A tão apreciada alcachofra veneziana pode estar a ser submetida a várias falsificações
Cresce em Itália uma planta rara muito apreciada, tanto pela sua raridade como pelo seu sabor único. Fique aqui a saber mais sobre a alcachofra violeta veneziana!

A poucos quilómetros a norte do labirinto de ruas turísticas de Veneza, situam-se as ilhas de Sant'Erasmo e Le Vignole, conhecidas como “a horta de Veneza” pelo seu solo exuberante e fértil, e por uma flor rara que cresce apenas 10 dias por ano.
Trata-se de uma planta rara, a alcachofra violeta, que é colhida à mão pelos habitantes locais.
O carciofo violetto di Sant'Erasmo, um tipo de alcachofra veneziana, produz uma iguaria local conhecida como castraùra. Os castraùre são os primeiros rebentos da planta: alcachofras.
As alcachofras violetas florescem na primavera e devem ser colhidas durante um curto período de cerca de duas semanas, sendo que cada planta só produz uma castraùra por ano.
As pequenas alcachofras, com metade do tamanho de uma palma da mão humana, são muito apreciadas, tanto pela sua raridade como pelo seu sabor único e salino.
A raridade da castraùre
Devido à raridade desta planta, durante anos, os agricultores venezianos tiveram de lidar com versões falsificadas provenientes de outros locais de Itália.
A alcachofra violeta não cresce apenas no Veneto. Esta espécie de planta também é cultivada na Toscana, na Sardenha e na Sicília.
Contudo qualquer veneziano dirá que a verdadeira alcachofra de Sant'Erasmo não sabe a nada como as suas congéneres de terraferma.
Isso deve-se ao facto das ilhas estarem situadas na abertura da lagoa para o Adriático, o que torna o solo distintamente salgado, uma salinidade que é atenuada pela água da chuva.
A apanha da alcachofra
Não é fácil arrancar a flor da planta. A colheita é feita à mão, sem pesticidas, e em Veneza há o perigo permanente de uma acqua alta (inundação sazonal) que pode afogar os campos.

A alcachofra é uma planta perene que tem de ser cortada todos os Verões para crescer impercetivelmente durante os meses de inverno.
Todavia as alterações climáticas estão a fazer com que a estação chegue cada vez mais cedo.
Uma vez que são muito delicadas, as castraùre não são exportadas para muito longe da lagoa e são normalmente colhidas, vendidas e consumidas no mesmo dia.
Da Camerino vende diretamente a restaurantes de Veneza que "compreendem a qualidade" do produto.
O problema, segundo a mesma, é que muitos restaurantes em Veneza deixaram de comprar castraùre verdadeira devido ao preço e os clientes não locais não conseguem distinguir a diferença.
Por isso, usam alcachofras normais mas fingem que são castraùre para poderem aumentar os preços.