Tempo em Portugal na próxima semana: típica “loucura” de fevereiro trará chuva, vento, frio, mas também calor e trovoada

Os próximos dias compreenderão o período do Carnaval, época festiva que em 2024 será fortemente condicionada pela chuva, vento, neve e agitação marítima. Ainda no decorrer da próxima semana, prevê-se uma “montanha-russa” para as temperaturas. Eis a previsão!

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A próxima semana deverá fazer jus à típica "loucura" do mês de fevereiro, com oscilações bastante pronunciadas das condições meteorológicas em curtos espaços de tempo.

Sábado (10) e domingo (11) - fim de semana do Carnaval - serão dias fortemente marcados por uma atmosfera mais fria devido à chegada de uma massa de ar frio polar pós-frontal, isto é, posterior à robusta frente atlântica associada à depressão Karlotta que produziu condições meteorológicas adversas de norte a sul de Portugal continental, tanto na quinta (8), como nesta sexta (9).

Assim, neste sábado (10), será bastante notória uma descida das temperaturas. Graças à combinação em altitude da precipitação gerada pelos restos da frente associada a Karlotta com o frio, prevê-se queda de neve a cotas médias e altas que afetarão, sobretudo, as zonas de montanha do Norte e Centro do nosso país.

As principais serras e regiões onde se se espera acumulação de neve nas próximas 48 horas são: Peneda, Soajo, Amarela, Gerês, Alvão, Marão, Montemuro e Estrela, bem como alguns pontos dos distritos de Bragança e a quase totalidade do território do distrito da Guarda.

Durante o fim de semana, para as restantes regiões do país espera-se chuva, embora em muito menor quantidade do que nos dias anteriores e que por vezes será fraca, ou até mesmo ausente. Os ventos soprarão tendencialmente fortes e de noroeste no sábado (10) e no domingo (11) de leste (nas zonas mais a norte) ou oeste (nas zonas mais a sul).

Calor anómalo da segunda de Carnaval à quarta-feira de cinzas, temperaturas poderão descer nos dias seguintes

Apesar do período temporariamente mais frio que ocorrerá no fim de semana do Carnaval, a semana que decorrerá de 12 a 19 de fevereiro em Portugal continental prevê-se globalmente quente, com anomalias térmicas positivas bastante pronunciadas, ou seja, com temperaturas entre 3 e 6 ºC acima da média, tendo em conta o nosso modelo de referência (ECMWF).

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No seu conjunto, prevê-se que a semana de 12 a 19 de fevereiro registe temperaturas significativamente acima da média de norte a sul de Portugal continental. Fonte: ECMWF

Segunda-feira (12) registará uma substancial subida térmica, tanto das máximas como das mínimas, com várias capitais distritais das zonas centrais e meridionais da nossa geografia a registarem temperaturas diurnas próximas ou iguais a 20 ºC (Santarém, Lisboa, Évora, Beja e Faro). Para terça-feira (13) não se esperam grandes oscilações do ponto de vista térmico, com máximas e mínimas a registarem valores mais ou menos semelhantes ao dia anterior.

Para a quarta-feira de cinzas (14) e Dia dos Namorados, de um modo geral, o tempo ainda ficará mais quente, dada a previsão para esse dia de uma subida acentuada das temperaturas.

Várias capitais de distrito, incluindo Porto, Coimbra, Castelo Branco e Portalegre, poderão ultrapassar os 20 ºC, sendo que várias regiões e localidades do país registarão temperaturas máximas de até 23/25 ºC. Neste período de três dias dominará um fluxo de Sudoeste com ar ameno e procedente de latitudes subtropicais.

A próxima semana passará de um estado do tempo instável, chuvoso e com calor na sua fase inicial, para uma possível descida substancial das temperaturas na reta final. Fonte: ECMWF

A partir de quinta-feira, 15 de fevereiro, a incerteza na previsão aumenta bastante. No entanto, os primeiros sinais apontam para um dia que servirá de transição no regime de fluxos dominantes na geografia do Continente. Com a mudança de ventos, as temperaturas deverão começar paulatinamente a descer.

Entre quinta (15) e sexta (16) espera-se que uma advecção de ar frio - procedente de Nor-Noroeste - provoque uma descida das temperaturas em Portugal continental, deixando uma atmosfera mais fria e mais típica da estação do inverno.

Se este cenário se cumprir, não só assistiremos a uma “montanha-russa” térmica num curto espaço de tempo, como também se concretizará o famoso cenário meteorológico de "loucura" pelo qual fevereiro é tão conhecido: o de ser um mês muito variável meteorologicamente, com drásticas mudanças de tempo, às vezes, numa questão de poucas horas.

Quanto à precipitação, o que se pode esperar?

De acordo com o mapa de tendência semanal de anomalia de precipitação do modelo ECMWF e com o cenário por conjuntos do referido modelo, até terça-feira (13) dominará o padrão NAO-, o que “bate certo” com a instabilidade meteorológica - chuva, vento, agitação marítima, entre outros elementos climáticos - que se preveem para Portugal continental.

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Após um período entre quinta-feira (15) e sábado (17) possivelmente marcado por alguma instabilidade, tal como períodos de chuva e trovoadas, o sol e o tempo estável poderão regressar a Portugal continental no domingo, dia 18 de fevereiro. Fonte: ECMWF

Contudo, do dia 14 em diante, parece que se irá impor um padrão de NAO+, que por norma não representa tanta instabilidade para as nossas latitudes. Não obstante, as Regiões Norte e Centro poderão registar alguma chuva, trovoadas e vento com intensidades moderadas a fortes, fruto da aproximação indireta de alguma depressão atlântica.

Este aspeto é, aliás, comprovado por uma observação às anomalias de precipitação previstas para o conjunto global da semana que atestam níveis de chuva superiores à média de referência para a Região Norte.

Nas Regiões do Centro e Área Metropolitana de Lisboa não se observam desvios significativos em relação ao normal, apesar da possibilidade de alguns chuviscos dispersos ou períodos de chuva fraca.

Já a Região Sul (Alentejo e Algarve, mas com destaque especificamente para os distritos de Beja e Faro) deverá escapar, de um modo geral, ao tempo instável, verificando-se uma anomalia de precipitação negativa, isto é, um estado do tempo mais seco do que o habitual tendo em conta o histórico climatológico.