Os pinguins-de-magalhães estão de volta ao Oceanário de Lisboa
Descubra aqui como uma equipa internacional, com mais de uma centena de especialistas, montou uma complexa e demorada operação para recriar o habitat original desta espécie da região subantártica.

Oceano do Sul é nova casa dos pinguins-de-magalhães. Ou, melhor dito, é a casa renovada que esta espécie ganhou agora no Oceanário de Lisboa, no Parque das Nações.
Foi a primeira grande reconstrução de um dos habitats originais do Oceanário, inaugurado em 1998 para a Expo’98. Esta nova casa tem tudo o que eles precisam, estando alinhada com os mais elevados padrões de bem-estar animal.

O espaço recria, de forma fiel e autêntica, as zonas costeiras subantárticas, integrando rochas, cascatas, gelo, estalactites e um espaço para nadar com simulação de ondas de maré.

A intervenção inclui ainda mais ninhos, áreas terrestres e aquáticas alargadas e novos estímulos que favorecem o comportamento natural da espécie.
Os visitantes vão poder também observá-los mais de perto. A partir de um piso inferior será possível até ver os mergulhos dos pinguins lado a lado com tubarões, peixes e outras espécies marinhas.
Os bastidores da operação
Durante dez meses, os animais estiveram numa instalação provisória junto ao edifício principal, onde se procurou assegurar a mesma qualidade de vida. Esse foi o tempo necessário para concluir os trabalhos de requalificação, que envolveram cerca de 50 entidades lideradas pelo Oceanário de Lisboa.
Foram necessárias 200 toneladas de cimento, 5280 sacos de betão, 1530 metros quadrados de rede e utilizaram-se técnicas que imitam a natureza, como o recurso de ar e à água para esculpir o cenário do habitat.

O projeto contou com os arquitetos Ginette Castro e Michael Oleksak, antigos membros da equipa de Peter Chermayeff, autor do conceito original do Oceanário.

A cenografia e a decoração artificial ficaram a cargo da JDC Faux Rock Creations, reconhecida internacionalmente pelo trabalho especializado em recriar ambientes naturais com elevado realismo.
Os especialistas procuraram reproduzir o ambiente natural do pinguim-de-magalhães, que vive nos oceanos Pacífico e Atlântico, na zona costeira, onde acompanha a migração da anchova, o seu petisco preferido.
O grande momento
Em finais de agosto, com as obras finalizadas, os pinguins regressaram finalmente ao Oceanário. Primeiro os mais velhos e depois os mais novos. O momento foi memorável e todos os funcionários estiveram presentes.
Roque Cunha Ferreira, CEO do Oceanário de Lisboa.
A grande recompensa foi ver o comportamento dos animais quando descobriram a sua nova casa. “Vocalizaram bastante, o que é um sinal de felicidade, comeram muito bem e começaram logo a explorar os novos espaços”, conta Hugo Batista, diretor de biologia, no vídeo de apresentação do novo espaço do Oceanário de Lisboa.
Referência da notícia
Os Pinguins Estão de Volta! O Regresso do Ano Acontece no Oceanário de Lisboa. Oceanário de Lisboa