Ciclone tropical Olivia e a rajada de vento mais poderosa de sempre!

Faz hoje 24 anos que o devastador ciclone tropical Olivia circulou pelo Oceano Índico, próximo à Austrália. Por lá originou chuvas torrenciais e ventos tão fortes que acabou por derrubar uma torre elétrica. Descubra aqui onde foi registada a rajada de vento mais forte da história da meteorologia.

Imagem de satélite ciclone tropical
O ciclone tropical Olivia foi tão poderoso que originou a rajada de vento mais forte de sempre.

Faz hoje 24 anos que um inesquecível evento meteorológico extremo assumiu proporções inacreditáveis. Aquilo que começou por ser uma depressão, rapidamente evoluiu para tempestade tropical, transformando-se posteriormente num monstruoso ciclone tropical, o Olivia . Numa questão de dias, um fenómeno meteorológico que pode ter várias designações conforme a área do globo em que se desenvolve (tufão, furacão ou ciclone tropical), provocou danos consideráveis, sobretudo a nível material, gerando enorme prejuízo financeiro.

A efeméride meteorológica que hoje destacamos ocorreu a 10 de abril de 1996, no hemisfério Sul em Barrow Island, a noroeste da costa de Pilbara, muito perto da Austrália . Já tinham decorrido alguns dias desde que o Olivia se formara no Índico, até que, com o passar do tempo, o então ciclone tropical intensificou-se tanto que originou aquela que se acredita ter sido a mais forte rajada de vento alguma vez registada no planeta Terra .

Como se formam ciclones tropicais monstruosos como o Olivia?

Os ciclones são fenómenos meteorológicos muito destrutivos, que todos os anos custam milhares de vidas. São gerados em áreas de baixas pressões abaixo de 950 mbar. Possuem enorme desenvolvimento vertical e provocam fluxos descendentes de vento com velocidades médias superiores a 120 km/h. Atingem frequentemente uma velocidade constante de 250 km/h, com rajadas que podem chegar até aos 360 km/h . À medida que estes furiosos sistemas devastam tudo por quanto passam, podendo arrancar árvores, destruir infraestruturas e potencialmente retirar a vida a pessoas, vastas áreas são inundadas por chuvas torrenciais, quase ‘diluvianas’, que podem apanhar em cheio regiões costeiras devido à perigosa ondulação que se lhes associa .

Normalmente os ciclones tropicais começam como pequenas nuvens de trovoada em mares tropicais e quentes. Se a água estiver suficientemente quente (acima de 24 ºC), várias tempestades podem agregar-se e girar como uma só, avivadas por vento forte em altitude . Eventualmente, derivam para oeste, sobre o mar, atraindo ar quente e húmido e remoinhando em círculos cada vez mais apertados. Apresentam diâmetros entre 600 e 800 km e alturas de cerca de 12 km.

Ao fazer landfall, os ciclones enfraquecem devido à diminuição da entrada de ar húmido e à fricção entre a depressão e a superfície terrestre. As precipitação diárias que originam podem ser superiores a 800 mm e atingir áreas com 100 km de diâmetro em redor do ‘olho’ do ciclone – círculo de baixa pressão do centro do turbilhão.

Os ciclones subdividem-se em diferentes graus de intensidade e uma das escalas usadas para classificar e avaliar estes poderosos fenómenos meteorológicos é a de Saffir-Simpson , variando entre de F0 (Fraco), a F1 (moderado), F2 (Signficativo), F3 (Severo), F4 (Devastador), F5 (Incrível), F6 (inconcebível).

Afinal, o que aconteceu em Barrow Island?

A rajada de vento que passou por Barrow Island atingiu um máximo de 408 km/h ! No entanto, em terra firme australiana, não foi registada qualquer morte. Apesar disso, uma pessoa na cidade de Pannawonica foi ferida por um vidro voador e teve de ser levada de avião para receber assistência médica. Outras nove pessoas registaram ferimentos ligeiros.

O Olivia foi a tempestade mais forte da época 1995/1996 na plataforma noroeste da Austrália. Provocou danos inenarráveis em infraestruturas de petróleo e gás da região, chegando a destruir uma torre elétrica. As características que contribuíram para a severidade deste ciclone tropical foram: uma pressão central baixíssima ( 925 hPa) , uma velocidade de até 113 m/s e a forma elíptica da tempestade, contribuindo para uma dispersão alongada.

O recorde anterior pertencia ao Monte Washington, New Hamshire (EUA), com rajada máxima de vento de 371 km/h registada a 12 de abril de 1934, a 1916 metros de altitude .