Queimaduras solares em cães e gatos: fatores de risco e medidas preventivas
A exposição solar excessiva pode causar queimaduras e hipertermia em cães e gatos. Conheça aqui os riscos e saiba como proteger o seu animal durante os dias mais quentes do ano.

A exposição excessiva à radiação solar e às altas temperaturas pode representar sérios riscos à saúde de animais domésticos, especialmente cães e gatos.
Embora muitas vezes negligenciado, o impacto do calor e da radiação ultravioleta (UV) sobre os animais de estimação é significativo e pode causar desde desconforto até problemas dermatológicos e sistémicos graves, como queimaduras solares, hipertermia e desidratação.
Raças com pelagem clara ou curta, como o Dálmata e o Boxer são particularmente vulneráveis. Além disso, áreas do corpo com pouca cobertura de pelos, como o focinho, orelhas, abdómen e as pontas das patas, estão naturalmente mais expostas à radiação UV.
A pele dos animais, apesar de possuir uma camada protetora de pelos, não é imune aos efeitos da radiação solar intensa.

As queimaduras podem causar vermelhidão, descamação, dor e, em casos crónicos, aumentar o risco de desenvolvimento de neoplasias cutâneas, como o carcinoma de células escamosas.
Consequências da exposição ao calor extremo
Além das queimaduras, o calor intenso pode levar à hipertermia, que ocorre quando o organismo não consegue dissipar o calor adequadamente.
Cães e gatos não transpiram como os humanos; eles regulam a temperatura corporal principalmente por meio da respiração ofegante (panting).
Quando esse mecanismo não é suficiente, a temperatura interna pode subir perigosamente, resultando em sintomas como salivação excessiva, fraqueza, vómitos, convulsões e, em casos extremos, falência de órgãos e morte.
Medidas preventivas e cuidados recomendados
Diversas estratégias podem ser adotadas para proteger os animais domésticos dos efeitos nocivos do sol e do calor: em primeiro lugar deve evitar horários críticos: Os tutores devem evitar passeios e exposição ao sol entre 10h e 16h, período em que a radiação UV é mais intensa.
O fornecimento constante de sombra e água, como ambientes ventilados, sombreados e com acesso a água fresca são essenciais. Em locais externos, o uso de tendas, coberturas ou casinhas com isolamento térmico é recomendado.
Existe ainda no mercado produtos específicos, como protetores solares para uso em animais, formulados com ingredientes seguros para a espécie.
Devem ser aplicados nas áreas mais sensíveis e reaplicados conforme a orientação do fabricante. É importante destacar que o uso de protetores solares humanos é contraindicado, pois muitos contêm substâncias tóxicas como óxido de zinco e parabenos.

A remoção total da pelagem expõe a pele diretamente ao sol, aumentando o risco de queimaduras. Por isso, se pretende cortar o pêlo ao seu animal, o ideal é um corte que permita ventilação sem comprometer a proteção natural do pêlo.
Observação constante de sinais clínicos
Os tutores devem estar atentos a mudanças comportamentais, letargia, alterações na pele ou respiração ofegante.
Na presença de sintomas suspeitos, a consulta veterinária imediata é imprescindível.
Assim, a proteção dos animais de estimação contra a exposição solar e o calor excessivo é uma responsabilidade dos tutores e uma questão de bem-estar animal.
A adoção de medidas preventivas simples pode evitar complicações graves e garantir uma convivência segura durante os meses mais quentes do ano.