“Capsulões”. Municípios dos Açores aderem ao sistema de recolha e reciclagem de cápsulas de café
As marcas Bellissimo, Bogani, Buondi, Chave D’Ouro, Delta Q, Dolce Gusto, Ginga, Nespresso, Nicola, Segafredo, Sical, Starbucks, Torrié e UCC uniram-se na RECAPS, para a reciclagem de cápsulas de café. Os “Capsulões” já aterraram nos Açores.

Os cidadãos açorianos consumidores de café já podem dar uma nova vida às suas cápsulas de café e, até, às cápsulas de outras bebidas, como o chá.
Acaba de ser celebrado um protocolo com a Secretaria Regional do Ambiente do Governo Autónomo dos Açores que confirma a adesão dos 19 municípios açorianos ao sistema de recolha e reciclagem promovido pela RECAPS – Sociedade de Reciclagem de Cápsulas de Café.
Adesão das 9 ilhas dos Açores
A assinatura do protocolo aconteceu em Ponta Delgada, S. Miguel, e tem como objetivo levar a consciência ambiental associada à reciclagem à porta de todos os consumidores de cápsulas de café em Portugal, marcando presença em cada município.
A iniciativa conta agora com a adesão de todas as nove ilhas dos Açores e dos seus 19 municípios, abrangendo um total de 236 mil habitantes.
Sete meses depois, e concretizado este protocolo com a região autónoma dos Açores, o sistema promovido pela RECAPS passa a abranger mais de 26% da população portuguesa. De acordo com esta Sociedade, já foi possível recolher um total de 531 toneladas de cápsulas de café.

Com esta expansão para o arquipélago dos Açores, a RECAPS tem agora “Capsulões” distribuídos por 42 municípios, designadamente: Alcanena, Albergaria-a-Velha, Almada, Aveiro, Barreiro, Braga, Cascais, Cantanhede, Castro Marim, Condeixa, Entroncamento, Figueira da Foz, Vila Nova de Famalicão, Guimarães, Lisboa, Mafra, Moita, Montemor-o-Velho, Oeiras, Proença-a-Nova, Seixal, Sintra, Torres Novas e nos Açores: Calheta, Horta, Madalena, Povoação, Praia da Vitória, Ribeira Grande, Lajes das Flores, Lajes do Pico, Angra do Heroísmo, Lagoa, Nordeste, Ponta Delgada, Santa Cruz da Graciosa, Santa Cruz das Flores, São Miguel, São Roque do Pico, Velas, Vila do Porto, Vila Franca do Campo e Corvo.
Por sua vez, Francisco Magno, também gerente da RECAPS, revela que o objetivo é “aumentar a quantidade de cápsulas recolhidas e recicladas, através da expansão do sistema promovido pela RECAPS por mais municípios”.
Trabalho das empresas torrefatoras
Mais do que gerir de forma consciente os resíduos, “esta iniciativa quer continuar a sensibilizar os consumidores para a reciclagem de cápsulas de café, incentivando a participação ativa na promoção da sustentabilidade”.
A RECAPS resulta de um trabalho conjunto de várias empresas do setor do café e que une, pela primeira vez, as marcas Bellissimo, Bogani, Buondi, Chave D’Ouro, Delta Q, Dolce Gusto, Ginga, Nespresso, Nicola, Segafredo, Sical, Starbucks, Torrié e UCC.
Este projeto de reciclagem das cápsulas do café tem como missão “transformar o ritual diário de tomar café num ato consciente, onde a responsabilidade ambiental e o compromisso social se cruzam”, diz a RECAPS.
Faturação de 660 milhões em 2023
O mercado do café em Portugal cresceu 8,2% em 2023, vale 660 milhões de euros de faturação. As estimativas do setor apontam para que o mercado global das cápsulas de café deva ascender aos 9,31 mil milhões de euros até 2032.
Cientes deste problema, os industriais de torrefação de café puseram mãos à obra e criaram a RECAPS sob o lema “Uma nova vida para as tuas cápsulas de café”.

Esta iniciativa, inédita da indústria do café, reúne as empresas de café Delta, Nestlé Portugal (dona das marcas Sical, Buondi, Christina e outras), NewCoffee (que detém as marcas Bogani, Lavazza, NovoDia, Caffècel, Sanzala, A Caféeira) e UCC - Ueshima Coffee Portugal.
A separação dos materiais das cápsulas recolhidas no âmbito do projeto RECAPS é realizada por entidades recicladoras especializadas.
Recolhidas as cápsulas que são depositadas nos “capsulões”, o processo de reciclagem começa pela remoção da borra de café, que pode ser utilizada para compostagem ou como aditivo agrícola. Seguem-se o alumínio e o plástico que, uma vez separados, são encaminhados para reciclagem, onde são transformados em novos produtos.
O plástico, por exemplo, pode ser reutilizado na produção de mobiliário urbano, como cadeiras e mesas. Já o alumínio pode ser reciclado para a criação, por exemplo, de estruturas metálicas.