A micronova: pequena, mas explosiva!

Os astrónomos descobriram um novo tipo de explosão cósmica, mais pequena, a qual chamaram de 'micronova'. Saiba mais aqui!

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Um tipo de explosão estelar, recentemente descoberta, poderá ajudar-nos a compreender melhor as explosões termonucleares das estrelas.

Quando uma estrela chega ao fim da sua vida, morre da forma mais espetacular, através de uma explosão incrivelmente poderosa e luminosa conhecida como uma supernova. Estas ocorrem a cada 200-400 anos e são visíveis a partir da superfície da Terra.

Utilizando o Very Large Telescope (ESO VLT) do Observatório Europeu do Sul, uma equipa de astrónomos descobriu agora um tipo mais pequeno de explosão cósmica chamado micronova. Este estudo foi publicado na revista Nature.

Micronova

Excitantemente, a descoberta da micronova melhorou os nossos conhecimentos sobre as reações nucleares. Durante uma supernova, uma anã branca num sistema de duas estrelas pode roubar material, especialmente hidrogénio, do seu companheiro próximo. Como este gás se liga à superfície quente da anã branca, desencadeia a fusão dos átomos de hidrogénio no hélio, provocando uma explosão termonuclear em toda a superfície da estrela.

"Tais detonações fazem com que toda a superfície da anã branca arda e brilhe intensamente durante várias semanas", explica a co-autora Dra. Nathalie Degenaar, uma astrónoma da Universidade de Amesterdão, nos Países Baixos.

Em comparação, as micronovas são um tipo de explosão semelhante, mas numa escala menor e mais rápida. Ocorrem quando as anãs brancas com fortes campos magnéticos expelem material em direção aos polos magnéticos da estrela, causando a fusão de hidrogénio de uma forma localizada.

"Isto leva ao lançamento de bombas de microfusão, que têm cerca de um milionésimo da força de uma nova explosão, daí o nome micronova", diz o co-autor do estudo Professor Paul Groot, astrónomo da Universidade de Radboud, também nos Países Baixos.

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"O que é incrível é que estas explosões são muito rápidas; duram apenas cerca de 10 horas e depois desaparecem", frisou a Dra. Simone Scaringi da Universidade de Durham, Reino Unido, que liderou a descoberta. Isto é comparado às supernovas, que podem ser visíveis durante meses.

Em comparação com as supernovas, as micronovas são mais rápidas, pelo que é difícil serem visíveis.

A descoberta destes eventos 'micronova' desafia a nossa compreensão das explosões estelares, onde as novae podem ocorrer com maior frequência e de formas mais diversas do que se pensava anteriormente. "Só serve para mostrar como o Universo é dinâmico", diz Scaringi. "Estes eventos podem, na verdade, ser bastante comuns, mas por serem tão rápidos, são difíceis de apanhar em ação".