Este é o guia definitivo para viajar para o Vietname pela primeira vez
Descubra como sobreviver ao caos encantador do Vietname com dicas práticas, cultura à flor da pele, comida de rua irresistível e tudo o que precisa para uma estreia inesquecível.

Há países que nos desafiam antes mesmo de chegarmos. O Vietname é um deles. Há quem diga que é caótico, intenso, deliciosamente barulhento e cheio de contradições. Mas é também acolhedor, vibrante, incrivelmente saboroso e surpreendentemente fácil de explorar — desde que vá com um plano na mochila e a mente aberta.
Apesar de o ritmo acelerado das cidades e das nuances culturais poderem ser avassaladores à primeira vista, o Vietname não é, de todo, um destino difícil de visitar.
Quer saber como pode aproveitar a viagem a 100%? Conheça o guia definitivo para viajar para o Vietname pela primeira vez, segundo a ‘National Geographic’.
Antes de partir: o essencial com sotaque português
Para quem parte de Portugal, a viagem é longa — conte com cerca de 14 horas de voo (se tiver sorte com escalas). A Vietnam Airlines opera voos diários para Hanói e Ho Chi Minh a partir de grandes hubs europeus como Heathrow, mas há outras opções com companhias como Turkish Airlines, Qatar Airways ou Emirates.
Prepare o visto com antecedência, idealmente o e-visa, e não se esqueça de verificar se precisa de vacinas (as mais comuns recomendadas são hepatite A e B, febre tifóide e tétano). Um seguro de viagem é essencial — lembre-se que, apesar do charme, o trânsito vietnamita é dos mais caóticos do mundo, e convém ir protegido.
O inglês é relativamente comum nas grandes cidades, sobretudo entre quem trabalha no turismo. Curiosamente, no sul do país ouve-se também algum francês, herança do passado colonial. Mas, à medida que se afasta das zonas urbanas, o idioma torna-se mais raro, por isso leve um bom tradutor no telemóvel.
Mais importante ainda: aprenda algumas palavras básicas em vietnamita. Um “xin chào” (olá) ou um “cảm ơn” (obrigado) são simples, mas abrem portas com mais facilidade do que qualquer cartão multibanco. “Os moradores locais apreciarão o esforço que faz para aprender algumas frases básicas em vietnamita.”
Comer, andar, respeitar — e repetir
A comida de rua no Vietname é um capítulo à parte — e não há como evitar. Junte-se aos locais nas barracas mais movimentadas (esse é sempre um bom sinal), escolha pratos quentes e cozinhados no momento, e vá com confiança.

“A higiene e a limpeza dos alimentos nas barracas de rua podem ser preocupantes, mas a maioria dos visitantes não enfrenta grandes problemas, desde que sigam alguns princípios gerais.”
Sugerimos que evite saladas lavadas em água da torneira e, em caso de dúvida, pergunte se o gelo nas bebidas é feito com água engarrafada. Dito isto, a maioria dos viajantes não tem surpresas desagradáveis — e a recompensa por arriscar é um pho fumegante, um banh mi estaladiço ou uma tigela de bun cha com sabor de outro mundo.
Deslocar-se dentro do país pode ser uma aventura por si só. Motos são praticamente uma extensão do corpo vietnamita, e o país é um dos melhores destinos do mundo para explorar sobre duas rodas.
Se preferir algo mais prático (e seguro), há aplicações como o Grab, onde pode pedir mototáxis com capacete incluído.
Viajar de comboio também é uma excelente opção. A famosa linha do Reunification Express liga Hanói a Ho Chi Minh, atravessando paisagens incríveis e cidades históricas. Para distâncias curtas, autocarros de longa distância são abundantes e económicos. Pode comprar bilhetes online, por exemplo, através da plataforma Baolau.
Quanto à segurança, o Vietname é relativamente tranquilo. Mas convém manter-se atento em mercados e zonas muito turísticas, onde há carteiristas e alguns esquemas com táxis não licenciados. Use apps reconhecidas, evite exibir objetos de valor e não ande com o telemóvel na mão junto a estradas — há relatos frequentes de furtos por condutores de mota em andamento.

No que toca à etiqueta, há detalhes que fazem diferença. Os vietnamitas valorizam o respeito e a discrição: vestir-se de forma conservadora (ombros e joelhos cobertos), tirar os sapatos ao entrar numa casa ou templo, evitar levantar a voz ou demonstrar frustração em público — tudo isso é sinal de boa educação. Demonstrar respeito à cultura local é tão importante como saber a senha do Wi-Fi.
Quando ir, onde ficar e por onde começar
A melhor altura para visitar o Vietname depende da região. De forma geral, a estação seca decorre de novembro a abril, embora no centro do país (como em Hoi An ou Da Nang) o tempo mais estável só comece em janeiro. Em fevereiro, por exemplo, Hanói tem temperaturas agradáveis (cerca de 22 ºC), enquanto Ho Chi Minh aquece para os 33 ºC, com muito sol e pouca humidade.
Para quem procura uma experiência completa, o itinerário “Vietnam Landscapes” da InsideAsia é uma boa referência: 12 noites de viagem, começando em Hanói e terminando em Ho Chi Minh, com paragens em aldeias rurais como Pu Luong e várias experiências culturais incluídas. Pode servir de inspiração para montar o seu próprio roteiro.
Em Hanói, hotéis como o De Syloia oferecem conforto e charme por preços razoáveis (a partir de 64 euros com pequeno-almoço). Já em Hoi An, as opções variam entre boutique hotels e homestays, perfeitos para quem quer mergulhar na vida local.
Por fim, leve na mala um bom guia, como o Rough Guide to Vietnam, e, se quiser entrar no espírito do país, talvez também o romance “The Sympathizer”, de Viet Thanh Nguyen — uma história densa, cheia de ironia e que revela muito da alma vietnamita.