Para reduzir a pegada de carbono basta andar de bicicleta

Trocar o carro por uma caminhada ou pela bicicleta, mesmo que seja apenas por um dia da semana, tem um impacto significativo nas emissões pessoais de carbono nas cidades. Confira tudo aqui!

pegada de carbono; sustentabilidade; crise climática
As novas descobertas sugerem que, mesmo que nem todas as viagens de carro possam ser substituídas por viagens de bicicleta, o potencial para reduzir as emissões é enorme.

A bicicleta ou a caminhada podem ajudar a enfrentar a crise climática, de acordo com um novo estudo conduzido pela Unidade de Estudos de Transporte, da Universidade de Oxford, que inclui investigadores do Centro de Política Ambiental da Imperial College London, como parte do projeto financiado pela UE - PASTA: Physical Activity Through Sustainable Transport Approaches.

Cumprir as metas de redução de emissões de gases com efeito de estufa exige um afastamento significativo do transporte motorizado. A equipa descobriu que mudando para o transporte ativo, as emissões pessoais de dióxido de carbono (CO2) podem diminuir até um quarto.

Publicado na revista Global Environmental Change, este é o primeiro estudo sobre o impacto das reduções de carbono, com base nas mudanças do estilo de vida, e revela que o aumento da mobilidade ativa reduz, significativamente, as pegadas de carbono, mesmo em cidades europeias que já têm uma alta incidência de caminhadas e do uso de bicicleta.

Pequenas trocas, grande impacto

O estudo acompanhou quase 2 mil pessoas em sete cidades europeias (Antuérpia, Barcelona, Londres, Orebro, Roma, Viena, Zurique), recolhendo dados sobre o comportamento diário das suas viagens - objetivo da viagem, informações sobre onde moravam e o local de trabalho ou estudo, se tinham acesso a transporte público e fatores socioeconómicos.

O autor principal do estudo, Dr. Christian Brand, da Universidade de Oxford, disse: "Descobrimos que aqueles que alteraram apenas uma viagem por dia, trocando o carro pela bicicleta, reduziram a sua pegada de carbono em cerca de 0.5 toneladas, ao longo de um ano, representando uma parte substancial da média de emissões per capita de CO2.

As maiores diferenças das emissões nas mudanças de viagem de carro para viagem ativa foram para as viagens de negócios, seguidas das viagens sociais e de lazer e deslocamento para o trabalho ou local de estudo. Estes resultados mostram que quem já fez esta troca teve 84% menos emissões de CO2 em todas as viagens diárias do que quem opta por manter o transporte a motor.

O simples facto de alterarmos o nosso tipo de transporte, nem que seja uma vez por semana, pode ter efeitos positivos nas emissões de CO2, num ano.

A equipa afirma que esta pequena alteração do nosso quotidiano não será boa apenas para o clima, mas também para reduzir as desigualdades sociais e melhorar a saúde pública, assim como a qualidade de vida urbana num mundo pós-COVID-19.