Próximos dias em Portugal: da chuva intermitente a um calor de verão?

Próximos dias em Portugal com chuva nalgumas regiões, mas, em boa parte do país o tempo manter-se-á estável, sem grandes perturbações. E na próxima semana, estará o calor estival à espreita? Consulte a previsão!

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Para os próximos dias ainda se prevê chuva nalgumas regiões de Portugal, mas dentro de poucos dias, o tempo poderá mudar radicalmente. O que se prevê?

Em Portugal, esta quinta-feira (23) uma frente de fraca a moderada atividade associada a uma depressão muito cavada a oeste das Ilhas Britânicas tem descarregado chuva, grosso modo, nas regiões do Minho, Douro Litoral e Beira Litoral (Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro). A vários pontos a leste da Barreira de Condensação – e por isso ainda na Região Norte – bem como a uma boa parte do Centro prevê-se, para as restantes horas de hoje, aguaceiros dispersos ou céu nublado.

Amanhã – sexta-feira 24 de março – prevê-se para as primeiras horas da madrugada uma espraiamento dos aguaceiros pós-frontais que, em geral, cairão fracos, mas por vezes em intensidade moderada no litoral Norte (Minho, Douro Litoral) e também Região de Aveiro, espraiando-se numa trajetória Noroeste-Sudeste pela nossa geografia continental.

A precipitação irregular e dispersa poderá abarcar praticamente todo o país dado que existe probabilidade de precipitação em pontos do Baixo Alentejo algures a meio da manhã. Em princípio só o Algarve escaparia à chuva.

Pequena análise à irregularidade da distribuição da chuva e ao crónico problema de seca em Portugal

Uma vez mais comprova-se, após estes dias de chuva muito efémeros, que a distribuição da acumulação pluviométrica é bastante desigual em Portugal continental, com uma clara diferença entre as regiões a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela - onde chove de maneira mais frequente e abundante com destaque claríssimo para as áreas geográficas do Minho e Douro Litoral – e aquelas a sul da mencionada cadeia montanhosa onde a precipitação é muito escassa ou nula.

Assim, no resto do país, especialmente no Centro e Sul (com destaque para as regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve) torna-se imprescindível que chova ao longo do mês de abril uma vez que as culturas agrícolas poderão ser fortemente impactadas, para além dos possíveis cortes de água (regiões em maior perigo – Alentejo, Algarve e a mais longo prazo possivelmente o Nordeste Transmontano).

Se o mês de abril também for seco, a perspetiva para os meses de maio e o trimestre de verão poderá ser francamente severa nalgumas regiões de Portugal continental no que toca a seca, com possíveis restrições de água e problemas ao nível energético e alimentar.

Recordamos que o Norte e o Centro (uma substancial “fatia” do território português) ainda estão hidrologicamente bem nutridos, mas as regiões mais austrais do país – já mencionadas – continuam diariamente a perder uma oportunidade de evitar nova seca.

A maior duração do dia, por causa dos ganhos de minutos de luz solar, a subida da temperatura até porque já estamos na primavera, a crónica falta de precipitação e até mesmo o processo de evapotranspiração contribuem para o agravamento da situação. A isto pode-se, eventualmente, juntar uma ineficaz gestão dos recursos hídricos.

Fim de semana com nova frente a atingir o Norte de Portugal

No sábado (25) uma nova frente atlântica atingirá durante toda a tarde o Minho, com chuva fraca a moderada, podendo expandir-se para sul desde o distrito do Porto até ao de Coimbra, e para leste para os distritos de Vila Real, Viseu, Bragança e Guarda.

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Esta é a previsão da acumulação pluviométrica até domingo. O Noroeste de Portugal continental sobressair-se-á claramente em relação às restantes áreas geográficas.

Grosso modo choverá, na segunda metade do dia, em toda a Região Norte e na metade setentrional da Região Centro. A temperatura mínima irá descer com a passagem da frente (ar fresco associado) e a máxima sofrerá poucas oscilações em relação a sexta (24). O vento soprará fraco a moderado de Oes-Sudoeste.

Domingo (26) com possíveis aguaceiros muito débeis em zonas do interior do país. Nebulosidade média a alta no resto de Portugal. No geral, prevê-se descida da temperatura máxima e subida da mínima, com predomínio de um tempo mais estável e seco devido ao alongamento do anticiclone sobre a fachada atlântica da Península Ibérica. O vento soprará fraco a moderado de Nor-Noroeste.

E para a próxima semana, calor quase de verão à espreita?

De acordo com as últimas atualizações do nosso modelo de referência, na segunda-feira (27) haverá uma descida acentuada da temperatura mínima, em contraste com uma subida a pique da máxima, esperando-se, por isso, um acentuado arrefecimento noturno. Este panorama resultará numa pronunciada amplitude térmica nesse dia.

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Nos últimos dias do mês várias regiões do país superarão 25 ºC de máxima, com destaque claríssimo para o Baixo Alentejo onde se prevê máxima a rondar os 30 ºC.

Depois, de segunda (27) em diante, espera-se um deslocamento do anticiclone de oeste para nordeste, o que resultaria em tempo estável e temperatura muito amenas para os restantes dias da semana (mas apenas durante o período diurno!).

Isto provocará o típico tempo primaveril (praticamente estival nas horas com luz solar), com dias amenos ou quentes e noites bastante frescas.

Em muitas capitais de distrito prevê-se máximas bem acima do limite dos 20 ºC, em muitos casos acima dos 25 ºC e a roçar os 27 ºC ou 28 ºC, casos de Coimbra, Santarém, Castelo Branco, Portalegre, Évora e Beja.

No entanto, realçamos que a incerteza meteorológica para além de um prazo de 4 dias é elevada, o que mais evidenciado devido ao facto de estarmos numa estação do ano conhecida por ser muito variável, e cujas previsões podem alterar-se de um momento para o outro. Saliente-se também que no litoral Norte o calor não será tão pronunciado e até poderá estar nublado ou chuviscar.