NASA regressa à Lua em 2024

NASA planeia o regresso de humanos à Lua em 2024 pela primeira vez desde que o programa Apollo terminou em 1972, contando com a presença da primeira mulher. Presidente Trump adicionou 1,6 mil milhões de dólares extra ao orçamento da NASA.

A NASA quer regressar à Lua em 2024, contando com a presença da primeira mulher em solo lunar, numa missão espacial designada de Artemis.

A NASA divulgou na semana passada o calendário do programa "Artemis", que celebrará o regresso dos astronautas à Lua pela primeira vez em meio século, incluindo oito lançamentos programados e uma mini-estação em órbita lunar até 2024. As missões lunares originais foram batizadas em nome de Apollo: Artemis era a sua irmã gémea na mitologia grega e a deusa da caça, do deserto e da lua. O administrador Jim Bridenstine confirmou que Artemis 1 será uma missão concretizada em torno da Lua, sem tripulação a bordo, e planeada para 2020. Depois, Artemis 2 vai orbitar o satélite natural da Terra com tripulação por volta de 2022 e por fim, a Artemis 3 vai colocar astronautas em solo lunar em 2024, incluindo a primeira mulher.

As três missões serão “lançadas” ao espaço pelo maior foguetão de sempre, o Boeing-led Space Launch System, em português Sistema de Lançamento Espacial (SLS), que está atualmente em desenvolvimento, mas sofreu vários atrasos. Afixada na sua cúpula estará a cápsula de Orion, pela qual a Lockheed Martin é a principal empreiteira. Além destas missões, em que a NASA deposita todos os seus esforços, serão realizados cinco lançamentos responsáveis por carregar os blocos de construção da mini-estação lunar "Gateway", que terá como função principal servir de ponto de partida para a aterragem na Lua. Estes blocos serão transportados entre 2022 e 2024 por empresas espaciais privadas cujos serviços serão pagos pela NASA.

A estação orbital vai consistir inicialmente de um elemento simples de potência e propulsão, bem como de um pequeno módulo de habitat. Em 2024, os astronautas vão parar por lá na sua rota em direção à Lua. Eles vão descer para a superfície lunar através de uma sonda. Uma parte da sonda irá permanecer na Lua, enquanto a outra parte irá descolar e permitir que os astronautas regressem à sua estação, onde deverão embarcar na cápsula de Orion com destino à Terra.


Bridenstine afirmou que a NASA optou pela empresa privada Maxar para construir o primeiro módulo da estação, bem como o elemento de potência e propulsão, que vão depender de enormes painéis solares. Nos próximos meses, a NASA ainda terá de decidir quem vai proceder à construção da sonda. Gigantes do setor aeroespacial, como a Boeing e a Lockheed Martin, estão a disputar o contrato, assim como a Blue Origin de Jeff Bezos. Bridenstine disse acerca da sonda:

"Nós não somos donos do hardware, estamos a comprar o serviço... O objetivo aqui é velocidade. 2024 está ao virar da esquina... Em última análise, queremos também passar para Marte e não ficar presos na superfície da Lua".

Financiamento da missão à Lua e histórico da NASA

O aumento em 1,6 mil milhões de dólares que o presidente Donald Trump atribuiu ao orçamento da agência espacial, num total de 21 mil milhões de dólares, tem como objetivo o financiamento desta nova missão lunar que a NASA nomeou de Artemis.

Foram precisamente as missões Apollo que levaram a NASA à Lua. Há 50 anos, a 20 de julho de 1969, a Apollo 11 teve o privilégio de concretizar a estreia na Lua, com o astronauta Neil Armstrong. Até à atualidade apenas 12 astronautas americanos, todos homens, calcaram o satélite natural da Terra, nas missões Apollo, que se desenrolaram nas décadas de 1960 e princípios de 1970.