Esta aldeia em Arouca é mágica — e conseguimos prová-lo

Aqui não há rede de telemóvel, luz, nem carros — mas há algo que torna este lugar bem especial. Descubra o quê.

Drave
Descubra porque dizem que é mágica. Foto: Wikimedia // João Nuno Brochado

Há lugares que não se encontram por acaso — encontram-se porque alguém nos diz, quase em tom de segredo: “Vai. Vale a pena.” Drave, uma aldeia desabitada situada na Serra da Freita, distrito de Aveiro, é um desses casos.

Não se avista da estrada, não se chega de carro, e talvez seja por isso que guarda tão bem o seu encanto.

“Que Portugal tem recantos mágicos não é novidade. Mas que tem uma aldeia conhecida, precisamente, como ‘aldeia mágica’ pode ser do desconhecimento de muitos”, começa por notar a revista ‘Versa’.

Poucos quilómetros separam Regoufe de Drave, mas a distância sente-se nas pernas e, sobretudo, na mudança de ambiente. A estrada fica para trás, a rede de telemóvel desaparece e o som dos carros dá lugar ao vento e ao correr da água. É assim que começa a aproximação a esta aldeia escondida no concelho de Arouca, rodeada pelas serras da Freita, de São Macário e da Arada.

Chegar a Drave

O caminho mais comum para chegar a Drave é pelo trilho PR14, também chamado “A Aldeia Mágica”. Feitas as contas, são cerca de 4 quilómetros a partir de Regoufe, ida, e outros tantos para voltar.

O início é uma subida exigente, mas depois o trilho suaviza e oferece vistas largas sobre vales e montanhas. No percurso, não é raro encontrar rebanhos, ouvir aves ou cruzar pequenas ribeiras. A certa altura, a aldeia surge lá em baixo, encaixada num vale, como se tivesse sido deixada ali para descansar.

O que faz desta aldeia “mágica”

E, não, aqui não já fadas nem figuras mágicas. Drave está desabitada desde o início dos anos 2000, mas mantém-se em pé e cuidada — e é aí que entra a ‘magia’.

Drave
A aldeia mantém-se cuidada. Foto: CM Arouca

Mas, quem serão os verdadeiros responsáveis por isso? A resposta está nos Escuteiros de Portugal (CNE), que adotaram o lugar como campo de formação e voluntariado, garantindo que se mantém limpo e acessível.

As casas de xisto e lousa, a Capela de Nossa Senhora da Saúde, os restos de moinhos e o forno comunitário são marcas do passado ligado à mineração da região. O ribeiro de Palhais atravessa a aldeia, criando pequenas cascatas e lagoas de água cristalina, onde muitos aproveitam para se refrescar nos dias quentes.

“Em tempos, a aldeia de Drave foi habitada por famílias ligadas à mineração da zona de Regoufe e, atualmente, é local de visita, tanto de dia, para ver as casas em xisto, a capela (dedicada a Nossa Senhora da Saúde) e o que resta de antigos moinhos e fornos comunitários, como de noite, já que por não haver qualquer poluição luminosa em redor é possível ver um céu estrelado de tirar o fôlego”, acrescenta a revista ‘Versa’.

É verdade, quando cai a noite, sem qualquer luz artificial por perto, o céu revela um mar de estrelas que raramente se vê noutras paragens.

“Também motivo de atração são as montanhas, ribeiras e quedas de água, já que Drave está situada num vale encantador. O ribeiro de Palhais passa pela aldeia, criando pequenas lagoas e cascatas onde os visitantes costumam refrescar-se.”