Lixo espacial, um problema cada vez mais real

O lixo espacial pode-se tornar um problema de grandes dimensões, no futuro, com implicações que ainda não são totalmente conhecidas. Fique a saber mais sobre este assunto, aqui!

Lixo espacial
À volta da Terra e mesmo da Lua é cada vez mais visível (até a olho nu) uma camada cada vez mais espessa de satélites, sondas e instrumentos que são essenciais a quem está na superfície terrestre.

A órbita terrestre, bem como a órbita lunar e o espaço entre o planeta Terra e o seu satélite natural estão a ficar progressivamente mais congestionados com os objetos produzidos e enviados pelo ser humano.

Nos últimos anos, tem-se verificado um aumento significativo dos lançamentos para o espaço de todo o tipo de objetos, das mais variadas dimensões, seja de âmbito militar, comercial ou científico. A diminuição dos custos associados aos lançamentos parece ser um dos fatores mais importantes a contribuir para a acumulação deste tipo de lixo.

Melhorar o sistema de deteção e a rede de rastreamento (...) estabelecendo (...) uma vigilância ativa pode ser a diferença entre missões bem-sucedidas e mal sucedidas.

Um dos maiores problemas desta acumulação de lixo espacial prende-se precisamente com a falta de controlo dos objetos e do comportamento da sua trajetória. Os que se encontram em órbita, mas mais pr��ximos da Terra, são passíveis de serem controlados e rastreados.

Já os que estão mais afastados da Terra e nas proximidades da Lua, são de difícil controlo e tornam-se, por vezes, indetetáveis. Um estudo coordenado por investigadores da Universidade de Purdue, situada em West Lafayette no estado norte americano do Indiana, procura modelar e rastrear a trajetória dos detritos que se encontram a orbitar a Lua, com o objetivo de promover a mitigação deste problema.

Para estes académicos, a mitigação passa por promover a segurança da navegação de equipamentos considerados essenciais no espaço, como é o caso da Estação Espacial Internacional e das futuras missões lunares.

Evitar que sucedam mais acidentes como o que ocorreu em 2022, em que a parte superior de um foguetão chinês acabou por se despenhar na Lua, para além de evitar cruzamentos a curta distância são dois objetivos concretos que se pretendem atingir no futuro.

Que futuro para o tráfego espacial?

A comunidade científica concorda que o vasto espaço existente entre a Terra e a Lua é mal “patrulhado”, tanto por radares como por telescópios baseados na superfície terrestre. Há uma deficiente cobertura destes equipamentos no que concerne à deteção e rastreamento do lixo espacial, nos mais 400 000 quilómetros que separam o nosso planeta e o seu único satélite natural.

Através da análise do poder gravitacional da Lua, da Terra e do Sol, e através da utilização de curvas de luz, pretende-se prever eventos em que o lixo espacial possa sair fora de órbita (e da região entre a Lua e a Terra) e colidir com o nosso planeta, a superfície lunar e/ou algum satélite ou missão espacial. Há situações em que alguns objetos enviados para o espaço pelo ser humano saem da órbita da Terra e passam a uma órbita heliocêntrica, para depois regressarem e poderem representar um perigo real.

Na próxima década estão planeadas várias missões lunares, incluindo algumas tripuladas, desenvolvidas tanto pela NASA como por outras instituições públicas e privadas. Melhorar o sistema de deteção e a rede de rastreamento, com o contributo da comunidade científica, estabelecendo assim uma vigilância ativa pode ser a diferença entre missões bem-sucedidas e mal sucedidas.

Cerca de 30 países assinaram um conjunto de acordos (Acordos Artemis), em 2020, que visam combater os problemas que podem representar a crescente acumulação de detritos espaciais.