Onde e quando pode ser a Grande Migração de África: o guia definitivo para o seu safari no Quénia e Tanzânia
A Grande Migração anual de gnus faz parte do ecossistema Serengeti - Masai Mara e é um dos eventos selvagens mais espetaculares da África, conhecido como “O grande espetáculo da Terra”.

A Grande Migração de África é um fenómeno mundialmente conhecido, onde mais de um milhão de gnus, juntamente com inúmeras zebras e gazelas, seguem as chuvas pelo Serengeti, na Tanzânia, e pelo Masai Mara, no Quénia, numa busca incessante por pastos mais verdes.
Conhecida principalmente pelas travessias dramáticas do rio Mara, onde milhares de animais mergulham neste lamacento rio, agitando as águas, enquanto crocodilos astutos atacam e leões rondam as margens, este é reconhecidamente um cenário de drama cru e pulsante, que mostra a natureza na sua forma mais primitiva.
O ecossistema do Serengeti-Mara é bem mais amplo do que os atuais limites do Parque Nacional do Serengeti. Do lado da Tanzânia, reservas privadas de caça, áreas de gestão da vida da selvagem de menor extensão, mas anexas ao parque nacional, toda a área de conservação de Ngorongoro e a área controlada de Lolindolo, são parte integrante do ecossistema mais antigo do planeta Terra.

Porém, nem só de mamíferos se faz a presença nesta grande travessia. A verdade é que esta mundialmente conhecida migração tem atraído viajantes de todo o mundo. A crescente atenção deve ser aliada à responsabilidade, e o turismo sustentável está a desempenhar um papel cada vez mais crucial na proteção deste evento extraordinário. Neste artigo encontra tudo o que precisa de saber antes de viajar.
A melhor época do ano para testemunhar este espetáculo da natureza
Guiados por uma mistura de instinto, sobrevivência e ritmo das chuvas, os animais seguem uma rota circular numa busca constante por pasto fresco. As estimativas dos seus números combinados variam, de um a dois milhões, mas uma coisa é certa: testemunhar esta jornada épica em movimento é uma experiência inesquecível para qualquer amante da vida selvagem.
A migração normalmente começa no sul do Serengeti e na vizinha Área de Conservação da Cratera de Ngorongoro, onde as chuvas transformam a paisagem das planícies numa maternidade para os rebanhos. São mais de 500.000 filhotes de gnus que nascem para se juntarem às manadas.
O nascimento dos filhotes atrai diversos tipos de predadores que se aproveitam da vulnerabilidade dos pequenos e frágeis animais. As manadas estão em constante movimentação e os filhotes não atrapalham o processo, mesmo possuindo um ritmo mais lento.

A partir de abril, os rebanhos iniciam a sua jornada para o norte, atravessando Moru Kopjes e entram na região de Seronera, o coração do Serengeti. Em junho, chegam ao Corredor Ocidental e ao rio Grumeti, antes de seguirem em direção à Maasai Mara, no Quénia, entre julho e agosto.
Uma vez no Mara, os rebanhos dispersam-se pela reserva, do Triângulo de Mara aos setores de Musiara e Sekenani, e espalham-se pelas áreas de conservação vizinhas. Em outubro, quando as gramíneas começam a murchar, a jornada volta para o sul. Os gnus cruzam de volta para a Tanzânia, alcançando o leste do Serengeti, e vão-se deslocando gradualmente em direção às planícies do sul, prontos para parir novamente no ano novo, continuando o seu eterno ciclo migratório.
Como deve planear a sua viagem com tempo e sabedoria
Por não haver um padrão migratório definido, é preciso muita habilidade e conhecimento na hora de reservar safáris e acomodações em busca da Grande Migração, mais do que simplesmente saber datas e acontecimentos do ano anterior.
Há muitas opções disponíveis, e o processo pode ser complexo e caro, por isso vale a pena contar com a ajuda de uma operadora de turismo especializada e responsável na África. Esses especialistas podem personalizar seu itinerário, organizar voos ou traslados em veículos 4x4 e encontrar os melhores acampamentos e alojamentos para o seu orçamento.

Escolher a acomodação certa é essencial para uma experiência de safári responsável e gratificante. Sempre que possível, evite grandes hotéis internacionais económicos e prefira lodges ou acampamentos intimistas que privilegiem a sustentabilidade, já que muitas dessas propriedades apoiam ativamente as comunidades locais e os esforços de conservação.
Para garantir a melhor viagem possível, aconselhamos que perca algum tempo na escolha das suas opções, verificando todas as informações com sabedoria e cautela, optando pela sustentabilidade e priveligiando um safári "lento", permanecendo no mesmo acampamento por um período prolongado, beneficiando o meio ambientem, apoiando as economias locais, permitindo que desfrute de uma conexão com o mundo natural mais relaxante e intimista.
Pode optar por fazer o safári a pé, é uma forma mais intimista de descobrir pequenos animais selvagens, insetos e pássaros, longe das multidões, escolher uma viagem de balão de ar quente, ou simplesmente tirar um dia de folga para relaxar no acampamento, observando a vida selvagem no conforto da piscina.
Aproveite para o conhecer o que de melhor há no local. Embora algumas visitas a vilarejos possam parecer armadilhas turísticas constrangedoras, os acampamentos com laços comunitários genuínos oferecem encontros significativos, que permitem que aprenda sobre as culturas locais e desfrute do calor e da hospitalidade das pessoas que chamam estas terras de lar.