Mulheres no espaço: 60 anos após o primeiro voo espacial tripulado

É difícil imaginar um mundo onde a inteligência, a audácia e a perseverança das mulheres não tenham conquistado um lugar de destaque. O espaço fora do nosso planeta não é exceção. Comemoremos hoje as 65 mulheres que estiveram no cosmos até agora.

mulheres do espaço
Este 8 de março homenageamos as mulheres que foram além dos limites atmosféricos, e as que estiveram de retaguarda na Terra apoiando as missões.

A 16 de junho de 1963, a soviética Valentina Tereshkova tornou-se a primeira mulher a ir ao espaço como única tripulante a bordo da nave Vostok-6, pouco mais de dois anos após o seu conterrâneo Yuri Gagarin ter sido o primeiro humano a contemplar a Terra a partir da órbita terrestre. Após 70 horas de voo e 48 voltas ao planeta, Valentina aterrou com a satisfação de abrir o caminho para as mulheres como tripulantes de voos espaciais.

A primeira astronauta americana foi a física Sally Ride, que em junho de 1983 fazia parte da tripulação que voou no vaivém espacial Challenger. Um ano mais tarde fez o seu segundo e último voo espacial, dedicando-se depois à investigação e ensino até à sua morte em 2012.

Outra precursora foi a cosmonauta Svetlana Savitskaya quando participou num passeio espacial a 25 de julho de 1982, mas não foi a única. As astronautas da NASA Christina Koch e Jessica Meir protagonizaram em outubro de 2019 a primeira atividade extraveicular exclusivamente feminina quando deixaram a Estação Espacial Internacional (ISS) para fazer tarefas de manutenção.

No Endeavour em 1992 viajou a primeira mulher negra, a astronauta Mae Jemison, enquanto a primeira hispânica, de origem mexicana, a viajar para o espaço foi Ellen Ochoa, que em 1993 esteve a bordo do Discovery. Entre março e agosto de 2001, Susan Helms fez parte da tripulação da ISS, onde Peggy Whitson foi a primeira mulher comandante a partir de Abril de 2008, por um período de 6 meses.

Eileen Collins entrou para a história espacial em 1995, quando se tornou a primeira mulher a pilotar um vaivém espacial na missão STS-63 do Discovery. A sua segunda missão, como piloto do Atlantis, ocorreu em 1997, e dois anos mais tarde tornou-se a primeira comandante da missão do Columbia. Terminou a sua carreira na NASA em 2005 como membro da tripulação do Discovery no voo que retomou as operações após o dramático acidente do Columbia em fevereiro de 2003.

O maior número de mulheres no espaço simultaneamente foi registado em 2010 quando Dorothy Metcalf-Lindenburger e Stephanie Wilson da NASA e Naoko Yamazaki da JAXA viajaram no Discovery, enquanto Tracy Caldwell Dyson já estava na ISS.

Voos comerciais e viagens para a Lua: não há limites para as mulheres

No próximo 22 de abril, pilotando o foguete Falcon 9, resultado da colaboração NASA-Space X e com destino à ISS, estará Megan MacArthur, uma astronauta experiente que já se destacou pelo seu trabalho na manutenção do Telescópio espacial Hubble.

Para 2024, a NASA prevê a chegada da primeira mulher à Lua numa expedição para explorar a superfície lunar como nunca antes. Não é coincidência que esta missão tenha o nome da deusa Ártemis em honra da figura mais poderosa do Olimpo.

Certamente que uma mulher fará parte da primeira missão tripulada a Marte. Esse dia não está longe, e agências espaciais de vários países já se estão a preparar para ele.

Hoje, ao celebrarmos o Dia Internacional da Mulher, duas mulheres excecionais, a bióloga Kathleen Rubins e a engenheira de voo Shannon Walker, continuarão a contribuir com a sua sabedoria para as investigações que se levam a cabo desde a ISS, para a materialização do sonho mais ambicioso da humanidade: conquistar as estrelas.