Árvores por detrás do creme de beleza de manteiga de karité encontram-se ameaçadas
O cosmético conhecido como o "ouro das mulheres" , o creme de manteiga de Karité é proveniente de uma árvore no Uganda que está ameaçada. Fique aqui a saber mais aqui!

Mustafa Gerima, professor de biologia no Uganda, deixou de dar aulas para se dedicar às árvores e, ficou surpreendido quando descobriu que a Reserva Florestal Central do Monte Kei, outrora repleta de árvores de karité selvagens, se tinha transformado numa extensão quase estéril salpicada de cepos.
Segundo Gerima, numa entrevista à BBC, a população perdeu o interesse pelas árvores e começou a abatê-las quando os agricultores estavam a ter más colheitas.
Segundo Gerima à BBC.
A população começou a cortar as árvores para fazer carvão, pois dizem ser mais rentável do que o óleo, também utilizado na cozinha, que é extraído do seu fruto.
A crescente popularidade do carvão vegetal da árvore de karité veio agravar a situação. Diz-se que arde durante mais tempo do que os outros carvões.
Cobertura vegetal no Uganda
O Uganda está a perder cerca de 100.000 hectares de cobertura florestal todos os anos, e uma parte significativa dessa perda inclui árvores de karité, de acordo com o Ministério do Ambiente do país.

As árvores de karité crescem em estado selvagem da África Ocidental à Oriental, uma vasta faixa conhecida como a “cintura do karité”. Mas a população de árvores de karité diminuiu drasticamente nos últimos anos.
Tradicionalmente, são as mulheres que colhem as nozes da árvore de karité para produzir a manteiga de karité Nilotica, apreciada mundialmente pelas suas utilizações cosméticas e culinárias.
Alterações climáticas agravaram ainda mais a situação
De acordo com.um outro professor, Okullo, devido às alterações climáticas a produtividade diminuiu. As árvores não estão a florescer e a frutificar como antes. A flutuação da chuva perturbou os ciclos naturais do karité.
Contudo, também a rápida expansão urbana é outra ameaça.
Os cientistas descobriram que as árvores de karité estão a ser cortadas para o desenvolvimento, sendo necessário plantação afirmativa, uma vez que a regeneração natural é difícil.
Em 2023 o governo do Uganda também reconheceu a vulnerabilidade da árvore de karité, tornando assim ilegal o abate de árvores para a produção de carvão vegetal.