreas historicamente vulneráveis, cheias repentinas, transbordamento de cursos de água, sobretudo aqueles que já possuem caudais volumosos pelas chuvadas dos últimos dias, algum contributo para um melhor preenchimento das barragens, possíveis alagamentos em solos ainda compactos, gretados e secos (sobretudo mais a sul do país) e também em solos que foram “vítimas” dos incêndios florestais.

E atenção à primeira metade da semana, com destaque para terça-feira, dia 13: só em 72 horas, uma grande parte de Portugal continental somará mais de 100 mm de chuva! Um autêntico dilúvio espera várias regiões do país.

Por outro lado, após praticamente 11 meses seguidos de seca (outubro de 2021 – agosto de 2022), esta precipitação das últimas semanas e meses é como “ouro líquido” que cai dos céus e que, ao regar campos, culturas agrícolas, pastagens, rios, ribeiros, barragens, entre outros, beneficia toda a sociedade, mas sobretudo aqueles que da Natureza dependem para um melhor desempenho e proveito da sua atividade profissional.

Reta final da semana com tendência para uma situação meteorológica mais estável

Entre quinta (15) e sexta-feira (16) a depressão Efraín tocará terra em Portugal continental, mas já imensamente enfraquecida. O fluxo marítimo já não será tão pronunciado e a chuva perderá organização e eficiência, embora continue a precipitar em regime suave sobre grande parte da nossa geografia, sobretudo na quinta-feira (15).

Prevê-se uma descida generalizada da temperatura na quinta-feira (15) e, na sexta (16), os restos da depressão continuarão até mais ou menos o meio da tarde, embora não em todo o país. Haverá mais espaço para períodos nublados e abertas.

Com a chegada do fim de semana, prevê-se uma afirmação das altas pressões e, portanto, uma ausência generalizada da chuva.

Durante o fim de semana poderão ocorrer aguaceiros residuais. Ainda assim predominará o tempo de céu nublado, com tendência a ficar estável e mais soalheiro graças ao anticiclone. De acordo com o nosso modelo de referência, a partir de sábado (17), as frentes só alcançarão, ao de leve, pontos da Região Norte.