O futuro da agricultura? Os robôs agricultores estão a crescer

As estufas e os campos cheios de culturas poderão em breve ser ocupados por robôs agricultores que controlam o seu estado, à medida que a agricultura adota novas tecnologias.

Robôs agricultores em crescimento
Crombot monitoriza a saúde das plantas de morango. Crédito: WMG da Universidade de Warwick.

Os robôs agricultores poderão ser utilizados para ajudar os agricultores a melhorar a produtividade e o rendimento das suas colheitas e a resolver o problema da falta de trabalhadores agrícolas.

Culturas como as de frutas e legumes têm de ser continuamente monitorizadas para garantir que os agricultores dispõem das informações mais atualizadas e são capazes de tomar decisões rápidas em relação às suas culturas - afinal, quanto mais cedo se detetarem pragas, doenças e problemas de infraestruturas, mais cedo poderão ser corrigidos, reduzindo assim as perdas.

Mas isso não é fácil. Os robôs autónomos utilizados em estufas e campos de cultivo podem simplificar a tarefa, dizem os investigadores da WMG da Universidade de Warwick, que desenvolveram um robô de monitorização de culturas de última geração, denominado Crombot.

Crombot inteligente

O Crombot é um robô autónomo de quatro rodas que pode navegar numa estufa, evitando os trabalhadores e seguindo trabalhadores específicos sob comando, demonstrando que os robôs podem tornar-se os ajudantes perfeitos para apoiar os produtores, especialmente quando confrontados com a escassez de mão de obra.

O seu braço robótico está equipado com uma câmara na extremidade que lhe permite realizar todas as tarefas de monitorização necessárias. Pode também identificar o estado de maturação dos morangos, informando o produtor sobre as zonas da estufa que estão prontas para serem colhidas.

"A nossa investigação com a Crombot visa responder ao ceticismo dos produtores em relação às novas tecnologias e, mais importante, ao custo", diz Harry Boyce, Engenheiro de Projetos da WMG. "Irá desbloquear o potencial de adoção de soluções robóticas na horticultura e facilitar a oferta do Reino Unido a um enorme mercado global".

Poderá Spot fazer a diferença?

Um segundo robô, Spot, um cão robô autónomo de quatro patas fornecido pela Boston Dynamics, pode ser utilizado na agricultura. O Spot pode trabalhar em ambientes difíceis e perigosos, subir e descer degraus, passar por cima de carris de aquecimento e outros obstáculos e enfrentar campos lamacentos. Já deu provas da sua capacidade de lidar com uma variedade de estufas e ambientes exteriores.

"O robô Spot da Boston Dynamics poderia ser a solução ideal para um robô de monitorização agrícola, mas atualmente é muito caro e é necessária mais investigação para perceber se o Spot pode enfrentar desafios como a colheita e outros", afirma Alex Keller, Engenheiro Principal da WMG.

Robôs agricultores em crescimento
Spot no campo. Crédito: WMG da Universidade de Warwick.

"É por isso que continuamos a desenvolver as nossas capacidades robóticas internas, de modo a podermos ajudar a indústria a criar soluções robóticas que sejam acessíveis e realistas para o agricultor, que ainda assim proporcionem um elevado impacto e um elevado retorno do investimento."

A equipa do WMG combinou os seus conhecimentos de robótica com os conhecimentos de fitotecnia da Escola de Ciências da Vida (SLS) da Universidade no Warwick Crop Centre no Campus de Inovação Stratford-upon-Avon, para lançar as bases para explorar novas capacidades, como a plantação e a colheita automatizadas.