Uma princesa, mil segredos: o Palácio de Queluz abre portas à vida escondida da corte

Uma visita imersiva conduz os visitantes pelos bastidores da vida no século XVIII, através do diário narrativo da infanta D. Maria Francisca.

Palácio Nacional de Queluz
Descubra o palácio entre salões e segredos. Foto: Parques de Sintra

O Palácio Nacional de Queluz volta a ser palco de uma das atividades mais especiais da programação da Parques de Sintra. Está pronto?

Estamos a falar sobre uma visita imersiva que conduz os participantes pelos bastidores da vida da corte através das páginas ficcionadas do diário da jovem princesa D. Maria Francisca.

A iniciativa “O Diário da Princesa” convida os participantes a descobrir as vivências e os segredos da corte, seguindo as pistas deixadas pela Princesa D. Maria Francisca.

Sim, é verdade. Desta vez, a história da antiga realeza portuguesa está prestes a ganhar vida através de uma iniciativa, muito procurada por famílias e escolas, que transforma a experiência de conhecer o palácio num percurso narrativo, educativo e cheio de descoberta.

Um palácio do século XVIII visto pelos olhos de uma infanta

A atividade parte de uma premissa simples, mas eficaz: e se a história desta residência real do século XVIII fosse contada por uma princesa que aqui viveu? A partir dessa ideia, o percurso leva os visitantes por alguns dos espaços mais emblemáticos do palácio — dos salões decorados em talha dourada aos aposentos reais, passando pela capela e pelos imensos jardins barrocos — sempre acompanhados pelas pistas e reflexões registadas no tal diário.

O Palácio de Queluz, concebido inicialmente como residência de verão para o então infante D. Pedro, foi sendo ampliado e ornamentado ao longo das décadas, juntando elementos do barroco, do rococó e do neoclassicismo. Hoje, constitui um dos mais importantes testemunhos da arquitetura setecentista portuguesa, comparado muitas vezes aos grandes palácios europeus do mesmo período.

Mais do que uma visita orientada, “O Diário da Princesa” convida miúdos e graúdos a explorar o quotidiano da família real: como se vestiam, como se educavam, que regras de etiqueta seguiam, de que forma decorriam as festas e celebrações, e até que hábitos de higiene tinham. Temas que, à primeira vista, podem parecer distantes, mas que ganham vida quando transformados em desafios e pequenos enigmas.

O percurso inclui diferentes momentos participativos que ajudam a compreender as funções das salas, as atividades realizadas na época e as rotinas que marcavam o dia a dia da corte. Esta abordagem torna a experiência especialmente envolvente para as crianças, que são convidadas a resolver pistas, identificar objetos, interpretar histórias e, no final, descobrir uma surpresa preparada para quem completar todas as etapas.

“De página em página, utilizando como mote os preparativos para uma festa de aniversário, descobre-se o palácio através das palavras de uma jovem infanta que habitou esta residência real no século XVIII”, escreve a organização. “As funções das salas, o vestir e a higiene, a música e a educação serão temas a descobrir ao longo de um percurso em que se propõem desafios para resolver. No final há uma surpresa para descobrir…”

Dos salões aos jardins: um cenário digno de realeza

Durante a visita, não faltam oportunidades para admirar alguns dos espaços mais carismáticos do palácio. A Sala da Música, com os seus espelhos e ornamentos dourados, recria o ambiente de concertos íntimos que tanto animavam a corte. A Sala dos Embaixadores, uma das mais imponentes, recorda cerimónias formais e receções diplomáticas. Nos aposentos privados, como a célebre Sala Dom Quixote, ficam pistas sobre episódios marcantes da vida da realeza, incluindo nascimentos e momentos históricos ali vividos.

Palácio Nacional de Queluz
Para quem procura uma forma diferente de explorar Queluz, esta é uma oportunidade de regressar ao século XVIII e acompanhar, quase como convidado da corte, a vida da princesa que inspira esta viagem no tempo. Foto: Unsplash

Os jardins, por sua vez, completam a experiência. As avenidas geométricas, as fontes, o canal dos azulejos e a famosa Escadaria dos Leões formam um cenário que quase parece saído de um teatro ao ar livre. Ao longo dos caminhos, surgem figuras mitológicas em chumbo criadas pelo escultor inglês John Cheere — uma das maiores coleções do artista fora do Reino Unido.

Horário, datas e informações práticas

A atividade destina-se sobretudo a famílias com crianças entre os 5 e os 10 anos, bem como a grupos escolares do pré-escolar ao segundo ciclo. Cada sessão tem a duração aproximada de uma hora e meia e inicia-se às 15:00 horas na bilheteira do Palácio Nacional de Queluz. As visitas são conduzidas em português ou inglês, consoante a sessão.

As próximas datas disponíveis para famílias decorrem a 23 de novembro às 15:00 horas (esta, porém, já está esgotada) e a 14 de dezembro no mesmo horário.

O bilhete individual tem o valor de 10€. Já as visitas escolares requerem marcação prévia e têm preços diferenciados para grupos, incluindo a participação gratuita de dois professores por cada conjunto de 1 a 15 alunos.