Depressão fria proveniente da Gronelândia provocará um temporal de chuva e neve em Portugal

A chegada de uma depressão fria até muito perto do Minho provocará um temporal de chuva, neve e vento a partir de sexta-feira, com especial intensidade e abrangência em termos geográficos no sábado. Eis a previsão detalhada do tempo em Portugal.

Preveem-se condições meteorológicas bastante variáveis nesta reta final de abril. Após vários dias de muito calor, mas também de aguaceiros, trovoadas e queda de granizo, a cada vez mais provável passagem de uma depressão no próximo fim de semana provocará um temporal com características mais invernais do que primaveris em Portugal continental.

Terça e quarta-feira com sol e estabilidade atmosférica, apesar do arrefecimento gradual

Esta terça-feira (23) caracterizou-se, outra vez, por um panorama de céu pouco nublado ou limpo. O vento soprou fraco a moderado do quadrante Leste, por vezes forte nas terras altas. Ocorreu, de novo, uma pequena descida das temperaturas e alguns locais do Nordeste Transmontano e adjacentes à Cordilheira Central ficaram no “limite” da formação de geadas (termómetro a rondar os 0 ºC). O Arquipélago dos Açores registou períodos de céu nublado e de chuva fraca e o da Madeira uma situação meteorológica geralmente estável, com nuvens dispersas.

Para amanhã - quarta-feira, 24 de abril - espera-se céu pouco nublado de manhã, porém, de tarde, a nebulosidade aumentará nas Regiões Norte e Centro. Além disto, prevê-se uma mudança no rumo do vento. De manhã ainda soprará do quadrante Leste, mas com o decorrer das horas passará a soprar maioritariamente de Nor-Noroeste, por vezes com grande intensidade no litoral a norte do Cabo Raso e nas terras altas. Estima-se uma descida das temperaturas máximas na Região Norte e uma pequena subida das mínimas no interior Norte e Centro.

Depressão de grande impacto à espreita

Na quinta-feira (24), uma depressão atlântica, “nascida” a sul da Gronelândia, deslocar-se-á vertiginosamente rumo ao noroeste da Península Ibérica. Impactará primeiro na Galiza (Espanha) e depois no Minho (Portugal continental).

É possível que seja classificada como uma depressão de grande impacto e, neste caso, receberá um nome. Caso tal aconteça, será a tempestade Sancho, o próximo nome na lista oficial pré-determinada pelos Serviços Meteorológicos do Sudoeste Europeu.

Uma primeira frente associada a este depressão fria (contém ar polar marítimo) provocará períodos de chuva fraca a partir da tarde de quinta-feira (24) nas Regiões Norte e Centro, mais provável nas zonas do litoral.

As temperaturas máximas vão baixar de maneira significativa, sobretudo nas regiões mais próximas ao mar. No interior essa descida não será tão notória, pelo que as máximas manterão valores relativamente semelhantes ao dia anterior.

depressão fria isolada
Localização da depressão fria na tarde de sexta-feira, com uma "bolsa" de ar muito frio (até -30 ºC) a cerca de 500 hPa.

Na sexta-feira (26), a instabilidade atmosférica irá intensificar-se por causa do impacto da depressão atlântica, que se aproximará bastante do Minho. De acordo com a trajetória prevista, a depressão percorrerá o Golfo da Biscaia durante a noite, onde os seus efeitos também se farão sentir, especialmente no sábado (27).

Após uma manhã “tímida” de precipitação, prevê-se uma tarde de sexta-feira (26) bem mais chuvosa nas Regiões Norte e Centro, sobretudo nas zonas situadas a oeste da Barreira de Condensação (distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro e porções ocidentais dos distritos de Vila Real e Viseu). Ocorrerá um aumento da intensidade do vento de Sudoeste e a chuva ficará mais forte e abundante nas últimas horas do dia, sobretudo no Minho e Douro Litoral.

Um “golpe” de inverno arrebatará a reta final de abril

No sábado (27), devido à passagem da depressão, Portugal continental testemunhará um temporal mais típico de inverno do que de primavera. A precipitação não será somente sob a forma de chuva, mas também sob a forma de neve.

A primeira metade do dia de sábado (27) será frutífera em precipitação, tanto em intensidade como em termos de abrangência geográfica, geralmente a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela. Será mais fraca e dispersa nas regiões mais meridionais, isto é, a sul do referido acidente geográfico.

chuva neve nebulosidade Portugal
Neste mapa de chuva, neve e nebulosidade observa-se a possibilidade de queda de granizo ou graupel nalguns concelhos do Nordeste Transmontano.

Espera-se queda de neve nas principais serras e montanhas do Norte e Centro (Barreira de Condensação - conjunto montanhoso formado pelas serras da Peneda, Gerês, Amarela, Soajo, Alvão, Marão, Montemuro e Caramulo; e Cordilheira Central - Serras de Açor, Lousã e Estrela).

Apesar de muito remota, não se exclui a possibilidade de queda de granizo ou neve granulada/graupel nalgumas zonas menos declivosas e a cotas médias-baixas do Nordeste Transmontano - em concreto nas superfícies planálticas da Terra Fria Transmontana (Vimioso, Bragança, Vinhais, Mogadouro e Miranda do Douro). A Região Norte poderá registar trovoadas.

Estima-se uma descida generalizada das temperaturas. O tempo frio ou fresco será sentido no Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo e Alentejo, sendo ligeiramente mais ameno no Algarve. O vento soprará fraco a moderado de oes-sudoeste, girando gradualmente para noroeste e soprando moderado a forte no litoral ocidental e nas terras altas.

Esta é a previsão de neve acumulada em Portugal continental às 22:00 do próximo domingo, 28 de abril.

No domingo (28) o tempo instável irá manter-se. Haverá períodos de céu limpo ou pouco nublado durante a madrugada e manhã em Portugal continental. Porém, ao longo da tarde, os aguaceiros começarão a proliferar-se de maneira fraca e dispersa de oeste para leste, percorrendo praticamente toda a nossa geografia, embora a distribuição de precipitação se preveja muito irregular.

Prevê-se queda de neve nos pontos mais elevados da Serra da Estrela. De um modo geral, no domingo (28), o tempo vai ficar ainda mais frio, prevendo-se uma descida quer das temperaturas máximas, quer das temperaturas mínimas.