Fim de semana polar deixará Portugal a “tremer” de frio

Nas últimas semanas o tempo tem sido notícia por várias razões, e uma delas, será, sem margem para dúvida, graças à chuva que regou duas das regiões mais afetadas pela seca em Portugal continental (Alentejo e Algarve). Entretanto, de acordo com os dados oficiais, a classe de seca extrema do índice PDSI desapareceu do mapa da nossa geografia continental.

Realce-se também os episódios que envolveram poeiras do Saara, sobretudo o mais potente de todos, desencadeado pela Tempestade Celia em meados do mês e, por último, o intenso temporal de granizo que esta semana foi alvo de atenção mediática em várias localidades do interior do país, com destaque para a Covilhã. Nos próximos dias, a coincidir com o arranque de abril, o tempo volta a ser notícia por causa do ar polar.

Quinta-feira de tempo variável… à espera do frio invernal

Hoje houve ocorrência de aguaceiros fracos, um pouco por todo o país, mas distribuídos de maneira muito irregular graças à passagem de uma frente atlântica, de noroeste para sudeste. As Regiões Norte e Centro foram as mais condicionadas pela chuva, sobretudo a norte da cordilheira Montejunto-Estrela, que, mesmo assim, conseguiu chegar até ao Algarve.

Com as temperaturas baixas, e a existência de precipitação em altitude, também houve condições para a queda de neve e formação de gelo até meio desta tarde, nos pontos mais elevados dos distritos de Guarda e Castelo Branco (Serra da Estrela). Também, graças ao frio, as geadas reapareceram em pontos do extremo norte transmontano e duriense. As temperaturas diurnas voltaram a baixar, em geral, e o arrefecimento noturno será mais notório.

Amanhã a massa de ar frio vai invadir-nos

Amanhã, a frente atlântica já longe estará, o vento passará a soprar forte do quadrante norte - agravando a sensação térmica de frio-, e as temperaturas vão sofrer uma descida generalizada, muito mais pronunciada no interior Norte e Centro do país.

Com a presença desta colossal massa de ar polar que irá “abraçar” toda a Europa, haverá risco de mais formação de gelo e geadas, mais prováveis nas regiões do interior de Portugal continental (Nordeste Transmontano, Beiras e Serra da Estrela e Trás-os-Montes e Alto Douro). Isto poderá ser perigoso para a condução rodoviária e prejudicial para as culturas agrícolas.

No sábado dia 2, à semelhança de sexta-feira, apesar de frio, o tempo estará com rasgos soalheiros, mas tornar-se-á gradualmente muito nublado com nuvens altas, sobretudo no Centro e Sul do país, geradas pela aproximação de uma tempestade que estará a afetar Açores, Madeira e Canárias.

Nesse dia, cautela com as temperaturas mínimas que voltarão a baixar de forma significativa de norte a sul do país. O termómetro vai baixar aos -3 ºC em Bragança e na Guarda, 0 ºC em Vila Real, 1 ºC em Braga e Viseu, 2 ºC em Castelo Branco e 3 ºC em Portalegre. Ficará pelos 4 ºC na maioria dos restantes distritos, como Porto ou Évora, e somente em Setúbal e Lisboa as mínimas ultrapassarão os 5 ºC. Prevê-se geadas extensas a poder afetar uma boa parte do interior do país. Mesmo assim, a área atingida só não será maior devido ao efeito de maritimidade e à orografia.

No domingo há a possibilidade, ainda que algo remota, de queda de chuviscos dispersos no Norte do país. Poderão ser sob a forma de neve em pontos elevados do extremo norte montanhoso. Também as nuvens serão mais preponderantes do que os períodos de sol a 3 de abril, dia em que se prevê subida ligeira das máximas em Portugal continental.

Açores e Madeira, à espera de outra tempestade

Inicialmente, uma frente associada a um centro de baixa pressão ainda pouco estruturado no Atlântico afetará o arquipélago dos Açores. Depois, a tempestade, já mais organizada, deslocar-se-á para sudeste, tornando-se mais potente e atingindo Madeira e Canárias.

É bem provável um temporal de chuva forte, ventos intensos, com rajadas pontualmente nos 60 km/h e condições favoráveis à ocorrência de trovoada. O dia mais crítico na Madeira será o próximo domingo, dia 3 de abril.