Após a chuva, noites com geadas chegam a Portugal, a primeira nos Reis

Após a chuva e a neve, invadir-nos-á o frio polar. Na madrugada dos Reis chegarão as primeiras geadas de 2022, esperando-se que, mais tarde, o gelo e a geada se expandam para outras partes do país. O que poderá acontecer? Que cuidados a ter? Confira a previsão!

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A primeira geada de 2022 está "ao virar da esquina" e chegará na madrugada do Dia de Reis ao interior de Portugal continental, graças ao frio polar. O inverno despertou!

A primeira frente atlântica que estava prevista, associada à primeira ‘rega’ generalizada do ano já atingiu, esta terça-feira, grande parte do território de Portugal continental. No que resta do dia de hoje prevê-se apenas uns aguaceiros fracos, esporádicos e dispersos pelo território. Contudo, o tempo continuará variável, alternando bons períodos de abertas com períodos nublados.

Amanhã, quarta-feira, o ar polar já cá estará praticamente instalado, penetrando em força em todo o território continental. A descida das temperaturas será suave, mas percetível em todo o país, sendo que nos territórios do interior será bastante mais acentuada, sobretudo nos da Região NorteBragança e Vila Real, etc. Além disso, chegará a meio da manhã uma nova superfície frontal ao Noroeste Minhoto, procedente do Atlântico, que descarregará chuva em solo nacional. Rumará para sul e para leste nas horas seguintes.

Ar polar e provável queda de neve

O ar polar vindo de Norte, conjugado em altitude com a precipitação e aliado à consequente descida das temperaturas poderá provocar a queda esporádica, temporária e residual de neve nos pontos mais elevados do extremo norte de Portugal continental.

O modelo Europeu antecipa esse cenário para o Nordeste Transmontano – ou seja, serras dos distritos de Bragança e Vila Real, e o Gerês; sendo que algo também poderá cair a cotas mais elevadas na Cordilheira Central (Serra da Estrela). Prevê-se temperatura máxima de 6 ºC e mínima de 1 ºC, tanto para Bragança, como para a Guarda.

A primeira noite de 2022 com geadas generalizadas será nos Reis

Na madrugada de quinta-feira (6), dia de Reis, já com o ar polar plenamente instalado em quase todo o país, sentiremos o primeiro “cheirinho a inverno” com o estado do tempo a transformar-se através das temperaturas gélidas, mais notórias no interior do país graças ao efeito da continentalidade e ao papel desempenhado pela orografia, bem como às alterações da paisagem devido à formação de mantos de gelo e geadas.

Os distritos de Braga, Bragança, Vila Real, Viseu e Guarda poderão ser os mais afetados pela geada que, por vezes, é prejudicial para as culturas agrícolas. A suscetibilidade das culturas agrícolas à geada varia com a espécie, e com o estádio fenológico das plantas no momento da ocorrência. Os danos (queimaduras) serão mais graves e extensos quanto maior for a queda de temperatura abaixo de determinado limite.

Nos locais situados a médias latitudes, caso de Portugal continental, a agricultura converte-se numa atividade de risco durante o inverno graças ao aparecimento das baixas temperaturas. A proteção de plantas e árvores contra os efeitos letais causados pela geada é um problema considerável na agricultura, sendo por vezes, muito complicado evitar a morte dos tecidos vegetais que ficam expostos à deposição de gelo e geada ao relento.

O dia de Reis será autenticamente invernal, com o termómetro a poder registar temperaturas negativas em várias localidades transmontanas como Vinhais, Vila Flor, Mogadouro e Alfândega da Fé. Este panorama meteorológico de frio intenso encontrará continuidade, pelo menos, até sábado dia 8, com mínimas negativas nesse dia em localidades como Montalegre, Chaves, Penedono, Vila Nova de Foz Côa e Guarda. Embora não se preveja chuva a partir do dia de Reis, e apesar da formação de gelo e geadas; o frio intenso, aliado ao fluxo de norte (ar polar), dará azo a condições meteorológicas de céu limpo, com um ambiente estável e predominantemente soalheiro.

Isto será fruto do anticiclone que, cada vez mais próximo do nosso país e através das suas altas pressões, obstruirá o caminho à possível invasão de depressões atlânticas associadas ao típico fluxo zonal de oeste, impedindo a chegada da chuva. No litoral do país e do Tejo para sul, apesar da descida das temperaturas, a sensação térmica de frio não será tão intensa.

Tempo soalheiro, mas gélido e com custos associados

Não obstante, o frio invernal acarreta outras complicações para os cidadãos. Os planos para atividades ao ar livre podem manter-se, à medida que o inverno climatológico avança para o fim da sua primeira metade, desde que esteja devidamente agasalhado(a).

O custo energético associado ao frio poderá traduzir-se num maior esforço financeiro. A condução de veículos vai obrigar a uma maior cautela dos condutores graças à formação de gelo nas rodovias.
Está na hora de voltar a resgatar o típico vestuário invernal como casacos, gorros, cachecóis e luvas, especialmente nas terras do interior, que registarão um ambiente mais agreste. Graças ao frio, o recurso a equipamentos energéticos como aquecedores, salamandras e lareiras será mais comum, o que obrigará a um maior esforço financeiro por parte das pessoas, sendo este outro dos complicados aspetos associados ao frio.

Numa mesma perspetiva, a condução de automóveis ou outros veículos irá requerer bastante cautela e atenção por parte dos utilizadores, sobretudo nos pisos rodoviários condicionados pela formação de gelo.