Subida de temperatura com máximas acima de 30 ºC, mas provável chegada de rio atmosférico pode marcar domingo

Portugal Continental prepara-se para dias com temperaturas a subir acima dos 30 ºC no interior e tempo seco a dominar grande parte da semana. A instabilidade poderá regressar no domingo, sobretudo no Norte e litoral, onde alguns modelos sugerem precipitação.
O estado do tempo em Portugal Continental promete bastante dinamismo nos próximos dias, com oscilações marcadas de temperatura, possibilidade de precipitação localizada e um cenário de incerteza acrescida no final da semana.
Entre a influência persistente do anticiclone e a aproximação de algumas frentes atlânticas, o país poderá registar um aumento significativo da temperatura no interior até momentos de céu nublado e episódios de chuva fraca no litoral norte, desenhando uma transição entre a instabilidade de agosto e a antecipação de setembro.
Quarta-feira marca a mudança das condições meteorológicas em várias regiões
A partir desta quarta-feira, dia 3 de setembro, prevê-se uma autêntica viragem nas condições meteorológicas, com uma subida significativa das temperaturas em várias regiões do país. O aumento pode atingir mais de 4 ºC, o que voltará a colocar os termómetros à volta dos 30 ºC no interior, sobretudo nas regiões mais afastadas do litoral e no interior alentejano. No distrito de Beja, os termómetros podem chegar aos 32 ºC em localidades como Serpa.
Já junto à faixa costeira, a sensação será mais agradável, embora ainda com alguma nebulosidade persistente, em especial no Norte e no Centro. A quarta-feira deverá ser um dia essencialmente seco, com o vento a perder intensidade e a favorecer uma atmosfera mais estável, mas ainda sem garantias absolutas de ausência de precipitação.

Na quinta-feira, porém, este reforço do calor pode rapidamente enfraquecer. A previsão aponta para uma descida ligeira das temperaturas, embora o interior continue a registar valores elevados. Há cerca de 50% de probabilidade de ocorrência de precipitação no Norte do país, particularmente no Minho e Douro Litoral. A presença do anticiclone deverá afastar as depressões mais ativas, reduzindo a intensidade da agitação marítima, mas ainda assim não se pode excluir a chegada de aguaceiros ocasionais.
Entre sexta-feira e sábado, a previsão ganha contornos mais consistentes no sentido de estabilidade atmosférica. Os modelos apontam para céu limpo e temperaturas elevadas, que podem facilmente superar os 33 ºC no interior. Este deverá ser o pico de calor da semana, um lembrete de que o verão ainda se mantém ativo e capaz de gerar episódios de calor intenso, mesmo em setembro. No litoral, a manhã poderá ser marcada por neblinas e nevoeiros matinais, mas a tendência será para a sua dissipação ao longo do dia, devolvendo períodos de sol e tempo seco.
A partir de domingo, as condições são ainda incertas segundo o modelo meteorológico usado pela nossa equipa
Para domingo, dia 7 de setembro, a incerteza ganha destaque e torna as previsões particularmente difíceis. O mais provável é que o interior mantenha tempo seco e quente, embora com uma ligeira descida das temperaturas máximas. Já nas regiões do litoral e do Norte do país, alguns modelos sugerem a aproximação de uma frente fria atlântica, associada a uma depressão situada nas imediações das Ilhas Britânicas, e alimentada por um rio atmosférico procedente das Caraíbas, algo que poderá reforçar a precipitação prevista.
No entanto, outros cenários continuam a indicar tempo estável, pelo que a fiabilidade desta previsão é limitada. Certo é que, mesmo que haja alguma chuva, será pontual e de curta duração, já que a tendência dominante será para uma segunda metade da semana maioritariamente seca, com passagem rápida de eventuais frentes pouco ativas. De qualquer forma, os modelos apontam para um domingo com anomalias de temperatura negativas durante o dia.

Esta oscilação entre momentos de calor intenso e curtas interrupções instáveis é reforçada pelo posicionamento variável do anticiclone. A sua influência tem garantido tempo maioritariamente seco e estável, mas abre espaço para entradas temporárias de massas de ar mais húmido vindas do Atlântico Norte, que podem afetar sobretudo o litoral setentrional. O resultado é uma alternância de dias mais soalheiros e quentes, intercalados por nuvens e eventuais aguaceiros fracos, principalmente na metade norte.
Olhando para a segunda semana de setembro, a tendência é para que o anticiclone se aproxime mais da Península Ibérica, arrastando massas de ar mais quente e seco. Se este cenário se confirmar, poderemos assistir a um reforço do calor, com possibilidade de valores máximos a rondar os 35 ºC ou até acima desse patamar em algumas regiões. A incerteza permanece elevada, mas não é de excluir a ocorrência de uma onda de calor em setembro, já que os sinais atmosféricos apontam para essa possibilidade.
Apesar da variabilidade, um dado parece consensual. Não há perspetiva de precipitação significativa nas regiões do interior e do sul do país.
A semana começa com uma subida notória das temperaturas, prossegue com um breve arrefecimento e possibilidade de chuva no Norte, e culmina num novo episódio de calor intenso antes da incerteza regressar no domingo. O cenário é de transição sazonal, onde a atmosfera continua a oscilar entre o verão tardio e os sinais incipientes de outono.