Vento, chuva, neve e grandes períodos de céu limpo: as mudanças bruscas de tempo que continuarão em Portugal

Portugal continental atravessa um período de intensa variabilidade meteorológica, caracterizado por rápidas transições entre a influência de frentes atlânticas carregadas de precipitação e curtas janelas de estabilidade marcadas pelo frio e céu limpo.

Mapa atmosférico
A primeira semana de dezembro traz de tudo: chuva, vento, neve e abertas.

O tempo que se avizinha, de hoje, 2 de dezembro, até sábado, 6 de dezembro, será o reflexo de um padrão dinâmico, com vento, chuva e o regresso da neve em cotas médias. Esta instabilidade é ditada pela intensa ondulação da Corrente de Jato Polar, que orienta depressões e cavados sucessivos para o nosso país.

Terça-feira: chuva e a queda de neve da noite

Hoje, terça-feira (2), a meteorologia é de transição. A chuva da manhã, associada à frente fria, já perdeu intensidade, passando gradualmente a um regime de aguaceiros que se deslocam de noroeste para sudeste.

Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações.

No entanto, ao longo da tarde, o padrão pós-frontal ganha força de novo, com células convectivas a entrar pelo noroeste, que trazem aguaceiros por vezes fortes.

Mapa atmosferico: chuva
Ao final da tarde de terça-feira, uma frente atlântica proveniente de noroeste atravessa o território, originando aguaceiros localmente fortes, mais intensos nas regiões do litoral Norte e Centro.

O fenómeno mais notável está reservado para o final do dia: prevê-se queda de neve na Serra da Estrela, inicialmente nas cotas mais altas, que podem, no período da tarde/noite, descer para os 1000 a 1200 metros de altitude.
A possibilidade de queda de flocos estende-se também às cotas altas de serras do extremo norte como Peneda, Soajo, Gerês e Larouco.

Quarta-feira: o regresso temporário do frio e da calmaria

O tempo na quarta-feira (3) tenderá a estabilizar rapidamente, uma vez que a frente se afasta. No entanto, a estabilização não será total: o céu terá uma progressão de nebulosidade, especialmente durante a tarde. Irá haver aguaceiros dispersos a partir das 11h da manhã, prováveis na região norte, que no decorrer do dia irão estender-se até ao litoral centro.

Mapa atmosferico: chuva e nuvens
Entre as 02:00 e as 10:00 de quarta-feira, 3 de dezembro, prevê-se uma acalmia da chuva em grande parte do país. A nebulosidade será reduzida sobretudo no Sul, onde o céu poderá apresentar-se mais limpo durante a manhã.

Com o afastamento da instabilidade e o regresso do frio na baixa troposfera, o período noturno e a manhã serão propícios a fenómenos de geada, gelo e nevoeiro matinal, sobretudo no Nordeste Transmontano e Beira Alta.

Na quinta-feira uma nova frente atlântica volta a mudar tudo

A estabilidade durará pouco. Logo na madrugada de quinta-feira, aproxima-se uma nova frente atlântica de deslocação rápida, que trará céu muito nublado e precipitação generalizada durante a primeira metade do dia. A chuva será mais intensa no litoral norte e centro, onde acumulados horários poderão ultrapassar os 6 mm.

Primeiros dias de dezembro com chuva, neve e vento, mas também períodos de abertas.

A sul de Lisboa a precipitação será mais fraca e irregular, embora igualmente presente. Durante a tarde, a frente afasta-se, mas regressam aguaceiros pós-frontais, prováveis no Minho e Douro Litoral. O vento ganha força durante a tarde, com rajadas que poderão superar 50 km/h a noroeste do território.

A instabilidade irá continuar sexta e sábado, com aguaceiros localizados, especialmente nas regiões Norte e Centro. O acumulado total de precipitação entre terça-feira (2) e o final de sábado (6) será significativo.

Os mapas evidenciam valores muito expressivos no Minho e Douro Litoral, onde podem ultrapassar 80 a 90 mm, estendendo-se também de forma relevante por Aveiro, Coimbra e zonas do interior Centro, enquanto Lisboa, Alentejo e Algarve registam acumulados mais moderados.

Mapa atmosférico: Precipitação acumulada
Os valores mais elevados concentram-se nas regiões do Minho e Douro Litoral, onde podem superar os 80–90 mm, enquanto o Centro também regista acumulados significativos. O Sul apresenta totais mais moderados.

Assim, apesar da tendência para melhoria, a semana terminará com um saldo pluviométrico bastante elevado, consequência direta das sucessivas frentes atlânticas que irão atravessar o país.