Eis o que significa, segundo a psicologia, ter muitas plantas em casa
Segundo especialistas em saúde mental, ter muitas plantas não só transforma a sua casa, como também pode ajudá-lo a compreender como pensa, como se sente e como lida com o stress.

Nos últimos anos, as casas encheram-se de vegetação. Já não se trata apenas de um cato no parapeito da janela ou de uma ficus no canto da sala de estar, muitas pessoas pretendem transformar as suas casas numa pequena floresta doméstica. Esta tendência cada vez mais popular vai para além do design: também diz muito sobre a mente de quem vive entre as folhas, os caules e os vasos.
Psicólogos e especialistas em bem-estar emocional começaram a analisar este comportamento de uma perspetiva mais profunda. Porque é que tantas pessoas sentem a necessidade de se rodear de plantas em casa?
A resposta reside na ligação emocional, no desejo de cuidar de si próprio e em algumas caraterísticas de personalidade comuns aos amantes de plantas.
Uma casa verde, um refúgio mental
Encher a sua casa de plantas vai para além do gosto estético. Para muitas pessoas, é uma forma de criar um ambiente que oferece segurança e estabilidade emocional. Procuram mais do que beleza: querem um espaço onde possam respirar, pensar e sentir-se em paz.
Existe também um forte fator simbólico. Cuidar de algo vivo, que cresce lentamente e responde à atenção diária, ativa uma parte do cérebro ligada ao objetivo e à constância. Não é por acaso que muitas pessoas começam a fazer jardinagem em alturas de mudança pessoal, luto ou ansiedade.
Não se trata de uma moda decorativa passageira. Quem adopta este estilo de vida tende a mantê-lo durante muito tempo, integrando os cuidados com as plantas como uma rotina quase terapêutica no seu dia a dia.
As plantas revelam traços de personalidade
Vários perfis psicológicos identificaram traços comuns entre aqueles que enchem as suas casas de plantas. Um dos mais óbvios é a paciência. As pessoas que gostam de jardinagem interior sabem que o crescimento leva tempo e apreciam processos lentos e cuidadosos.
Outra característica frequente é a sensibilidade ao ambiente. São muitas vezes pessoas empáticas, capazes de se ligarem mesmo a seres vivos que não falam, mas que “respondem” com novas cores, folhas ou sinais de angústia. Esta ligação com o que é subtil também se reflete nas relações pessoais.
Há também uma preferência pelo que não é material. Preferir plantas a objetos de luxo ou decorações espalhafatosas indica uma preferência pelo que é orgânico, simples e vivo. Para muitos, esta escolha não só embeleza o espaço, como representa um estilo de vida menos consumista.
Por fim, a criatividade. Aqueles que desenham recantos verdes em casa, escolhem vasos, combinam texturas e jogam com a luz, põem em ação o seu lado mais artístico. As plantas tornam-se assim elementos de uma colagem natural feita à sua medida.
Como as plantas afetam a saúde mental
A relação entre a vegetação de interior e o bem-estar emocional está bem documentada. De acordo com estudos recentes, ter plantas por perto pode reduzir os níveis de cortisol, uma hormona associada ao stress. Além disso, observar ou interagir com as plantas gera uma sensação de bem-estar semelhante à de estar na natureza.
Cuidar das plantas também funciona como uma prática de mindfulness. Regar, envasar ou simplesmente observar o seu crescimento são atividades que ancoram a pessoa no presente, afastando-a das preocupações quotidianas.
Em casos de ansiedade ligeira ou de mau humor, a integração de plantas na rotina diária pode ser uma ferramenta de apoio valiosa. Alguns terapeutas recomendam mesmo a jardinagem como parte de caminhos de recuperação emocional, especialmente quando se pretende recuperar um objetivo simples e concreto.
Além disso, o efeito não é apenas individual. Viver num ambiente verde tem também um impacto nas pessoas que partilham o espaço. As plantas ajudam a criar ambientes mais harmoniosos e colaborativos, melhorando assim as relações interpessoais e a qualidade da convivência.