Solstício de inverno marca o arranque da estação mais fria do ano no Hemisfério Norte: conheça o fenómeno e curiosidades

Estamos prestes a dar as boas-vindas ao inverno astronómico, cujo início se dará no instante do chamado solstício de inverno ou de dezembro. Fique a conhecer a importância e algumas curiosidades deste fenómeno astronómico!

solstício de inverno Portugal
A 21 de dezembro de 2025 ocorrerá o solstício de inverno (ou de dezembro) no hemisfério norte, dando início à estação invernal.

O solstício de inverno é um fenómeno astronómico que acontece anualmente em dezembro no hemisfério norte da Terra, hemisfério no qual Portugal se insere. Neste ano 2025 o solstício de inverno ocorrerá no domingo, 21 de dezembro, às 15:02 (Portugal continental e Madeira; 14:02 nos Açores).

21 de dezembro será também o dia mais curto do ano 2025 (menos horas de luz solar), e, como consequência, aquele que terá a noite mais longa. Neste 21 de dezembro de 2025 o disco solar nascerá às 07:49 e pôr-se-á às 17:19 em Lisboa. A duração exata do dia será de 9 horas e 30 minutos. Da mesma forma que no próximo domingo arrancará o inverno astronómico em Portugal e no hemisfério norte, inicia-se, ao invés, o verão astronómico no hemisfério sul.

Qual é o significado de solstício e até quando durará o inverno astronómico?

Os movimentos da Terra em redor de si mesma e em volta do Sol (rotação e translação, respetivamente), resultam numa distribuição desigual da luz solar nos dois hemisférios do planeta. O solstício de inverno acontece quando o Sol atinge a maior distância angular em relação ao plano que passa pela linha do Equador, isto é, quando o Sol se encontra mais a sul. Deste modo, o hemisfério em que ocorre o solstício de inverno recebe uma menor incidência dos raios solares. Os solstícios têm lugar duas vezes por ano (no inverno e no verão), mas em datas móveis.

Em virtude do solstício de inverno ocorrer a 21 de dezembro de 2025, esta data registará o dia mais curto e a noite mais longa do ano.

O inverno é a estação mais curta e mais fria do ano, efeito dos raios solares incidirem mais obliquamente sobre a superfície do hemisfério norte, emanando menos calor. Ocorre o inverso no hemisfério sul. Este período sazonal vai prolongar-se por 89 dias, desde o meio da tarde do próximo domingo, 21 de dezembro, até ao equinócio da primavera, que começará oficialmente no dia 20 de março de 2026.

A etimologia da palavra latina (Solstitium) tem origem no facto de o Sol travar o movimento diário de afastamento ao plano equatorial e “estacionar” ao atingir a sua posição mais alta ou mais baixa no céu local. Assim, a palavra solstício significa literalmente "sol parado" e é a junção das palavras em latim, sol + sistere, que significa "ficar parado".

A espiritualidade associada ao solstício de inverno

Na Antiguidade os povos mantinham um contacto muito próximo com a Natureza, atribuindo ao Sol um grande significado nas suas vidas. Dele dependia o sucesso das colheitas, a perspetiva de alimentos, assim como o comportamento meteorológico, a rigorosa sequência de dias quentes e soalheiros e as noites frias, misteriosas ou gélidas.

O solstício de inverno marca a noite mais longa do ano e este facto conduziu à conceção de muitos contos, histórias e tradições associadas com a morte e a ressurreição em diferentes culturas e religiões como a Egípcia, a Cristã, a Asteca ou até mesmo o império do sol nascente japonês, entre outros.

Para os povos ancestrais o fenómeno do solstício de inverno, o dia mais curto do ano, simbolizava a vitória da luz sobre a escuridão, uma vez que, a partir desse momento, a luz voltaria a reinar com o reinício do aumento da duração do dia. Pensa-se que as pirâmides do Egito tenham sido construídas em alinhamento para receber o Sol de frente à porta de entrada, precisamente no dia do solstício de inverno.

Pensa-se que as pirâmides do Egito tenham sido propositadamente construídas alinhamento para receber a luz solar de frente na porta de entrada, precisamente no dia do solstício de inverno.

Os cultos pagãos de adoração ao Sol desempenharam um grande papel de influência na liturgia cristã, ao fixar o dia incerto do nascimento de Jesus, data máxima do cristianismo, a 25 de dezembro.

Deste modo, passou a haver uma coincidência na festa da religião monoteísta romana dedicada ao deus Saturno (17 a 25 dezembro) com a celebração do nascimento do Sol invencível - Natalis Solis Invictus, utilizada pelo imperador Aureliano em 274 d.C como forma de unificar as celebrações pagãs e cristãs no império. Celebrava-se com muita alegria e troca de presentes o momento em que o Sol cresce, ou renasce, após ter atingido a sua duração mais curta, a 21 ou 22 de dezembro.