Mudança radical: chuva, frio invernal e temporal nos Açores

O tempo soalheiro tem as horas contadas. Durante o fim de semana a chuva regressará a Portugal continental, não se descartando a ocorrência de trovoada. Depois abre-se a via para a chegada de vento forte e frio intenso. E nos Açores, há temporal? Confira a previsão!

mar agitado; chuva forte; vento intenso; mau tempo; Portugal; Açores
Temporal nos Açores ao virar da esquina bem como o regresso de chuva e frio a Portugal continental.

Para já impera um estado do tempo completamente estável e maioritariamente soalheiro, influenciado pelo bloqueio anticiclónico e pelo impressionante domínio do fluxo de Leste. Este panorama meteorológico irá persistir de norte a sul de Portugal continental até ao início da noite de sexta-feira, momento em que se prevê que comecem a “estalar” os primeiros sinais de instabilidade na Região Sul, nomeadamente no Algarve.

A chuva regressa finalmente ao território continental

Esta situação ocorrerá devido à gradual deslocação do anticiclone para nor-nordeste e à circulação de uma depressão isolada em altitude na costa sul de Espanha que se deslocará para as proximidades do sul de Portugal continental, situando-se a Sul-Sudoeste do Algarve.

A partir da noite de amanhã (cerca das 21h), prevê-se que haja risco de períodos de chuva ou aguaceiros, possivelmente acompanhados de trovoada e que se repetirão de forma pouco intensa e contínua por toda a região algarvia durante o dia de sábado. As acumulações não serão significativas, mas a sua chegada é muito bem-vinda para atenuar a seca meteorológica, principalmente a que se vive no Barlavento Algarvio.

Nessa mesma jornada a instabilidade poderá rumar a norte, abrangendo, em especial, a costa alentejana (Odemira - Beja, até Alcácer do Sal - Setúbal), passando também por uma boa parte de localidades do Baixo Alentejo. Poderá chegar, de forma muito residual, aos distritos de Lisboa, Leiria, Santarém e Évora, sobretudo na segunda metade do dia.

No resto do país, a norte do Rio Tejo, o estado do tempo não estará tão condicionado, mas os dias ficarão visivelmente distintos devido à presença frequente de períodos de céu nublado ou muito nublado. Em geral, as temperaturas vão baixar entre sexta-feira e sábado, sobretudo as máximas. Por outro lado, as mínimas poderão registar uma pequena subida. Até sábado, o fluxo de leste continuará dominante.

Domingo, um dia de transição antes da chegada do frio intenso

Domingo será, sem dúvida, uma jornada de transição. A invasão de ar frio procedente de latitudes setentrionais que cá chegará só acontecerá, de forma explícita, previsivelmente a partir de segunda-feira. O céu continuará parcialmente nublado em todo o país, esperando-se continuidade de alguns aguaceiros no Alentejo e no Algarve nas primeiras horas da madrugada do dia 21.

A partir de segunda-feira, a invasão de ar polar provocará uma descida acentuada das temperaturas, trazendo frio intenso e temperaturas mínimas perto dos 0 ºC em Bragança e Guarda.

Além disso, prevê-se que as temperaturas registem oscilações distintas. Nos territórios do litoral as máximas deverão baixar consideravelmente, ao passo que nas terras do interior poderão subir. A perceção mais clara que teremos da mudança no estado do tempo no próximo domingo será com o vento que passará a soprar moderado, por vezes forte, de norte em praticamente todo o país, acentuando, e de que maneira, a sensação térmica de frio.

A partir de segunda-feira, devido à entrada de ar polar associada a uma possível depressão isolada em altitude, não só sentiremos uma queda acentuada das temperaturas, com temperaturas próximas dos 0 ºC no interior do país, como também, dependendo da posição desta mesma depressão existe o risco de gerar chuva e, possível queda de neve. É um cenário remoto, este que diz respeito à chuva e à neve, mas que continuaremos a acompanhar nas próximas atualizações do modelo ECMWF.

Temporal nos Açores

Por estes dias impera a estabilidade meteorológica no Arquipélago dos Açores. Contudo, é uma questão de horas até ao regresso do tempo severo. Primeiro, será o Grupo Ocidental a ser bombardeado por períodos de chuva forte, para além das fortes rajadas de vento com rajadas até 60 km/h no Corvo e nas Flores. No sábado, a instabilidade progredirá rumo ao Grupo Central, especialmente sob a forma de vento, com rajadas máximas de 65 km/h em São Jorge. A chuva será, em geral, fraca na maioria das ilhas.

Domingo será, sem margem de dúvida, o dia com condições meteorológicas mais severas. O estado do tempo agravar-se-á com rajadas máximas de vento até 90 km/h nas ilhas Terceira e Graciosa, sendo que nas restantes a máxima intensidade variará entre 50 e 80 km/h. Também estão previstas quantidades de precipitação copiosas e generalizadas com risco elevado de inundações em áreas urbanas vulneráveis. Saliente-se a forte agitação marítima, com ondas de leste entre 2 e 5 metros nos Grupos Ocidental e Central e de até 3 metros no Grupo Oriental.

A instabilidade a ‘bater à porta’ da Madeira

Na Região Autónoma da Madeira estima-se dias de céu nublado ou muito nublado, com vento de nordeste que irá gradualmente rodando para sudeste. A partir de domingo, o tempo mudará abruptamente com a chegada de chuva fraca, por vezes moderada. Em ambos os Arquipélagos, as temperaturas máximas e mínimas registarão valores semelhantes aos que têm tido.