Ondas de calor e incêndios que ardem pela Europa, África e Ásia

Neste verão de 2022, várias ondas de calor têm derrubado recordes de temperatura e alimentado incêndios florestais, um pouco por todo o globo, em regiões de continentes como a Europa, África e Ásia. Saiba mais aqui!

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Nos meses de junho e julho tem ocorrido tempo extremamente quente em diferentes regiões do globo, o que por vezes potencia a ocorrência de incêndios florestais.

A seca severa que se tem registado em muitas partes do planeta Terra, juntamente com as ondas de calor, tem aumentado o risco de incêndios florestais.

Ondas de calor em várias áreas do globo

Em junho e julho temos vindo a assistir a inúmeras ondas de calor em várias regiões do globo, designadamente na Europa, Norte de África, Médio Oriente e Ásia, com muitos recordes de temperatura máxima a serem quebrados.

Em Portugal continental, a onda de calor extremo que se fez sentir na primeira quinzena de julho, foi a mais intensa e com maior duração e extensão espacial no mês de julho em Portugal, desde 1941. 62 estações meteorológicas mediram temperatura máxima do ar acima dos 40 °C.

No dia 14, o valor mais elevado da temperatura máxima do ar, 47,0 °C, ocorreu na estação do Pinhão e constitui “um novo extremo para Portugal continental para o mês de julho”. O anterior valor extremo em julho, 46.5 °C, foi registado em 23 de julho de 1995, na estação da Amareleja.

Recorde da temperatura
Este ano, em Portugal, atingiu-se um novo extremo de temperatura para o mês de julho.

Em Itália, o calor extremo contribuiu para que no dia 3 de julho parte de um glaciar, o Marmolada nas Dolomitas, se desprendesse de uma montanha alpina e provocasse uma avalanche de neve, gelo e rocha matando, 11 caminhantes. Em julho, no Reino Unido, tivemos temperaturas a baterem recordes de todos os tempos e, pela primeira vez neste país, foram ultrapassados os 40 °C no dia 19 de julho.

Uma onda de calor extremo em França deu origem a novos recordes na região Oeste que registou temperaturas entre 39 °C e 41 °C no dia 18 de julho. No norte de África, a Tunísia sofreu uma intensa onda de calor em julho, com a temperatura em Tunes a atingir 48 °C, quebrando um recorde de 40 anos, no dia 13 de julho.

No Irão, as temperaturas têm permanecido elevadas em julho, depois de se ter atingido 52 °C no final de junho. Na China, o verão trouxe três ondas de calor extremo, com o Observatório Xangai Xujiahui a registar no dia 13 de julho 40,9°C, a temperatura mais elevada desde 1873.

Incêndios florestais

Na Europa Ocidental, que já estava a passar por um período de seca severa ou mesmo extrema nalgumas regiões, a onda de calor que se fez sentir recentemente alimentou incêndios que se espalharam por Portugal, Espanha e partes da França.

Em Portugal, as temperaturas atingiram 45 ºC a 13 de julho na cidade de Leiria, onde mais de 3.000 hectares foram queimados. Mais de metade do país estava em aviso vermelho, com os bombeiros a combater vários incêndios florestais, alguns deles de grandes proporções.

Na região oeste de França o risco de incêndio tem-se mantido elevado, com alguns incêndios a deflagrarem na região, sendo de realçar dois grandes incêndios florestais na região de Bordéus, combatidos por centenas de bombeiros há mais de uma semana.

Os incêndios florestais em Espanha e em Marrocos provocaram emissões de carbono em junho e julho deste ano, superiores ao mesmo período de qualquer ano desde 2003, informou o Serviço de Monitorização da Atmosfera, Copernicus, da União Europeia. Na Tunísia, os incêndios que por lá ocorreram danificaram a colheita de grãos do país.

Os incêndios florestais varreram partes do sul da Europa e do norte da África, matando centenas de pessoas, forçando milhares a deixar as suas casas e expelindo nuvens de poluição prejudicial à saúde, bem como gases com efeito de estufa.