Impacto de meteoritos que podem causar extinção: o tamanho não importa

Novas investigações mostram que é a composição do meteorito, e não o tamanho, que causa um impacto que pode causar extinções em massa. Saiba mais aqui!

Planeta Terra; impacto
A presença de feldspato de potássio pode levar às extinções em massa e não tanto o tamanho do meteorito.

É uma história bem conhecida no passado do nosso planeta: uma rocha espacial gigante impacta na Terra, causando uma catástrofe que termina em extinção em massa.

Pode-se pensar que quando se trata de determinar que impactos causará uma devastação tão generalizada, o que importa é o tamanho do objeto que impacta. Contudo, novas investigações sugerem que algo mais poderá ser mais importante: a composição do meteorito e o que este produz.

O estudo, publicado no Journal of the Geological Society, centra-se em explicar por que razão alguns impactos de meteoritos causam extinções em massa, enquanto outros não.

Por exemplo, o famoso impacto que matou os dinossauros e gerou a cratera de Chicxulub foi muito menor do que muitos outros eventos de impacto que não causaram a perda maciça de espécies.

Qual será a causa para as extinções em massa?

Uma equipa internacional de investigadores, incluindo peritos em mineralogia, clima, composição de asteroides e paleontologia, abordou esta questão examinando 33 impactos ao longo dos últimos 600 milhões de anos.

Especificamente, analisaram os minerais na enorme quantidade de poeira que um meteorito lança para a atmosfera. Essa poeira pode causar impactos profundos no clima da Terra - e é essa alteração climática que os investigadores consideram ser uma das principais causas de extinções em massa após os impactos.

Este estudo revelou algo de intrigante: sempre que um mineral comum chamado feldspato de potássio (também referido como K-feldspato ou Kfs) estava presente, em altas concentrações, no rasto de poeira deixado pelo meteorito, o impacto resultava numa extinção em massa.

Por que razão os Kfs causam este impacto?

O Kfs é um poderoso aerossol, cujo núcleo contém gelo, mas é normalmente raro na mineralogia da poeira atmosférica. Desta forma, o gelo tende a formar-se à sua volta, criando cristais de gelo na atmosfera.

Estes cristais de gelo têm efeitos profundos sobre as nuvens, que desempenham um papel vital no equilíbrio do clima da Terra. Ou seja, os Kfs tornam as nuvens mais transparentes e permitem a passagem de mais luz solar, aquecendo a superfície da Terra.

Imediatamente após qualquer grande impacto, a enorme quantidade de poeira lançada para a atmosfera pode causar arrefecimento, pois bloqueia a luz solar. No entanto, os investigadores dizem que este efeito - chamado impacto de inverno - é pequeno, muitas vezes com uma duração de menos de um ano.

Um novo estudo afirma que não é o tamanho do meteorito, mas sim a presença altamente concentrada de feldspato de potássio que pode levar às extinções em massa.

O maior efeito, afirmam, ocorre entre mil a 100 mil anos, quando a poeira rica em Kfs continua a semear cristais de gelo na atmosfera.

Este trabalho "demonstra que não é o tamanho do impacto, mas sim a quantidade de Kfs que correlaciona os impactos de meteoritos e os eventos de extinção em massa", afirma o artigo. O passo seguinte, é determinar, exatamente, como estas extinções ocorrem durante estes episódios de aquecimento, e quanto tempo duram os efeitos.