Este “destino secreto” está a conquistar os viajantes portugueses. Já ouviu falar dele?
Enquanto todos vão para Paris, um país pouco conhecido começa a ganhar destaque entre as escolhas de férias dos portugueses. Porquê? Porque combina exotismo, segurança e uma autenticidade difícil de encontrar noutras paragens.

Se está a ler isto, há boas hipóteses de que já esteja com o pensamento posto nas próximas férias — e não está sozinho. Recentemente, um estudo da 'Jetcost' revelou que cerca de 67% dos portugueses planeia viajar entre dezembro de 2025 e janeiro de 2026 — uma percentagem muito considerável para o período das festas de Natal e Ano Novo.
É verdade. Nos últimos anos, viajar tornou-se quase um desporto nacional. Mal o calendário se aproxima de dezembro, começam as conversas sobre destinos, promoções e planos de fuga à rotina. E 2025 não é exceção.
Um facto interessante é que o transporte preferido continua a ser o carro (57%), seguido do avião (32%). E quanto à duração? A maioria vai para fora por poucos dias: 44% contam sair até 3 dias, e 26% entre 3 e 5 dias.
Ou seja: temos quem aprecie uma pausa, quem quer mudar de ares, e aqueles que estão dispostos a arrumar a mala mesmo com a incerteza económica a pairar.
E para onde é que vão?
Quando pensamos em destinos, as escolhas não surpreendem muito: as grandes cidades europeias lideram. No outono ou no final do ano, por exemplo, os portugueses continuam a preferir cidades como Paris — que se mantém no topo das escapadinhas urbanas, segundo um estudo publicado pela ‘eDreams’, com base nos dados de reservas registados na plataforma.
Mas… (e há sempre um “mas”) nem sempre seguimos o caminho mais trilhado. Há destinos que começam a emergir, ainda pouco falados, mas com potencial para nos conquistar. E, agora, há uma curiosa mudança a acontecer.
“Nesta altura do ano, a grande maioria dos portugueses (70%) prefere viajar dentro do continente europeu, mas uma parte significativa (22%) também opta por viagens de longa distância (intercontinentais)”, concluiu-se no mesmo estudo sobre as principais tendências de viagem dos portugueses neste outono.
E, entre os destinos que começam a surgir nas pesquisas e nas programações das agências de viagens portuguesas, aparece um país que quase ninguém mencionava há poucos anos: Omã, o vizinho mais discreto dos Emirados Árabes Unidos e um dos segredos mais bem guardados do Médio Oriente.
Omã — o destino que ainda não está na checklist de todos (mas devia)
Enquanto o Dubai exibe arranha-céus e centros comerciais, Omã aposta noutra fórmula: autenticidade, tranquilidade e natureza em estado puro.

“Entre desertos dourados, praias de água cristalina e montanhas verdejantes, este país está prestes a tornar-se o segredo mais bem guardado de quem quer trocar o frio do inverno por sol, cultura e autenticidade”, nota o site ‘Vou Sair’, que descreve o destino como “o tesouro escondido do Médio Oriente”.
Na capital, Mascate, as mesquitas brilham ao pôr do sol e o mar Arábico convida a mergulhos quase todo o ano. Mais a sul, em Salalah, o clima tropical e as plantações de incenso fazem lembrar outros continentes. E, no interior, a região de Jabal Akhdar — a chamada Montanha Verde — oferece vistas que tiram o fôlego e hotéis de luxo que se confundem com a paisagem.
Para os portugueses que procuram algo diferente, Omã oferece precisamente o que muitos sentem faltar nas viagens tradicionais: um equilíbrio entre aventura e conforto, tradição e modernidade, exotismo e segurança.
A herança portuguesa e o lado que nos é familiar
Poucos sabem, mas há um pedaço da nossa história escondido neste país. Durante mais de um século, o império português teve presença em várias zonas da costa omanita. Fortalezas, muralhas e até alguns nomes locais mantêm viva essa ligação, sobretudo em Mascate e na região de Sohar.

Talvez por isso Omã desperte um certo reconhecimento — aquela sensação de estar longe, mas não completamente perdido. É um destino que combina a curiosidade pelo desconhecido com uma pontinha de familiaridade, algo que agrada ao viajante português, habitualmente curioso, mas prudente.
Segurança, hospitalidade e ausência de multidões
Outro ponto a favor: a segurança e o acolhimento. Omã é considerado um dos países mais seguros do Médio Oriente, e o povo local é conhecido pela simpatia e respeito pelos visitantes. Quem o visita fala de uma hospitalidade discreta, mas genuína — sem o “overcrowding” típico de outros destinos populares.
Para quem está cansado de filas intermináveis, selfies em massa e praias onde é preciso disputar espaço, Omã surge como uma lufada de ar fresco. Aqui, ainda se pode ver o pôr do sol no deserto em silêncio, dormir numa tenda sob as estrelas ou explorar souks onde o tempo parece ter parado.
O perfil do novo viajante português
As agências de viagens portuguesas confirmaram a tendência ao ‘Vou Sair’: os viajantes que escolhem Omã não são, regra geral, principiantes. São pessoas que já conhecem os destinos mais clássicos — Londres, Roma, Barcelona — e agora procuram experiências mais autênticas e memoráveis.

O operador 'Solférias', por exemplo, já incluiu Omã na sua programação, com pacotes que combinam praia, cultura e natureza, operados pela Qatar Airways. Os preços rondam os 1.100€ por pessoa para uma semana.
O novo refúgio do inverno
Numa altura em que a Europa se veste de frio, Omã surge como uma alternativa perfeita para quem quer fugir do inverno sem cair no cliché. A temperatura média ronda os 25 °C entre novembro e fevereiro, ideal para explorar sem pressas.
Aliás, há quem combine a viagem com um périplo por Doha ou Abu Dhabi, mas a verdade é que o país, por si só, já oferece o suficiente para uma experiência completa: praias desertas, montanhas para caminhadas, mercados de especiarias e oásis escondidos no meio do deserto.