O tempo apocalíptico na Suíça

Uma parte da Europa está a viver um verão atípico, com tempestades a causarem graves inundações e mortes nas partes ocidental e central do velho continente. Saiba mais aqui!

Lucerna
Na passada quinta feira o Lago de Lucerna excedeu o nível de inundação 5, o nível mais alto. Durante o fim de semana a água subiu mais 13cm, ficando o centro de Lucerna inundado.

Depois de alguns países, tal como os Países Baixos, a Alemanha, a França e a Republica Checa terem sido surpreendidos por fortes chuvadas, que provocaram cheias, fortes tempestades atingiram a Suiça durante a noite de 24 para 25 de julho de 2021.

Ventos fortes, granizo, relâmpagos e chuvas fortes afetaram as áreas dos cantões de Berna, Lucerna, Neuchâtel e Schwyz em particular. A polícia no cantão de Schwyz relatou 300 incidentes devido ao mau tempo. Em Lucerna, a polícia relatou 210 incidentes, contudo não houve até ao momento relatos de feridos.

Algumas estradas foram inundadas no cantão de Neuchâtel. Em Lucerna, as comunidades de Werthenstein, Wolhusen, Ruswil, Neuenkirch e a cidade de Lucerna foram as mais atingidas pelas tempestades.

As inundações de Wolhusen

As cenas mais dramáticas foram das inundações em Wolhusen, no distrito de Entlebuch, no cantão de Lucerna. Torrentes violentas de água varreram veículos ao longo das ruas, empurrando-os em direção ao rio Kleine Emme.

Os lagos e rios também aumentaram de volume após fortes chuvas. O rio que atravessa a capital suíça, Berna, rompeu as suas margens na sexta-feira. O Lago Lucerna está a inundar a cidade e as pessoas em Basel foram orientadas para se manterem bem longe do rio Reno.

Risco de inundação
Atualmente, à data de 28 de julho de 2021, o risco de inundação em lagos e rios na Suiça ainda se encontra entre moderado e alto.

As inundações causadas por violentas chuvas que atingiram uma faixa da Europa Ocidental já mataram mais de 180 pessoas e milhares estão desaparecidas, segundo números divulgados pelas autoridades locais. As chuvas, que começaram na quinta-feira, arrastaram vilarejos inteiros após um temporal de verão, em níveis que não eram vistos na região há cerca de um século.

Esta tempestade, desencadeou apelos para que se acelerem as ações contra as alterações climáticas e a proteção contra cheias. A tragédia ocorreu um dia depois de a UE anunciar planos ambiciosos para reduzir, em menos de uma década, as emissões líquidas de gases do efeito estufa em pelo menos 55% abaixo dos níveis de 1990.

Os cientistas prevêem que as chuvas de verão e as ondas de calor se tornem mais intensas devido às mudanças climáticas induzidas pelo Homem.

Segundo Hannah Cloke, professora de hidrologia da Universidade de Reading, as mortes e a destruição em toda a Europa como resultado das cheias são uma tragédia que deveria ter sido evitada.

O facto de outras partes do Hemisfério Norte estarem, atualmente, a sofrer com ondas de calor e incêndios que quebram recordes, deve servir como um lembrete de quão mais perigoso o clima pode tornar-se num planeta cada vez mais quente.

Os cientistas afirmam que os governos devem cortar as emissões de CO2 que estão a alimentar os eventos extremos e que nos devemo preparar para condições climáticas mais extremas.