PRR liberta 50 milhões de euros para financiar a prevenção de incêndios e a melhoria da gestão florestal

O Governo foi a Baião entregar 57 tratores e 18 máquinas de rasto a câmaras municipais e às CIM para reforçar a gestão florestal e a prevenção contra incêndios. O investimento em maquinaria ascende aos 13,8 milhões de euros.

bulldozers/máquinas de rasto
Entre os equipamentos entregues encontram-se 18 bulldozers/máquinas de rastos para as comunidades intermunicipais; 57 tratores para municípios e Organizações de Produtores Florestais.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, foi a Baião na última quarta-feira, 10 de dezembro, para assinalar a entrega de equipamentos especializados destinados ao reforço da prevenção de incêndios rurais e à melhoria da gestão florestal.

A iniciativa foi promovida pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e representa um investimento de 50 milhões de euros financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Foi distribuída vária maquinaria a várias comunidades intermunicipais (CIM) e municípios. Entre os equipamentos entregues encontram-se 18 bulldozers/máquinas de rastos para as comunidades intermunicipais, 57 tratores para municípios e Organizações de Produtores Florestais (de um total de 285) e 125 viaturas multifunções para transporte de equipas e equipamentos do ICNF. Estas são consideradas “essenciais” em ações de fogo controlado, gestão florestal e monitorização de agentes bióticos e abióticos.

"Estes equipamentos são sobretudo para serem utilizados na prevenção, na gestão, no ordenamento, naquilo que possamos fazer antes para evitar aquilo que pode vir a acontecer”, disse Luís Montenegro durante o evento, ladeado pelo ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, e pelo secretário de Estado das Florestas, Rui Ladeira.

Devemos evitar as tragédias. Evitar as ocorrências é a primeira e grande motivação e o primeiro grande objetivo. O segundo grande objetivo é, quando elas não conseguirem ser evitadas, terem uma dimensão menor e uma duração também menor", acrescentou ainda o primeiro-ministro.

Reforçar o trabalho no terreno

Os novos meios permitem intervir na rede viária florestal, gerir faixas de combustível e melhorar o acesso das equipas de sapadores florestais a zonas sensíveis de vigilância, com isso aumentando a capacidade de resposta do país face aos riscos de incêndios.

Primeiro-ministro em Baião
O primeiro-ministro foi a Baião na última quarta-feira, 10 de dezembro, assinalar a entrega de equipamentos destinados à prevenção de incêndios rurais. Créditos: Ministério da Agricultura.

"Estamos a semear no inverno para colher no verão e no outono, protegendo o valor da floresta e as nossas comunidades", disse primeiro-ministro em Baião, sublinhando “a importância de uma estratégia contínua” de prevenção.

Prevenção e combate é para todos

Luís Montenegro não tem dúvidas de que "só é possível travarmos esta guerra — a guerra da prevenção e a guerra depois do combate — se cada um de nós olhar para esta tarefa como uma tarefa de todos e não a pensar apenas em si, e não a pensar apenas como o seu departamento tem que ser mais valorizado".

O líder do Executivo aproveitou para detalhar o Plano "Floresta 2050, Futuro + Verde", que integra o Plano "Floresta 2050, Futuro + Verde", um pacto de regime para 25 anos aprovado pela Assembleia da República. O Governo "vê a floresta como um ativo estratégico nacional capaz de gerar mais bem-estar para as populações", assume Luís Montenegro.


Entre as prioridades está a “criação de melhores condições para quem trabalha na floresta e cuida do território”, garantindo-lhe uma “justa retribuição”.

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Os novos meios permitem intervir na rede viária florestal, gerir faixas de combustível e melhorar o acesso das equipas de sapadores florestais a zonas sensíveis de vigilância.

Por outro lado, está o investimento na “mitigação dos fenómenos naturais extremos”, o que será trabalhado através da Comissão Interministerial para a Ação Climática.

Reduzir a angústia das populações nos períodos quentes e secos” é outra das metas, através da estratégia "Água que Une". Em curso estão ainda medidas como a expansão do fogo controlado, “mais do que duplicando a área intervencionada”, revelou o primeiro-ministro.

Os apoios à redução de combustíveis através de pastorícia extensiva também estão a ser trabalhados “em 44 mil hectares de baldios” e há uma linha de apoio de 10 milhões de euros para empresas de exploração florestal, assim como um aviso de oito milhões de euros destinado à capacitação de empresas de silvicultura e gestão florestal.

Luís Montenegro revelou ainda em Baião que estão também “a ser preparadas propostas legislativas para reduzir a fragmentação da propriedade” e, com isso, “resolver problemas associados a heranças indivisas”.