Porque é que o turismo gastronómico é essencial para os destinos emergentes? Fique a conhecer as estratégias de sucesso

O turismo é o motor económico de muito países, sendo o filão da gastronomia cada vez mais relevante para a procura e consequente aumento da receita. Saiba mais sobre este tema, connosco!

Paris
Imagem de uma rua típica de Paris, uma cidade que é muito procurada pelo património, pela cultura e pela gastronomia rica e variada.

A importância do turismo na economia é inegável, sendo que esta atividade é muitas vezes apelidada de “motor das economias”. O nosso país é um dos exemplos mais óbvios disto!

Na última década e meia, a atividade turística revolucionou tanto as cidades como os espaços rurais, tendo gerado biliões de euros em receitas, sendo que também é responsável por uma série de problemas, nomeadamente em espaço urbano, relacionados com a sua ocupação e a falta de habitações para a população residente.

A criação deste modelo de turismo competitivo e sustentável, alinhado com a identidade cultural de determinada região, pode ser fator de desenvolvimento e com isto, todos ganham.

Dentro da experiência tur��stica, o turismo gastronómico tem um papel cada vez mais relevante: os turistas tendem, cada vez mais, a incluir atividades culinárias nos seus roteiros, para além das visitas a lugares de interesse ou do puro e simples lazer. Para que se tenha ideia da dimensão deste subtipo de turismo, em 2024 estima-se que tenha gerado mais de mil milhões de dólares em receitas, a nível global, um valor que se espera que cresça anualmente cerca de 15% até 2033.

Mas de que forma a gastronomia interfere nos números do turismo, tanto nos destinos turísticos consolidados, como nos emergentes?

Turismo gastronómico como elemento diferenciador e sustentável

O turismo gastronómico reveste-se de especial importância na medida em que promove o património alimentar de determinada região, promovendo consequentemente o seu desenvolvimento social e económico. É um fator de sustentabilidade que ajuda a transformar, de forma positiva, os territórios.

Cozido
O cozido é um prato típico português, que seja no território continental ou nos Açores, desempenha um papel importante no desenvolvimento da atividade turística.

Explicado de outra forma, se for criada uma imagem positiva da gastronomia de uma região, isso pode ajudar a desenvolver uma boa reputação e atrair mais turistas em busca de experiências diferenciadas e autênticas. Alguns destinos turísticos tradicionais, como França, Espanha, Itália e Japão, consolidaram a sua liderança do ponto de vista da chegada de turistas graças à sua gastronomia.

A valorização dos vários tipos de gastronomia levou ao surgimento (e/ou à valorização) de destinos menos comuns como o Equador, o Vietname, a Lituânia, a Sérvia ou mesmo a Letónia. O desenvolvimento local proporcionado pelo aproveitamento da gastronomia pode levar ao crescimento sustentado e sustentável destes destinos.

Estratégias e exemplos

Há um exemplo muito claro de um destino emergente, que é a cidade de Cuenca, no Equador, e que tem passado por um crescimento substancial do número de turistas graças ao turismo gastronómico.

As autoridades locais e os donos dos restaurantes acreditam que a gastronomia local está a melhorar a imagem da cidade e com isso a chamar mais turistas a visitar a mesma.

Gastronomia
O Equador é um país com uma rica gastronomia, resultado de influências variadas.

Acreditam, contudo, que há um longo caminho a percorrer, para que se possam comparar com destinos consolidados, como certas cidades espanholas, francesas ou italianas. É necessário que se estabeleçam políticas multidisciplinares e multissetoriais. As instituições competentes devem formular estratégias, em coordenação com os representantes dos restaurantes e as entidades responsáveis pelo turismo.

A gastronomia equatoriana é diversificada, variando devido a fatores como a altitude e as condições agrícolas associadas. A culinária equatoriana é uma fusão das culinárias espanhola, andina e amazónica.

Há a consciência que o turismo gastronómico gera riqueza e desenvolvimento, mas há também a noção de que há um longo caminho que pode ser percorrido para que os destinos emergentes possam ser equiparados aos destinos consolidados, tanto do ponto de vista de visitantes, como de das receitas geradas.

É preciso coordenar políticas, desenvolver alianças intersetoriais e formar e qualificar mais mão-de-obra! A criação deste modelo de turismo competitivo e sustentável, alinhado com a identidade cultural de determinada região, pode ser fator de desenvolvimento e com isto, todos ganham.

Referência da notícia

David Mora, Miguel Á. Solano-Sánchez, Tomás López-Guzmán, Salvador Moral-Cuadra, Gastronomic experiences as a key element in the development of a tourist destination, International Journal of Gastronomy and Food Science, Volume 25, 2021.