Parlamento Europeu debate as relações comerciais entre a União Europeia e os países do Mercosul
A Delegação do Parlamento Europeu para as Relações com o Mercosul reúne na quarta-feira, 18 de junho, em Estrasburgo, com os membros do Parlamento do Mercosul (Parlasul). Os eurodeputados portugueses Francisco Assis, Cotrim de Figueiredo e Lídia Pereira (PPE) participam no encontro.

O acordo comercial assinado a 6 de dezembro de 2024 em Montevideu, capital do Uruguai, entre Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e os presidentes da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai para a criação de uma zona de comércio livre vai ser debatido na próxima quarta-feira, 18 de junho, em Estrasburgo.
A Delegação do Parlamento Europeu para as Relações com o Mercosul vai encontrar-se às 16h30 (hora local) com os membros do Parlamento do Mercosul (Parlasul) na primeira reunião interparlamentar da décima legislatura do Parlamento Europeu.
A sessão será aberta por Evelyn Regner (S&D, Alemanha), presidente da Delegação para as Relações com o Mercosul, e pelo deputado brasileiro Arlindo Chinaglia, presidente do Parlasul, juntamente com os relatores permanentes do Parlamento Europeu para o Mercosul, Francisco José Millán Mon (PPE, Espanha), da Comissão dos Assuntos Externos, e Gabriel Mato (PPE, Espanha), da Comissão do Comércio Internacional.
Além dos parlamentares de ambos os blocos económicos, também participam representantes da Comissão Europeia, diplomatas dos países do bloco sul-americano e organizações da sociedade civil.
Relações comerciais UE-Mercosul
Um dos principais temas da reunião será a evolução das relações comerciais entre a União Europeia e os países do Mercosul, marcada pelo acordo de associação alcançado em dezembro de 2024, em Montevideu, após mais de duas décadas de negociações.

Este pacto, assinado entre Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e os presidentes da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, prevê uma abertura significativa do comércio bilateral, juntamente com compromissos relativos à sustentabilidade, direitos laborais e proteção do ambiente.
O debate que se segue agora no Parlamento Europeu permitirá uma troca de pontos de vista sobre os benefícios e os desafios do acordo de livre comércio para reforçar a ligação económica entre as duas partes.
Serão igualmente analisadas as preocupações que aquele acordo comercial ainda gera, especialmente no que respeita ao desenvolvimento sustentável e ao impacto nos setores agrícolas.
No dia seguinte, quinta-feira, 19 de junho, também em Estrasburgo, terá lugar a IV reunião interparlamentar UE-Brasil, entre membros do Parlamento Europeu da Delegação para as Relações com o Brasil e membros da Câmara dos Deputados brasileira. Esta reunião versará sobre as relações comerciais e o Pacto UE-Mercosul.

A sessão será aberta por Hélder Sousa Silva (PPE, Portugal), presidente da Delegação para as Relações com o Brasil, e Arlindo Chinaglia, presidente do grupo parlamentar Brasil-UE da Câmara dos Deputados do Brasil.
Nesta reunião entre membros do Parlamento Europeu da Delegação para as Relações com o Brasil e membros da Câmara dos Deputados brasileira os principais temas em debate serão a importância do multilateralismo, também no comércio internacional, o acordo com o Mercosul e o impacto nas relações bilaterais.
Ministro da Agricultura do Brasil em Portugal
Na última semana, o ministro da Agricultura e Mar de Portugal, José Manuel Fernandes, e o ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, Carlos Fávaro, visitaram a Feira Nacional da Agricultura (FNA25), que terminou no último domingo, 15 de junho, em Santarém.
As trocas comerciais do setor agrícola e agroalimentar entre Portugal e o Brasil rondam os 1.140 milhões de euros e o Governo português diz que há “uma grande margem de crescimento”.
O ministro José Manuel Fernandes, afirma que a redução de tarifas no mercado brasileiro é “uma oportunidade”, nomeadamente para o setor do azeite português, que representa 60% das importações do Brasil.
Por sua vez, o ministro Carlos Fávaro, do Brasil, destacou as ações recentes do Brasil para promover a abertura comercial do país, como a recente aplicação de tarifas zero à importação de azeite virgem-extra, conservas de sardinha e bolachas e biscoitos.
“Estamos a mostrar que o multilateralismo é o melhor caminho, num momento em que o protecionismo só gera pobreza, desemprego e atraso”, declarou o ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil.