Verão e cancro da pele: que precauções devemos ter?

Esta altura do ano é propícia à prolongada exposição solar, que a longo prazo pode ter consequências na saúde da população. Fique a saber mais sobre este assunto, connosco!

Cancro da pele.
A prolongada exposição à radiação ultravioleta nociva, em conjugação com o tipo de pele, pode causar vários tipos de cancro, com consequências que podem ser graves.

O verão é, por excelência, a altura do ano em que os portugueses mais desfrutam da luz solar. A maior duração do dia natural convida inúmeros turistas a banhos, seja nas praias ou nas piscinas, mas também há algumas profissões que exigem longas horas ao sol. Tanto trabalhadores agrícolas, como trabalhadores da construção civil são os que mais sofrem com esta exposição, que é acentuada pela nossa posição geográfica (a bacia mediterrânica recebe em média mais radiação solar que os outros espaços geográficos da Europa).

A utilização deste creme protetor (solar) é essencial para a proteção da saúde da nossa pele.

A radiação solar, para além de ser preponderante para as temperaturas elevadas que tanto apreciamos, também é munida de radiação ultravioleta, extremamente prejudicial à saúde da nossa pele. Existem tipos de peles mais vulneráveis que outras, mas exposição prolongada a este tipo de radiação aumenta a probabilidade de desenvolvimento de cancro da pele em todos os fototipos (variam de I a IV). Existem 3 tipos de cancro da pele que representam aproximadamente 97% dos casos em Portugal: o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e talvez o mais conhecido de todos: o melanoma.

Dos 3 tipos de cancro da pele anteriormente apresentados, o carcinoma basocelular é o que apresenta menor taxa de mortalidade. Já o melanoma, apesar de ser o mais conhecido e de ser simultaneamente o que menos incide na população, é ao mesmo tempo o mais grave do ponto de vista clínico e o que apresenta maior taxa de mortalidade associada. No caso do melanoma, o nosso país é paradoxal: por um lado, é dos países europeus com a taxa de incidência mais baixa, mas ao mesmo tempo é dos países da Europa em que a mortalidade de homens e mulheres é mais elevada. Isto deve-se à baixa adesão a programas de rastreio e ao atraso diagnóstico.

Que proteções devemos assegurar?

Uma das principais atitudes que devem ser tomadas, prende-se com a prevenção. Uma ida regular ao médico pode ser a diferença entre encontrar um cancro numa fase inicial ou numa fase muito mais avançada, já metastizado. Os grupos etários mais vulneráveis (idosos) também devem ser tidos em conta. Tanto os jovens como os idosos, em dias em que o índice de radiação violeta (varia entre 1 e 11) for superior a 8, devem evitar a exposição direta ao Sol, mesmo que utilizem protetor solar.

A utilização deste creme protetor é essencial para a proteção da saúde da nossa pele. Todos os anos, no nosso país, regista-se uma incidência de 67 casos de carcinoma basocelular por cada 100 mil habitantes. No que conta ao carcinoma espinocelular, o número de novos diagnósticos desce para 17 por cada 100 mil habitantes. Já em relação ao melanoma são à volta de 10 casos por cada 100 mil habitantes. Contudo, estes valores poderiam sem bem menores se a utilização de creme protetor solar fosse uma prática mais habitual, no dia-a-dia da população.

Recentemente, alguns influencers digitais afirmaram que a utilização de protetor solar era uma estratégia criada pelas grandes farmacêuticas para criar lucros. Estas ideias sem base científica podem ser prejudiciais à saúde da população, pelo que é essencial que haja esclarecimentos dos riscos da exposição solar prolongada.