O papel da água nas explorações alimentares

A água é elementar à existência de vida, essencial para sustentar o crescimento económico, e atender à crescente demanda por comida. Contudo, a disponibilidade de recursos hídricos está em declínio, e a má qualidade da água torna inseguro o seu uso.

A água é cada vez mais escassa, e cada vez há uma menor reposição nos mananciais subterrâneos, consequência da desflorestação constante, agricultura intensiva, e da crescente degradação da qualidade dos solos.

Visando um desenvolvimento sustentável, vai sendo crescente a consciencialização para a problemática da qualidade e quantidade de água disponível, sendo reconhecida a importância da conservação dos recursos hídricos, com uma inerente redução da poluição da água, estando esta problemática directamente relacionada com actividades humanas.

Considerar que, em termos de volume, a agricultura é o maior produtor de águas residuais, e que a pecuária gera consideráveis quantidades de matéria fecal. Neste seguimento, à medida que o uso da terra se intensifica, cresce exponencialmente o uso de pesticidas, fertilizantes, herbicidas e insecticidas usados no combate às pragas, os quais, quando utilizados de forma indevida, são arrastados por longas distancias, quer pelos ventos, quer pela precipitação, acabando por contaminar solos, lençóis freáticos, cursos de água e a saúde da cadeia trófica. Do mesmo modo que, com o incremento de uma produção pecuária intensiva, potenciaram-se novos tipos de poluentes, como antibióticos e hormonas de crescimento animal, os quais obviamente representam consideráveis riscos para a saúde e equilíbrio dos ecossistemas.

Pese embora o desenvolvimento da agricultura e da pecuária, tenham contribuído para impulsionar as economias e a subsistência das sociedades, a contribuição que a impulsão da produção de alimentos representa no equilíbrio do meio é significativa; -> aumento dos níveis de poluição; -> riscos que as ameaças ambientais representam para potenciais problemas na saúde humana.

Visando assegurar a qualidade da água, vão-se instituindo dinâmicas de monitorização que salvaguardem eventuais impactes, nomeadamente pela proliferação de algas nocivas, considerando os indicadores de eutrofização como o teor de clorofila A (concentração de fitoplâncton) e de ficocianina (concentração de cianobactérias). Ou seja, uma melhor compreensão da química dos organismos e nutrientes dos solos e culturas, pode levar a uma melhor e mais eficaz gestão na utilização, a pesticidas mais discriminativos, de vida mais curta e espécies específicas.

A poluição da água ameaça a saúde humana e ambiental, e afeta bilhões de pessoas.

É assim premente a consciencialização e mobilização da sociedade como um todo!

No sentido de, cientes dos riscos da poluição, serem definidas metas para a melhoria da qualidade das águas, como a redução do uso de fertilizantes e pesticidas; como um eficaz controle dos efluentes produzidos pelos sistemas de criação de animais; como a criação de legislação mais rigorosa, fiscalmente eficaz e penalizadora para com as transgressões no tratamento dos resíduos; como a criação de produtos químicos mais seguros para a agricultura; assim como, de substitutos para os inseticidas; ou eventualmente, o uso de técnicas como o controle biológico de pragas (utiliza outros animais que se alimentam daquele que é o agente da praga, sem prejudicar os vegetais e o solo).

Perante o incontornável crescimento demográfico, fez-se necessário o inerente aumento da produtividade agrícola e pecuária, no sentido de suprir as crescentes necessidades. Mas, cabe a cada um, a missão de garantir o usufruto de todos, de forma saudável, do bem essencial à vida, a água!