Termina a época dos furacões do Atlântico, mas os impactos mantêm-se

Apesar de ter terminado no final de novembro a temporada dos ciclones tropicais do Atlântico, mantêm-se os impactos das tempestades mais devastadoras desta época. Saiba mais aqui!

Furacões no Atlântico
O número de furacões no Atlântico na época de 2022 foi considerado dentro da média.

A temporada de furacões do Atlântico decorre de 1 de junho a 30 de novembro e as áreas abrangidas incluem o Oceano Atlântico, Golfo do México e o Mar das Caraíbas.

Os furacões mais devastadores da época 2022

Os ciclones tropicais, também conhecidos como furacões e tufões, dependendo da região do globo onde ocorrem, são uma das maiores ameaças à vida e à propriedade, com perigos mortais, incluindo tempestades, inundações, ventos extremos, tornados e relâmpagos.

Uma estação média de ciclones tropicais no Atlântico tem 14 tempestades nomeadas, ou seja, são referenciadas com a atribuição de um nome pré-definido, das quais sete evoluem para furacões e três para grandes furacões, quando atingem um grau igual ou superior a 3 numa escala de 1 a 5, designada escala de Saffir-Simpson, cujas categorias são classificadas de acordo com a intensidade dos ventos que as tempestades atingem.

De acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), esta época de furacões produziu 14 tempestades nomeadas, com ventos de 63 km/h ou mais, das quais oito se tornaram furacões, com ventos de 119 km/h ou mais. Destes oito, dois intensificaram-se para grandes furacões - Fiona e Ian - com ventos iguais ou superiores a 178 km/h.

Desastre natural
Cenário devastador depois da passagem de um ciclone tropical de categoria elevada.

Fiona causou a devastação das Caraíbas ao Canadá. Atingiu a ilha americana de Porto Rico a 18 de setembro, trazendo chuvas torrenciais e causando danos consideráveis, incluindo cortes de energia, bem como algumas baixas.

Depois de seguir sobre a República Dominicana, Fiona reforçou-se para um furacão de Categoria 4 na escala de Saffir-Simpson, com ventos máximos de quase 215 km/h ao dirigir-se para a ilha caribenha das Bermudas. Em seguida, fez a transição sobre o Atlântico e chegou à Nova Escócia, Canadá, a 24 de setembro, como a tempestade tropical mais forte de sempre a atingir o Canadá.

O furacão Ian atingiu Cuba ocidental a 27 de setembro e depois intensificou-se e aumentou muito em tamanho sobre as águas quentes do Golfo do México, à medida que se dirigia para a Flórida. A 28 de setembro, o furacão atingiu o solo com ventos constantes de 240 km/h numa área residencial densamente povoada e de baixa altitude. Foi classificado como um furacão de Categoria 4, com inundações e ventos extremos e foi descrito como um dos piores furacões a atingir a Flórida em um século.

Impactos da época dos furacões do Atlântico

Entre 1970 e 2019, mais de 1 900 desastres foram atribuídos aos ciclones tropicais, que mataram quase 780 000 pessoas e causaram perdas económicas no valor de 1 407,6 mil milhões de dólares, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM).

Este ano, nesta época de ciclones tropicais do Atlântico, e essencialmente devido ao impacto dos furacões mais devastadores, Fiona e Ian, que provocaram a morte de 178 pessoas, prevê-se que os prejuízos causados excedam os 69 mil milhões de dólares.

Os progressos na previsão e nos alertas precoces mais precisos evitaram muitas perdas de vidas, mas ainda há muito a fazer.
Prevê-se que as alterações climáticas conduzam a um aumento da proporção de grandes ciclones tropicais e aumento da forte precipitação associada a estes acontecimentos, enquanto que a subida do nível do mar e o desenvolvimento costeiro está a agravar o impacto das inundações costeiras.