O mundo teve o mês de agosto mais quente de que há registo

A NOAA divulgou a análise da temperatura global referente ao mês de agosto e concluiu que este mês foi o agosto mais quente no globo desde há 174 anos.

Calor
Este ano foi batido o recorde de temperatura média global para o mês de agosto

Os Centros Nacionais de Informação Ambiental (NCEI-National Centers for Environmental Information) da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) dos EUA calculam mensalmente a anomalia da temperatura global com base em dados preliminares gerados a partir de observações de temperatura de todo o mundo, tanto da superfície da terra como da superfície dos oceanos.

Temperatura no Globo no mês de agosto

Segundo os cientistas dos Centros Nacionais de Informação Ambiental da NOAA, agosto de 2023 estabeleceu um recorde como o agosto mais quente do globo nos 174 anos de registo da NOAA. A temperatura média da superfície do globo em agosto foi 1,25 °C acima da média do século XX para agosto, que é de 15,6 °C.

Foi a primeira vez que a temperatura de agosto ultrapassou 1,0 °C acima da média. Agosto de 2023 foi 0,29 °C mais quente do que o recorde anterior de agosto de 2016.

Anomalias da temperatura do ar
Anomalias da temperatura da superfície do globo, no mês de agosto no período de 1850 a 2023. Fonte: NOAA Global Climate Report August 2023

Agosto de 2023 marcou o 45º mês consecutivo de agosto e o 534º mês consecutivo com temperaturas acima da média do século XX.

Temperatura nos continentes e oceanos

Globalmente, agosto de 2023 estabeleceu um recorde para a maior anomalia mensal da temperatura da superfície do mar (+1,03 °C) de qualquer mês num registo de 174 anos.

Pelo quinto mês consecutivo, a temperatura global da superfície oceânica atingiu um recorde.

As condições do El Niño que surgiram em junho, continuaram neste mês de agosto e prevê-se que permaneçam por mais uns meses. As temperaturas à superfície do mar estiveram acima da média em grande parte do Pacífico norte, oeste e sudeste, do Atlântico e do Índico.

As temperaturas estiveram acima da média na maior parte da América do Sul, África, Ásia, América do Norte, Ártico e Oceânia. Partes do sul da América do Norte, do centro da América do Sul, do oeste e centro de África, do centro, sul e leste da Ásia e do noroeste e leste da Oceânia registaram temperaturas recorde este mês.

Anomalias da temperatura-globo
Anomalias da temperatura média da superfície do globo em agosto de 2023, em relação ao valor médio no período 1991-2020 (áreas a cinzento representam falta de dados) (Fonte: NOAAGlobalTemp v5.1.0-20230908)

As temperaturas recordes cobriram quase 13% da superfície do planeta em agosto, a percentagem mais elevada desde o início dos registos em 1951.

África, Ásia, América do Norte e América do Sul - tiveram os seus agostos mais quentes de que há registo, enquanto a Europa e a Oceânia tiveram ambos o segundo agosto mais quente de que há registo. Agosto de 2023 foi o agosto mais quente de que há registo na região do Ártico.

Precipitação

A precipitação acima da média em agosto foi observada em partes do oeste e nordeste dos Estados Unidos, norte da Europa, oeste da Rússia e áreas dispersas no leste da Ásia. De assinalar que na Índia, Paquistão e Bangladesh, a precipitação intensa afetou mais de 1 milhão de pessoas. Entretanto, registou-se precipitação abaixo da média em grande parte do sudoeste dos Estados Unidos, sudoeste da Europa, centro da América do Sul, Brasil e Austrália.

Gelo no Ártico e na Antártida e ciclones tropicais

A extensão de gelo no Ártico foi a 8ª menor extensão para agosto, enquanto que na Antártida, pelo quarto mês consecutivo atingiu um recorde de menor extensão.

O ciclone tropical Idalia, que atingiu a região da Flórida já com categoria 3, foi o ciclone tropical mais forte a atingir a região num período de 125 anos.