Cometa descoberto recentemente poderá ser visto a olho nu em janeiro!

Quais são alguns dos destaques da observação do céu em janeiro de 2023? As estrelas brilhantes do céu são uma visão deslumbrante. E um cometa descoberto poderá fazer a sua maior aproximação à Terra!

Cometa aproxima-se da Terra
O cometa C/2022 E3 (ZTF) está atualmente a passar pelo sistema solar interno. Fará a sua aproximação mais próxima do Sol e passará rapidamente pela Terra. Fonte: Hisayoshi Sato via NASA/JPL-Caltech.

Que eventos astronómicos haverá este mês de janeiro? Os planetas têm alguns encontros próximos às estrelas brilhantes do inverno e haverá a oportunidade de observar um cometa.

Durante o mês inteiro após o pôr do sol, os observadores poderão ver quatro planetas sem o auxílio de binóculos ou telescópio. Encontrará Marte no leste, Júpiter no alto e Saturno no sudoeste com Vénus.

As noites de janeiro estão cheias de estrelas brilhantes. Ao olhar para sul ou sudeste nas primeiras horas após o anoitecer, estará a espiar as brilhantes constelações de inverno no hemisfério norte.

Entre os dias 18 e 24 de janeiro, os observadores poderão presenciar o cruzamento de Vénus com Saturno enquanto o brilho do pôr do sol desaparece. No dia 22 de janeiro, os dois planetas aparecerão mais próximos, quando estarão separados por apenas um terço de grau no céu.

A passagem de um cometa recentemente descoberto

No início de 2023, a Terra receberá a visita de um cometa recém-descoberto que poderá ser brilhante o suficiente para ser visto a olho nu.

O cometa chamado C/2022 E3 (ZTF) está atualmente a passar pelo sistema solar interno. Fará a sua aproximação mais próxima do Sol (periélio) em 12 de janeiro e passará rapidamente pela Terra, fazendo a sua passagem mais próxima do nosso planeta entre 1 e 2 de fevereiro.

Se o cometa continuar a brilhar como atualmente, poderá ser visível no céu escuro a olho nu.

Isto é difícil de prever para os cometas, mas mesmo que o objeto desapareça, ainda deverá ser visível com binóculos ou com um telescópio por vários dias em torno da sua aproximação.

Os cometas são notoriamente imprevisíveis, mas se este continuar com a sua tendência atual de brilho, será fácil detetá-lo com binóculos, e é possível que se torne visível a olho nu sob o céu escuro.

Dependendo do estado do tempo, os observadores devem procurar o cometa quando a Lua estiver escura no céu, com a Lua Nova a 21 de janeiro a oferecer essa oportunidade.

De acordo com a NASA, observadores do Hemisfério Norte poderão encontrar o cometa no céu da manhã, enquanto o mesmo se move na direção noroeste durante o mês de janeiro. O cometa ficará visível também para os observadores na América do Sul no início de fevereiro de 2023.

O cometa histórico foi visto pelos Neandertais há 50 mil anos

Segundo o Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, o cometa tem um período de cerca de 50.000 anos.

Isto significa que antes de chegar a cerca de 160 milhões de quilómetros do Sol a 12 de janeiro, e 42 milhões de quilómetros da Terra a 2 de fevereiro, a última vez que chegou tão perto foi durante o período Paleolítico Superior no planeta.

Ou seja, os últimos humanos que podem ter avistado o cometa eram os primeiros Homo Sapiens vivos durante o último período glacial ou “Era do Gelo”.

O mesmo se poderia dizer alguns dos últimos neandertais, já que esta espécie extinguiu-se cerca de 10.000 anos após o último periélio do cometa. Entretanto, os Neandertais e os primeiros humanos não sabiam o que era o C/2022 E3 (ZTF), e o cometa foi identificado muito mais recentemente do que na última era glacial.

O cometa foi detetado pela câmera de investigação de campo amplo no Zwicky Transient Facility no início de março de 2022. Inicialmente parecia um asteroide, ou cometa que estava dentro da órbita de Júpiter na altura, mas depois começou a brilhar como os cometas.

As imagens atuais do C/2022 E3 (ZTF) mostram um halo de gás e poeira em redor, a brilhar com um tom esverdeado e uma cauda cometária longa, que se estende a partir do seu corpo principal.