Exportações do setor florestal atingiram 6,4 mil milhões de euros em 2024. Segmento da madeira teve saldo negativo

O principal contributo para estes resultados veio da pasta, papel e cartão, cujas vendas ao exterior representaram mais de metade do total exportado pelo sector em 2024, aproximando-se dos 3,3 mil milhões de euros.

papel
Em 2024, as pastas de madeira renderam mais de 894 milhões de euros em exportações e o papel e cartão somaram mais de 2,402 mil milhões de euros.

Em 2023, exportações de materiais e produtos industriais de base florestal trouxeram a Portugal mais de 6,3 mil milhões de euros em 2023, mas, em 2024, apesar de todos os constrangimentos associados à floresta, desde logo devido aos incêndios, o valor das exportações deste setor aumentou em mais de 180 milhões de euros face a 2023.

Esse valor fixou-se nos 6,4 mil milhões de euros, mais 1,9% face a 2023, de acordo com os dados divulgados pelo INE – Instituto Nacional de Estatística.

Por seu lado, a despesa com importações de produtos florestais diminuiu em cerca de 60 milhões o ano passado, o que fez melhorar a balança do comércio internacional deste setor e trazer a Portugal um saldo positivo de 3,063 mil milhões de euros.

O maior contributo veio dos produtos transformados pelas indústrias papeleiras portuguesas, com as pastas, o papel e o cartão a gerarem receitas de exportações de 3,296 mil milhões de euros e a contribuírem para um excedente da balança comercial superior a 1,806 mil milhões de euros.

Madeira com saldo negativo

O único segmento de produtos a gerar saldo negativo foi o da madeira. Com as despesas das importações a manter-se acima das receitas das exportações, as contas do comércio internacional das madeiras situaram-se perto dos -257 milhões de euros.

Nas exportações do sector florestal, a cortiça manteve, em 2024, o segundo maior contributo: as vendas ao exterior geraram receitas superiores a 1140 milhões de euros, com as rolhas as serem responsáveis por parte muito significativa deste total: perto de 50 mil toneladas de rolhas trouxeram a Portugal quase 835 milhões de euros.

A cortiça ocupa o segundo lugar nas exportações do setor florestal e representou 17,8% do total de produtos da floresta vendidos ao exterior em 2024.

rolhas de cortiça
A cortiça manteve, em 2024, o segundo maior contributo: as vendas ao exterior geraram receitas superiores a 1140 milhões de euros.

Neste ano, os principais destinos dos produtos em cortiça foram, por ordem decrescente, França, Espanha e Estados Unidos.

Importância da floresta nas exportações

Os indicadores de 2024 voltam a confirmar o contributo das vendas externas de produtos da floresta para o comércio internacional de bens em Portugal: as exportações do sector florestal representaram cerca de 8% do valor de todos os bens vendidos ao exterior (quase 78,9 mil milhões).

Divulgados pelo INE, no âmbito das Estatísticas Agrícolas, em julho de 2025, estes números do comércio internacional englobam os principais segmentos de produtos do sector florestal: cortiça, madeira, mobiliário (que inclui construções em madeira e artigos em vime), produtos resinosos, pastas de madeira, papel e cartão.

A quantidade de produtos florestais exportados também aumentou de 2023 para 2024: foram vendidas ao exterior mais 273 mil toneladas, passando-se de 5,9 para 6,2 milhões de toneladas. Já a quantidade de produtos importados reduziu-se em 462 mil toneladas. Apesar da tendência positiva, o volume de bens que Portugal necessitou de adquirir em 2024 (mais de 6,3 milhões de toneladas) foi maior do que a quantidade vendida ao exterior.

As madeiras representam a principal fatia do volume de aquisições, com 4,7 milhões de toneladas compradas ao exterior.

Madeira
O único segmento de produtos do setor florestal a gerar saldo negativo em 2024 foi o da madeira.

Em 2024, as pastas de madeira renderam mais de 894 milhões de euros em exportações e o papel e cartão somaram mais de 2,402 mil milhões de euros.

Já as importações dos mesmos produtos representaram, respetivamente, um pagamento ao exterior de 112,3 milhões e de quase 1,378 mil milhões de euros.

Saldo positivo próximo de 782 milhões

A diferença entre o valor recebido e o despendido é muito significativa, diz o INE, com as pastas a gerarem um saldo positivo próximo dos 782 milhões de euros e o papel e cartão com o maior saldo positivo de entre todos os segmentos de produtos da floresta em Portugal: mais de mil milhões.

Tanto na pasta para papel (celulose) como no papel e cartão, o valor das exportações aumentou de 2023 para 2024, superando a subida também registada nas despesas de importações.