2024 é um ano bissexto e terá 527.040 minutos. A história remonta a Júlio César para entender o porquê!

2024 dá-nos um dia a mais: 24 horas, ou o que dá no mesmo, 3.600 segundos a mais. Os anos bissextos têm uma história intrigante que leva-nos a adicionar um dia a cada 4 anos.

ano bissexto do calendário juliano
Para entender porque adicionamos um dia a cada 4 anos ao nosso calendário, temos que voltar ao ano 45 a.C.

2024 chega com um dia a mais: 29 de fevereiro. É conhecido como ano bissexto e no total terá 527.040 minutos e 31.622.400 segundos. Mas adicionar um dia ao calendário a cada 4 anos não é coincidência, na verdade, remonta a tempos antigos e tem por trás uma lógica histórica e científica avassaladora. Responde aos meandros entre os ciclos astronómicos e à nossa maneira de definir o tempo.

O tempo é relativo

Os anos bissextos dão-nos um dia a mais, mas, na realidade, são apenas um ajuste nos nossos calendários. A Terra leva aproximadamente 365,25 dias para orbitar o Sol, mas os nossos calendários têm apenas 365 dias. A soma dos 0,25 dias restantes equivale a um dia a cada quatro anos que é compensado em anos bissextos.

O primeiro ano bissexto foi 45 a.C. Foi introduzido por Júlio César no que é conhecido como calendário juliano.

O tempo muda dependendo de quem o mede, e na Antiguidade muitas culturas já notavam que o ano solar não tinha exatamente 365 dias. Implementaram diferentes sistemas para ajustar os seus calendários. Acredita-se que Júlio César pode ter contado com os egípcios para estabelecer o calendário juliano.

Mas a aproximação de 365,25 dias utilizada por Júlio César não é exata. Na realidade, a Terra leva 365,242190 dias para orbitar o Sol, então o calendário juliano ainda gerou uma pequena incompatibilidade no tempo.

O nosso calendário não é juliano, é gregoriano

Em outubro de 1582, o Papa Gregório XIII quis eliminar os erros do calendário juliano e inventou o calendário que usamos hoje, o calendário gregoriano. É uma versão refinada do trabalho de Júlio César que leva em conta o tempo real da órbita da Terra. A diferença essencial entre um e outro é que só é considerado ano bissexto se for divisível por 4, mas atenção, se for divisível por 100, só será ano bissexto se também for divisível por 400.

De acordo com as normas gregorianas, o próximo ano bissexto ao qual não adicionaremos um dia extra será 2100. Este ano é divisível por 4, mas não será um ano bissexto porque também é divisível por 100, mas não por 400.

Com esta “simples” modificação do calendário juliano, ficamos verdadeiramente sincronizados com a verdadeira duração da órbita da Terra. Se todos os anos divisíveis por 100 fossem anos bissextos, haveria muitos dias extras no calendário. Mas com esta subtileza introduzida pelo Papa Gregório XIII, o erro cometido por Júlio César é corrigido.

Portanto, é tudo uma questão de como medimos o tempo. Estas simples modificações são na verdade um reflexo da capacidade humana de observar o cosmos e de se adaptar à complexidade dos movimentos astronómicos.