Novo estudo mostra que o nosso Sistema Solar tem um destino traçado!

O nosso Sistema Solar tem um destino traçado? A Terra sobreviveria à morte do Sol? É o que os cientistas tentam desvendar através do estudo de um planeta gigante que está a orbitar uma estrela morta.

Júpiter
Renderização artística de Júpiter e o seu hospedeiro anão branco / Adam Makarenko/W. M. Keck Observatory

Uma nova investigação realizada mostra que o nosso Sistema Solar tem um destino traçado e um possível fim já com data marcada. Calma, não há motivo para pânico, pelo menos por enquanto, pois os estudiosos ainda dão cerca de 5 biliões de anos para o Sol morrer.

Mas afinal, o que acontecerá quando o Sol se puser e nunca mais nascer? Seria o fim dos tempos, do mundo tal como é hoje? É isto que os cientistas tanto estudam e querem desvendar.

Recentemente, a nova descoberta foi de um planeta bem distante a orbitar uma estrela morta, o que para muitos estudiosos revela o que pode acontecer no nosso Sistema Solar quando o Sol morrer.

Anã branca

Um planeta gigante, gasoso e com uma massa semelhante à de Júpiter está a orbitar uma estrela morta, uma anã branca. Mas o que é uma anã branca?

Planeta gigante
Planeta gigante a orbitar uma estrela morta / Adam Makarenko/W. M. Keck Observatory

Segundo os especialistas, uma anã branca é a fase final de um processo de evolução. É o que resta depois de uma estrela semelhante ao Sol se transformar em gigante e vermelha durante a evolução da estrela.

Um gigante vermelho queima o seu combustível de hidrogénio, o que faz com que ele se expanda, consumindo todos os planetas que estão mais próximos, ou seja, depois de uma estrela perder a sua atmosfera, o que resta é a anã branca. O processo de arrefecimento dessa gigante, geralmente do tamanho da Terra, dura biliões de anos.

Como é que um planeta sobrevive ao processo de uma anã branca?

Os cientistas estão agora a tentar compreender como um planeta ficou intacto ao orbitar uma estrela morta. Isto levantou questões sobre como é que este planeta não foi "engolido" pela anã branca.

Através de inúmeras observações, os investigadores conseguiram definir que o planeta e a estrela transformaram-se na mesma época, e que então, o planeta conseguiu sobreviver à morte da estrela.

A distância entre a Terra e o Sol é de 148 milhões de quilómetros (1 UA), e em comparação, o planeta está a orbitar a anã branca a uma distância de quase 3 vezes isso (2,8 UA).

Antes de tal descoberta, os cientistas acreditavam que planetas gigantes gasosos precisavam de estar muito mais distantes para sobreviver à morte de uma estrela semelhante ao Sol. Agora, sabe-se que uma vez que este sistema é análogo ao nosso Sistema Solar, possivelmente Júpiter e Saturno devem sobreviver à fase vermelha do Sol, ou seja, quando ele ficar sem combustível nuclear e autodestruir-se.

O futuro da Terra

Apesar da possibilidade de Júpiter e Saturno sobreviverem à morte de uma estrela gigante vermelha, o futuro da Terra não é tão otimista quanto isso.

Quando o Sol do nosso Sistema Solar se tornar um gigante vermelho, daqui a biliões de anos, é possível que Mercúrio e Vénus sejam engolidos, e talvez a Terra também, pois está muito mais perto do Sol do que Júpiter e Saturno, que possivelmente sobreviveriam.

Terra
Será que a Terra sobreviveria à morte do Sol?

Sabe-se da corrida contra o tempo para a descoberta de um novo planeta habitável para a humanidade, mas segundo David Bennet, co-autor do estudo e investigador sénior da Universidade de Maryland e do Goddard Space Flight Center da NASA - "Se a humanidade quisesse mudar para uma lua de Júpiter ou de Saturno antes que o Sol fritasse a Terra durante a sua fase supergigante vermelha, ainda permaneceríamos em órbita ao redor do Sol, embora não fôssemos capazes de contar com o calor dele como uma anã branca por muito tempo."

Lisa Kaltenegger, diretora do Instituto Carl Sagan da Universidade Cornell, finaliza com a questão: "Se os planetas podem sobreviver ao desaparecimento das suas estrelas, a vida também pode? O telescópio espacial James Webb será lançado em breve para nos responder a esta pergunta."