A NAO+ vai “assaltar” o tempo em Portugal a partir de 4 de outubro: saiba quais são os seus efeitos habituais

Nos próximos dias em Portugal espera-se o estabelecimento de uma situação de NAO+: analisamos o que é e os efeitos que terá no nosso país.
A Oscilação do Atlântico Norte (NAO, siglas em inglês) é obtida através da análise da diferença das anomalias de pressão ao nível do mar entre os Açores e a Islândia. A predominância de depressões numa zona ou na outra tem consequências reconhecíveis na Europa. Uma NAO+ significa que as depressões se deslocam nas latitudes altas, mais perto da Islândia e, portanto, dos países nórdicos.
Mudança de padrão atmosférico em Portugal
De acordo com as últimas atualizações do modelo Europeu (ECMWF), a partir deste sábado, 4 de outubro, haverá uma mudança de regime no ‘puzzle’ meteorológico europeu, instalando-se um padrão NAO+. Quando isto acontece, as depressões tendem a circular por latitudes muito altas, enquanto Portugal e outros países do sul do continente europeu permanecem sob a influência das altas pressões subtropicais.

Para já, nada indica que será uma situação particularmente persistente, no máximo durará uma semana, podendo posteriormente dar lugar a padrões de bloqueio. No entanto, convém recordar que estamos no outono, uma estação em que a atmosfera se mostra muito dinâmica, pelo que as tendências a longo prazo são extremamente variáveis.
Estes serão os seus efeitos no nosso país durante a próxima semana
O padrão NAO+ vai traduzir-se num estado do tempo bastante ameno para estas datas (4-12 de outubro) em quase todo o território de Portugal, especialmente nas horas centrais.
O cenário mais provável à data de hoje revela que as temperaturas na próxima semana estarão entre 1 e 3 ºC acima da média praticamente de norte a sul de Portugal continental (exceto no Litoral Oeste e no arquipélago da Madeira, onde se perspetivam temperaturas dentro do normal), vislumbrando-se ainda uma anomalia térmica positiva mais suave no arquipélago dos Açores (+1 ºC).
Quanto à chuva o modelo Europeu prevê que seja inferior à média para este período em todo o território do Continente e no arquipélago da Madeira, com anomalias negativas mais pronunciadas nas Regiões Norte e Centro.
Por outro lado, nos Grupos Central e Oriental dos Açores não se observa uma tendência definida, sendo que o Grupo Ocidental é a única zona de toda a geografia portuguesa para a qual se prevê uma anomalia positiva de precipitação (até 10 mm acima dos valores médios de referência).

É importante realçar que a variável mais complexa de analisar para as tendências de médio e longo prazo é a precipitação, que é extremamente irregular e localmente muito intensa.
Por outro lado, um padrão NAO+ não exclui a possibilidade de a corrente de jato polar apresentar ondulações e de se desenvolver uma gota fria, mas dependendo da sua localização e trajetória, os seus efeitos no nosso país podem ser muito diferentes, possibilidade que alguns modelos começam a pressentir.