Volume de passos e não a frequência semanal, a chave para reduzir a mortalidade em mulheres idosas

Para as mulheres mais velhas: atingir 4000 passos diários em apenas 1-2 dias por semana já reduz o risco de mortalidade e doença cardíaca. Saiba mais aqui!

Antes da industrialização, a maioria dos adultos dava cerca de 15.000 a 20.000 passos por dia.

O artigo examina como a frequência semanal (0, 1-2 ou ≥3 dias por semana) de atingir certos limites diários de passos (≥ 4000, ≥ 5000, ≥ 6000 ou ≥ 7000 passos/dia) está associada à mortalidade por todas as causas e à incidência de doenças cardiovasculares (DCV) em mulheres mais velhas.

Os métodos utilizados

    O estudo utilizou uma amostra de 13.547 mulheres (idade média 71,8 anos) nos EUA, livres de DCV e cancro. As participantes usaram um acelerómetro ActiGraph GT3X+ durante 7 dias consecutivos entre 2011 e 2015, e foram acompanhadas para mortalidade e incidência de DCV até 2024.

    Embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outros especialistas continuem a recomendar a atividade física baseada em minutos e vigor (intensidade), alguns estudos descobriram que, para um mesmo número médio de passos diários, a intensidade (rapidez) não afetou a mortalidade.

    As associações foram estimadas utilizando regressão de riscos proporcionais de Cox, com ajuste para fatores como comportamentos de estilo de vida e comorbidades (Modelo 2). As análises também foram ajustadas para o número médio de passos diários (Modelo 3) para avaliar se o volume de passos era o fator chave.

    Quais os resultados?

    Os resultados foram os seguintes:

    • Durante um seguimento mediano de 10,9 anos, 1765 mulheres (13,0%) morreram e 781 (5,1%) desenvolveram DCV.
    • Alcançar ≥ 4000 passos/dia em apenas 1-2 dias/semana foi associado a um risco 26% menor de mortalidade por todas as causas e um risco 27% menor de DCV, em comparação com 0 dias/semana (risco ajustado (HR) para mortalidade: 0,74; para DCV: 0,73).
    Caminhar apenas dois minutos após uma refeição demonstrou diminuir o açúcar no sangue (glicemia) de forma eficaz, em comparação com ficar parado ou sentado.
    • Alcançar ≥ 4000 passos/dia em ≥3 dias/semana foi associado a uma redução de 40% no risco de mortalidade por todas as causas (HR: 0,60) e uma redução de 27% no risco de DCV (HR: 0,73).
    • Foi observada uma relação dose-resposta curvilínea inversa para a mortalidade; o risco diminuiu modestamente com limites de passos mais altos (≥ 5000, ≥ 6000 ou ≥ 7000 passos/dia).
    • Para DCV, houve pouca redução adicional no risco com limites de passos mais altos.

    As conclusões

    O estudo concluiu que, em mulheres mais velhas, atingir ≥ 4000 passos/dia, mesmo que apenas 1-2 dias/semana, foi associado a uma menor mortalidade e DCV, e mais passos foram associados a resultados ainda melhores.

    O principal achado foi que o volume total de passos (a média diária de passos) é o fator mais importante para as associações inversas com a mortalidade e DCV, e não a frequência de dias/semana em que um limite específico é atingido.

    As diretrizes de atividade física para mulheres mais velhas devem considerar recomendar pelo menos ≥4000 passos/dia em 1-2 dias/semana para reduzir o risco de mortalidade e DCV. Além disso, o padrão de acumulação de passos (como um padrão de "guerreiro de fim de semana" ou um padrão mais "regular") é uma opção viável, uma vez que o volume total é o fator-chave.

    Referência da notícia

    Hamaya R, Evenson KR, Lieberman D, et al. Association between frequency of meeting daily step thresholds and all-cause mortality and cardiovascular disease in older women. British Journal of Sports Medicine Published Online First: 21 October 2025. doi: 10.1136/bjsports-2025-110311